segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Bresco nasce com meta de atingir portfólio de R$ 1 bi

Valor  - 21 de outubro de 2011

 

Depois da conclusão do ciclo de investimentos da Bracor, o presidente da empresa, Carlos Betancourt, se associou aos controladores da Natura, Guilherme Leal, Pedro Passos e Antônio Luiz Seabra, e montou a Bresco, a mais nova participante do segmento de imóveis para renda do mercado brasileiro. Constituída, juridicamente, há duas semanas, a Bresco nasce com a meta de ter portfólio de R$ 1 bilhão em ativos no prazo de três a cinco anos.

 

A nova empresa pretende desenvolver projetos e comprar ativos nos segmentos de escritórios comerciais, galpões, imóveis industriais, varejo de rua e hotelaria. A atuação vai abranger também construção sob medida. A prospecção de mercado para o início da composição da carteira de ativos já começou. Mas, segundo Betancourt, presidente da nova empresa, o foco das atenções será a qualidade dos ativos e não a velocidade de montagem do portfólio.

Quando foi ao mercado buscar sócios para a nova empresa que pretendia montar, Betancourt, que tem quase 30 anos de experiência no setor, quis parceiros que tivessem perfil de investidores de longo prazo. Na outra ponta, segundo ele, Leal, Passos e Seabra pretendiam entrar no setor em parceria com profissionais com experiência na área.

As conversas duraram alguns meses e evoluíram para a constituição de empresa em que Leal, Passos e Seabra são majoritários, e em que Betancourt e outros investidores, cujos nomes não são divulgados, também são sócios. Parte dos executivos dos quadros da Bracor também foi convidada a fazer parte da Bresco e a deter participação na empresa, que possui 100% de capital nacional.

Nova participante do setor ingressa no mercado ao mesmo tempo em que Bracor encerra suas atividades

Os controladores da Natura participarão das decisões da Bresco por meio da gestora de patrimônio Pragma. Os recursos para financiar o portfólio de R$ 1 bilhão terão origem em capital próprio dos sócios e em instrumentos do mercado de dívida, como certificados de recebíveis imobiliários (CRIs). Não existe nenhuma previsão de abertura de capital da empresa.

Betancourt optou por não tirar um período sabático, e a constituição da Bresco praticamente coincidiu com o fim das atividades da Bracor, que deixou de operar em setembro. No fim de janeiro, a Bracor anunciou a venda de 30 de 45 imóveis de seu portfólio à Prosperitas. A empresa deu continuidade ao processo de venda dos outros ativos nos meses seguintes e, atualmente, a comercialização dos dois restantes está em fase final.

A Bracor, que ainda existe juridicamente, tem como sócios, Betancourt; a Equity (do megainvestidor americano Sam Zell); a família real de Abu Dhabi, a família real saudita; o Morgan Stanley; a Bercley; e o Itaú BBA. Não há empecilhos, por parte da Bresco, para que, futuramente, algum dos demais sócios da Bracor também venha a fazer parte da composição da empresa.

A Bresco está entrando em cena num mercado liderado pela BR Properties. Em meados de setembro, BR Properties e WTorre Properties anunciaram a combinação de ativos, que resultou em portfólio de R$ 10 bilhões em imóveis para escritórios comerciais, varejo e galpões.

Segundo Betancourt, em qualquer grande economia, o setor de imóveis para renda é bastante fragmentado e, no Brasil, há espaço para Bresco a atuar num segmento em que as barreiras de entrada são conhecimento, capital e relação com ocupantes.

O executivo descarta que o país esteja vivendo um momento de “bolha imobiliária”, mas espera que haja correção de preços. “Existe um pouco de euforia no segmento corporativo, e qualquer investidor tem de olhar além desse ciclo”, afirma.

Foi constituída há duas semanas e já começou a prospectar mercado na busca de imóveis para compor sua carteira.

 

 

 

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