segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Mercado vê Selic a 9,5% e aguarda sinal

 

07/10/2013
Autor: Antonio Perez 
Fonte: Valor


Os investidores no mercado de juros futuros da BM&F iniciam a semana do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) sem ânimo para apostas ousadas. É o que mostra a evolução das posições em aberto com contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI). Uma posição em aberto significa que o investidor comprou ou vendeu um contrato e o mantém na carteira, ficando exposto às variações de taxa de um dia para o outro.

Na quinta-feira, 3 de outubro (último dado disponível), as posições em aberto somavam 13,279 milhões de contratos – o menor nível desde que o Copom iniciou, em abril, o ciclo de alta da taxa básica. Na reunião de 17 de abril, as posições somavam 16,772 milhões. O ápice se deu no encontro do Copom em maio, quando as posições atingiram 21,16 milhões. O BC elevou a Selic em 0,50 ponto, o que provocou pesadas perdas a tesourarias relevantes, que apostavam em alta de 0,25 ponto.

Em agosto, as posições em aberto eram de 14,992 milhões. E as posições somadas dos contratos mais ligados à decisão do Copom – com vencimento em outubro deste ano e janeiro de 2014 – atingiam 5,9 milhões. No último dia 2, o DI para janeiro de 2014, veículo para as apostas para as reuniões do Copom esta semana e em novembro, abrigava 4,370 milhões.

Em agosto, as posições em aberto eram de 14,992 milhões. E as posições somadas dos contratos mais ligados à decisão do Copom – com vencimento em outubro deste ano e janeiro de 2014 – atingiam 5,9 milhões. No último dia 2, o DI para janeiro de 2014, veículo para as apostas para as reuniões do Copom esta semana e em novembro, abrigava 4,370 milhões.

Economistas e tesourarias aferraram-se à aposta de alta de 0,50 ponto esta semana, para 9,50%. Mas divergem quanto ao nível da Selic no fim do ano. Enquanto os economistas se dividem entre 9,75% e 10%, o mercado futuro revela aposta majoritária em Selic de um dígito. “Não haverá grandes perdedores ou ganhadores, porque está quase todo mundo no mesmo barco”, diz o sócio de uma gestora de recursos.

Pode ser que as tesourarias estejam convictas de que a Selic vá para 10%. Há quem diga que falta fôlego financeiro e ninguém quer se arriscar. “Basta ver o balanço dos bancos no segundo trimestre para entender por que não tem tanto apetite para o Copom”, diz um estrategista de uma corretora local. Opinião compartilhada por operadores, tesoureiros e estrategistas ouvidos pelo Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor.

De fato, a safra de balanços do segundo trimestre mostrou que os três maiores bancos privados – Bradesco, Itaú e Santander – tiveram perda contábil de R$ 11,7 bilhões com a queda abrupta do preço dos títulos públicos de maio para junho. Para Flavio Serrano, economista-sênior do Espírito Santo Investment Bank, é até certo ponto natural que os investidores se retraiam. “O fim do ano já está próximo e todo mundo começa a pensar em fechar as contas. Quem acertou quer preservar o ganho. E quem perdeu não quer se arriscar a perder mais ainda”, afirma.

A reunião do Copom nesta semana mudará o jogo no mercado de juros futuros. Se o colegiado do BC repetir o comunicado, o mercado, diz Serrano, pode ver mais chances de o aperto monetário prosseguir no início do próximo ano. Isso levaria a um esvaziamento do DI para janeiro de 2014, com parte dos negócios se deslocando para o contrato com vencimento em abril e também no derivativo para janeiro de 2015. Se o Copom mudar seu comunicado, sinalizando que pode desacelerar o passo, o DI para janeiro de 2014 ganhará ainda mais relevância.

Caso o Copom condicione a continuidade do ciclo monetário em novembro aos indicadores econômicos, vai se abrir um espaço para que haja dissenso entre as grandes tesourarias, traduzindo-se em salto das posições em aberto.

 

 

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