terça-feira, 5 de julho de 2011

SAída para São PAulo é se tornar compacta, diz urbanista

Transformar São Paulo em uma cidade compacta, com adensamento das áreas onde há maior disponibilidade de infraestrutura urbana, é o grande desafio a que as administrações municipais terão de se dedicar nas próximas décadas. A avaliação é do diretor de desenho urbano do departamento de Planejamento de Nova York, Alexandros Washburn. Segundo ele, se o município conseguir isso, será um símbolo internacional para a urbanização. Washburn participou na manhã desta quarta-feira do 1º Congresso Internacional de Habitação e Desenvolvimento Urbano, promovido pela prefeitura de São Paulo.

De acordo com ele, há iniciativas interessantes que estão sendo tomadas, como o projeto Nova Luz, ou as operações urbanas planejadas para a orla ferroviária paulistana. A intenção dos planos é substituir as linhas férreas 7-Rubi e 8-Diamante, expandir a linha 9-Turquesa em direção à Lapa por um sistema subterrâneo com 12 km, e dividir a área da Mooca-Vila Carioca em três setores com o aproveitamento de galpões e armazéns industriais.

Os recursos para a prefeitura realizar as obras serão obtidos por meio de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cpac), a serem leiloados na Bolsa de Valores. De acordo com a prefeitura, os certificados permitirão às empresas interessadas construir em áreas maiores, valorizando a região.

"Todos esses projetos devem levar em conta a possibilidade de tornar a cidade compacta e mostrar para a população o quanto isso poderia melhorar a qualidade de vida das pessoas", disse Washburn. Segundo ele, as intervenções são longas, mas se São Paulo conseguir realizá-las, vai se tornar um símbolo internacional para a urbanização. "Daqui a uma década, pessoas daqui serão convidadas para mostrar no exterior como conseguiram isso."

Segundo ele, a cidade deve ser pensada como um lugar aprasível para as pessoas, notadamente para os pedestres. "Nova York é conhecida como uma cidade onde é bom percorrer as suas ruas a pé. Lá, fizemos algumas intervenções que privilegiaram isso, mas é preciso ter essa liberdade de movimento. É preciso construir a confiança da população para se implementar essas mudanças", afirmou Washburn.

O presidente da Global Urban Development, Marc Weiss, que está no Brasil desde o último fim de semana, disse que notou áreas na cidade onde são detectadas algumas fronteiras, em que só circulam as pessoas que ali vivem. "A cidade tem de ser livre para todos. É importante termos uma comunidade onde estejam todas as pessoas."

Na abertura do evento, o prefeito Gilberto Kassab (sem partido), disse que pretende deixar o governo, no ano que vem, com um saldo positivo em relação aos projetos de habitação popular da cidade. Ele disse que no início de sua primeira gestão a capital paulista tinha um déficit de 800 mil moradias, número que deve cair para cerca de 550 mil até o ano que vem.

 

 

 

 

 

 

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