quarta-feira, 12 de março de 2014

Retomada gradual

Folha de São Paulo, Janela, 09/mar

Depois de um desempenho sofrível em 2013, a construção espera melhorá-lo em 2014. Esta expectativa encontra respaldo em diversos indicadores.

 

Ao divulgar o crescimento de 2,3% do PIB em 2013, o IBGE calculou que o PIB da construção evoluiu 1,9% no ano passado. O resultado foi ligeiramente melhor do que o aumento de 1,4% em 2012. 

 

Entretanto, pela primeira vez desde 2010, o desempenho da construção ficou abaixo do registrado pelo conjunto das atividades econômicas do país, conforme previram SindusCon-SP e FGV.

 

Dois dados relevantes apareceram na divulgação do PIB. O primeiro foi a própria elevação de 2,3%, acima das expectativas do mercado. O segundo, a alta de 6,3% do investimento, a maior desde 2010. Com isso, a taxa de investimento atingiu 18,4% do PIB.

 

Quanto maior for esta taxa, mais favoráveis se tornam as perspectivas para a construção. Isto ocorre porque quase a metade dos investimentos feitos no país acaba passando pelas atividades do setor.

 

Mas resta o desafio de elevar esta taxa para 25% do PIB, patamar em que se situam as economias com nível de desenvolvimento sustentável.

 

Antes da divulgação desses dados, os empresários do setor não davam sinais de expectativas melhores. Sondagem Nacional da Construção feita trimestralmente por SindusCon-SP e FGV na primeira quinzena de fevereiro mostrou isso em relação aos itens pesquisados: desempenho atual da empresa e perspectivas, dificuldades financeiras, custos da construção, sucesso na condução da política econômica, inflação reduzida e crescimento econômico.

 

Este estado de espírito decorre do cenário de desaceleração acentuada da atividade da construção no ano passado. E em parte também respondeu por uma retomada mais lenta do que costuma ocorrer. Em janeiro, o nível de emprego da construção, principal indicador do desempenho setorial, cresceu 1,7% comparado a dezembro (mais 40 mil postos de trabalho). Desconsiderando a sazonalidade, haveria queda de 3%.

 

No entanto, SindusCon-­SP e FGV estimam para este primeiro semestre uma recuperação gradual das contratações de mão de obra no setor, com altas de 2,5% no país e de 2% no Estado de São Paulo, em relação ao mesmo período do ano passado.

 

Ou seja, há sinais de que a atividade da construção se intensificará ao longo deste semestre, esperando-­se a ultrapassagem do recorde de 3,547 milhões de empregados formais, alcançado em setembro do ano passado.

 

Estes sinais vêm do aumento das contratações de mão de obra nos segmentos de imobiliário, preparação de terrenos e infraestrutura. Um maior número de licenciamentos e de lançamentos de empreendimentos imobiliários em São Paulo vai na mesma direção positiva. É de se esperar, portanto, uma melhora das expectativas na próxima sondagem, em maio. 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário