quinta-feira, 26 de março de 2015

Crescem 46% em fevereiro as aplicações ligadas ao setor imobiliário

Crescem 46% em fevereiro as aplicações ligadas ao setor imobiliário - Paraíba Total

Crescem 46% em fevereiro as aplicações ligadas ao setor imobiliário

Aumento
Valor total dos investimentos em LCI, CRI e CCI atingiu R$ 322 bilhões

Foto: internet
Chegou a R$ 322 bilhões, no final de fevereiro, o estoque de aplicações atreladas ao setor imobiliário brasileiro. Os dados são da Cetip, depositária de títulos privados de renda fixa.

O número mostra um crescimento de 46,5% em relação ao apurado em fevereiro do ano passado e corresponde à soma dos estoques de Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Cédulas de Crédito Imobiliário (CCI) depositados na Cetip. 

No final de janeiro, o estoque de instrumentos financeiros vinculados ao setor imobiliário atingiu tinha atingido um total de R$ 305,6 bilhões.

Redação Paraíba Total com Infomoney

quarta-feira, 25 de março de 2015

CVM padroniza rendimentos de fundos imobiliários

CVM padroniza rendimentos de fundos imobiliários | Exame.com

CVM padroniza rendimentos de fundos imobiliários | Exame.com

A Kinea Investimentos, uma das maiores gestoras de fundos imobiliários do mercado e parceira do banco Itau Unibanco, divulgou comunicados negando que dois de seus fundos, o FII Kinea e o FII LCI Premium tenham problemas de caixa.

Os avisos vieram depois que os dois fundos foram citados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em um memorando sobre como deve ser calculado o lucro a ser distribuído pelos fundos imobiliários

No memorando, a CVM reduz as provisões que os fundos imobiliários podem deduzir do valor a ser distribuído aos cotistas.

Depois, listou sete fundos com mais cotistas que poderiam sofrer o impacto da mudança e que levaria a uma redução no caixa dessas carteiras a partir da distribuição maior dos lucros e menores provisões.

Ontem, a CVM divulgou ofício circular que analisa um questionamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em relação aos lucros apurados pelo regime de caixa para distribuição dos rendimentos dos fundos imobiliários. A Anbima questionou algumas decisões anteriores da Superintendência de Relações com Investidores Institucionais (SIN) e da Superintendência de Normas Contábeis e de Auditoria (SNC).

Pelo menos 95% do lucro

No ofício, a CVM reafirma as orientações das superintendências, que determinam que os fundos que distribuírem rendimentos mensalmente aos cotistas precisam observar que, no fim do semestre, tenham sido distribuídos no mínimo 95% dos resultados obtidos, com base no caixa. A orientação também determina que os administradores não podem antecipar rendas futuras aos cotistas.

O motivo foi o número alto de reclamações de cotistas sobre a forma como os fundos calculavam os valores a serem distribuídos e a CVM constatou irregularidades nos procedimentos dos gestores e administradores. Havia casos em que os valores a distribuir não representavam os lucros calculados pelo regime de caixa.

Ao contrário, os valores eram calculados com base na diferença entre o valor de mercado das cotas e o valor patrimonial do fundo ou, em alguns casos, havia deduções de reservas para contingências que não representavam saídas de caixa que reduziam a quantia a ser distribuída aos investidores.

Pela norma da CVM, os fundos têm de ajustar os valores recebidos e pagos ao longo do semestre, garantindo que nada ficará para trás e impedindo que os fundos deduzam provisões para despesas futuras.

Já a Anbima defende que essas despesas podem ser provisionadas e deduzidas dos valores a distribuir. Entre as provisões estariam reservas para pagar ações judiciais, reformas de emergência e a cessão de recebíveis da carteira do fundo.

Sete fundos mais sensíveis

Na resposta à Anbima, porém, a CVM informou que sete fundos apenas em um universo de 74 fundos com mais de 500 cotistas sofreriam impacto relevante da padronização por terem menor volume de caixa em relação a sua dívida total.

São eles BTG Pactual Corporate Office Fund, Kinea Renda Imobiliária, Santander Agências, CSHG Logística, RB Capital Renda I, Shopping West Plaza e LCI Premium.

Parcela em LCI

A Kinea, por sua vez, defende que o Renda Imobiliária e o LCI Premium não têm problemas. No caso do Kinea Renda Imobilária FII, a posição de caixa e equivalentes do fundo é superior ao que foi mencionado pela CVM, segundo a gestora, pois não foi considerado o valor investido em Letras de Crédito Imobiliário (LCI) "emitidas por bancos de primeira linha e com liquidez diária", que aumentariam o valor em caixa para R$ 121 milhões em 31 de outubro de 2014.

A Kinea diz também que o pagamento de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) "não afeta o caixa do fundo dado que o pagamento é realizado diretamente pelos inquilinos que tiveram seus contratos de locação cedidos".

E informa também que o valor distribuído para os cotistas já considera que o fundo não tem direito ao fluxo de recursos cedido até a liquidação dos CRI.

LCI da Caixa

Já com relação ao fundo LCI, a Kinea diz que ele tem liquidez suficiente para pagar as despesas, "ao contrário do que se afirma no Ofício Circular".

Segundo a Kinea, na data do documento, 31 de outubro, o fundo tinha aproximadamente R$ 90 milhões em LCI emitidas pela Caixa Econômica Federal com liquidez diária para uma despesa de aproximadamente R$ 2 milhões.

Na época, o fundo estava em processo de captação de recursos, o que levou ao provisionamento da Comissão de Distribuição, no valor de R$ 1,9 milhão.

O fundo já concluiu a captação e "todas as despesas associadas ao processo já foram totalmente quitadas", e agora o fundo possui apenas despesas normais de funcionamento.

"Vale mencionar que atualmente o fundo possui mais de R$ 700 milhões de reais em LCI com liquidez diária", diz a Kinea.


BTG está prestes a vender 25% da Rede D'Or ao Carlyle

BTG está prestes a vender 25% da Rede D'Or ao Carlyle - ISTOÉ DINHEIRO

BTG está prestes a vender 25% da Rede D'Or ao Carlyle

O BTG Pactual está perto de fechar a venda de uma participação de 25% na Rede D'Or para o fundo de private equity Carlyle, apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. De acordo com as fontes, a rede, maior operadora independente do Brasil, com mais de 20 hospitais, teria sido avaliada em R$ 18 bilhões.

A operação se tornou possível em função de uma nova lei publicada em janeiro deste ano. A Lei 13.097 passou a permitir a entrada de capital estrangeiro em hospitais, algo que era proibido até então.

Fundos de private equity já tinham grande interesse no setor e vinham consultando assessores no Brasil, contam advogados. "Fundos e investidores estratégicos no exterior já vinham acompanhando a discussão muito de perto, há clientes muito interessados no setor de hospitais de modo geral", comentou em entrevista ao Broadcast Arthur Bardawil Penteado, sócio do Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados na área de fusões e aquisições. Segundo fontes, outros fundos ainda estariam avaliando a participação no negócio.

IPO

A expectativa no mercado é de que novas aquisições no setor possam acontecer este ano. A mudança na lei abre espaço ainda para que companhias de assistência a saúde abram capital na Bolsa no futuro. A operação da Rede D'or, se concretizada, será a primeira compra de participação acionária por estrangeiros em hospitais. A companhia foi pioneira no processo de consolidação do setor, que ainda é altamente pulverizado. O espaço para consolidação e profissionalização da gestão em hospitais no Brasil é visto como uma oportunidade pelos fundos de private equity.

Antes da Rede D'or, o grupo americano United Health chamou atenção do segmento ao comprar a Amil. O impedimento da lei neste caso foi driblado porque a Amil é uma operadora de saúde que detém hospitais, mas a participação de capital estrangeiro em operadoras já era permitida.

Debêntures

O investimento do BTG Pactual na rede de saúde começou em 2010, com a aquisição de debêntures conversíveis por valor não revelado na época. Os recursos foram destinados à expansão do grupo, incluindo a compra da rede de hospitais São Luiz, ainda em 2010. Procurada, a Rede D'Or informou que não vai se pronunciar sobre o assunto. O BTG Pactual disse que não comentaria e o Carlyle não respondeu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




sexta-feira, 13 de março de 2015

Bancos pedirão teto maior para crédito imobiliário

Bancos pedirão teto maior para crédito imobiliário | Economia: Diario de Pernambuco

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A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que representa os bancos, irá pedir ao governo para aumentar o limite do valor dos imóveis que serão financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), de R$ 750 mil (em algumas capitais) para, pelo menos, R$ 1 milhão. Estudos sobre o tema serão concluídos nas próximas semanas, segundo o presidente da entidade e diretor do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, e têm como objetivo aquecer o setor e evitar o aumento do desemprego na construção civil.

A última elevação no teto do preço dos imóveis que podem ser financiados pelo SFH ocorreu há pouco mais de um ano, em outubro de 2013. Na ocasião, o governo aumentou o limite de R$ 500 mil (antes, em todas as regiões) para R$ 750 mil em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no Distrito Federal. Nos demais Estados, porém, o teto foi para R$ 650 mil.

Apesar da escassez de recursos da poupança, que registraram resgates pelo segundo mês consecutivo, preocupar o mercado, o presidente da Abecip explica que é importante manter a cadeia produtiva em funcionamento. A preocupação, segundo Lazari Junior é com o nível de emprego no setor que tem uma folha de pagamento de mais de 3,3 milhões de pessoas.

"O setor de construção precisa continuar produzindo, pois temos milhões de empregos envolvidos, além de ser um dos mais importantes da economia. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, que respondem por 60% do crédito imobiliário, é muito difícil encontrar imóveis de até R$ 750 mil", justifica o presidente da Abecip, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Em janeiro, o nível de emprego na construção teve queda de 0,34% em comparação a dezembro. Em um ano, a retração chegou a 6,14%. Foram fechadas 11,4 mil vagas em janeiro, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP) e a Fundação Getulio Vargas. Em 12 meses, os postos fechados somam 216.297.


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quinta-feira, 12 de março de 2015

O boom dos hotéis

O Globo, 11/mar

Com previsão de superar a meta de chegar a 48 mil quartos até as Olimpíadas, setor hoteleiro busca estratégias para manter novas unidades ocupadas mesmo após os Jogos. O temor de que o Rio não conseguisse atender à demanda por hospedagem nas Olimpíadas parece superado. Agora o debate em torno da rede hoteleira carioca recai sobre outra preocupação: diante do aumento da oferta de acomodações, o desafio é como mantê-las ocupadas depois dos Jogos. A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Rio (ABIH-RJ) afirma que, só este ano, mais de 15 mil novos quartos - 10.500 só na Barra da Tijuca - ficarão prontos na cidade. Atualmente, a cidade dispõe de cerca de 34 mil.

 

Até o fim do ano, deverá ser ultrapassada a meta de 48 mil acomodações para os Jogos - contra 31,7 mil em 2010, segundo a agência Rio Negócios. E a previsão é que o Rio tenha 51,1 mil quartos no ano que vem. Para representantes do setor, o número representa uma nova etapa na organização dos Jogos, como aquecer o calendário de eventos e ampliar a atração de turistas, de forma a evitar que os quartos fiquem vazios.

 

Como ponto favorável, diz Alfredo Lopes, presidente da ABIH-RJ, é grande o potencial para aumentar o número de visitantes. Ele lembra que o Brasil recebe, por ano, cerca de seis milhões de turistas internacionais (34% deles no Rio), enquanto só Paris, na França, contabiliza 23 milhões. Segundo Lopes, aqui são necessários, sobretudo, maiores investimento na captação de visitantes em mercados como o americano, o europeu, o asiático e o árabe.

 

Novo centro de convenções

 

Para o período pós-Jogos, diz ele, já há esforços em andamento. Lopes cita a troca de experiência do setor com representantes de outras sedes olímpicas, como Barcelona e Sydney. Destaca que o Rio Convention & Visitors Bureau e a associação buscam espaço para um novo centro de convenções na Zona Sul - que poderia ficar no terreno do antigo Canecão ou nas proximidades do Forte do Leme. E, com a consolidação da Barra como novo polo hoteleiro, Lopes enumera iniciativas de divulgação do bairro, que receberá grandes parte das instalações das Olimpíadas:

 

- Embora seja uma região com uma diversidade de restaurantes, shoppings e praias que os cariocas conhecem, a Barra ainda é uma ilustre desconhecida do mundo, se comparada com Copacabana e Ipanema. É um desafio trabalhar a imagem do Rio, mas também a da Barra. Com esse objetivo, criamos o Fórum de Marketing da Barra e, recentemente, foi publicado um guia sobre o bairro.

 

Apesar de mais distante de pontos turísticos como o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar, a Barra é mesmo a aposta de grandes redes internacionais para oferecer hospedagem de luxo na região. É o caso do Hilton Hotel Collection, na Avenida Abelardo Bueno, e do Grand Hyatt Residences, na Avenida Sernambetiba. Novos empreendimentos da rede Windsor também terão o bairro como endereço. O grupo - que já tem o Windsor Barra - inaugura até as Olimpíadas mais três hotéis na região (Windsor Oceânico, Windsor Tower e Windsor Marapendi, com um total de 1.300 quartos), além de um centro de convenções com 25 mil metros quadrados de salões.

 

- O que nos motivou foi o fato de acreditarmos muito no potencial do Rio em todos os tipos de turismo. Os novos empreendimentos já estavam nos nossos planos, independentemente das Olimpíadas. Mas nossa principal aposta é na vocação do Rio para o turismo de negócios, do qual São Paulo ainda fica com uma fatia muito maior - afirma o gerente de Marketing da rede, Paulo Marcos Monteiro Ribeiro.

 

Alexandre Sampaio, vice-presidente de Hotéis do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes (SindRio), vê a cidade dividida em três polos hoteleiros. A Barra, diz ele, concentrará o turismo de eventos; a Zona Sul, o de lazer; e o Centro, o de negócios. Ele enxerga o atual cenário para o setor, no entanto, de forma mais pessimista diante da conjuntura nacional. E aponta como motivos vários fatores: baixo crescimento do PIB nacional; desempenho ruim de projetos que impulsionariam a economia fluminense, como o Comperj; aumento do custo da energia elétrica; e possíveis reajustes de impostos para o setor, entre outros.

 

- Vamos até superar a expectativa em termos de número de quartos e hotéis para 2016. Mas isso nos joga numa realidade de curto prazo problemática, num momento econômico ruim. Corremos o risco, por exemplo, em caso de superoferta, de queda dos valores das tarifas após as Olimpíadas - diz.

 

Pela projeção da Rio Negócios, dos 51,1 mil quartos que devem estar disponíveis até os Jogos, 36,9 mil serão em hotéis e 14,1 mil, em aparts, albergues, pousadas e motéis convertidos. O crescimento entre 2010 e 2016 representará 70 novos hotéis, sete deles de cinco estrelas e 25 de quatro estrelas.

 

Mas, mesmo com esse aumento da oferta, afirma o subsecretário municipal de Turismo, Philipe Campello, a meta é, após os Jogos, manter a taxa de ocupação das vagas no Rio acima dos 70% - em 2007, era de 62,9%, chegou a 79% em 2011 e, em 2014, já com uma capacidade instalada maior, foi de 72,4%.

 

Mais eventos para a cidade

 

Além disso, o objetivo é seguir aumentando o número de turistas na cidade. Nos últimos anos, a quantidade de estrangeiros que visitaram o Rio passou de 1,2 milhão em 2009 para 1,9 milhão em 2014 (os dados ainda não estão fechados). Já os visitantes nacionais passaram de 5,9 milhões para sete milhões no mesmo período. E, embora Campello ressalte que ainda é cedo para se ter estimativas seguras em relação a 2016, ele acredita que as Olimpíadas possam atrair, no mês dos Jogos (agosto), até 800 mil turistas à cidade.

 

Para o período posterior, diz o subsecretário, a estratégia é trabalhar na captação de eventos (como congressos e feiras) para a cidade entre 2017 e 2020:

 

- A Copa do Mundo, que atraiu 886 mil turistas à cidade, foi além até das expectativas. Nas Olimpíadas, vamos viver momento parecido. É uma oportunidade única de mostrar o Rio, bonito e competente na realização de grandes eventos.

 

segunda-feira, 9 de março de 2015

HSI pretende voltar às compras de ativos imobiliários neste ano | Valor Econômico

HSI pretende voltar às compras de ativos imobiliários neste ano | Valor Econômico

HSI pretende voltar às compras de ativos imobiliários neste ano

Luis Ushirobira/ValorMáximo Pinheiro Lima, sócio fundador, diz que nenhuma decisão de investimento será tomada até abril, para que haja mais clareza em relação ao cenário

Depois de ser vendedora líquida de ativos imobiliários de 2012 a 2014, a gestora de fundos de private equity Hemisfério Sul Investimentos (HSI) pretende voltar às compras neste ano. Mas nenhuma decisão será tomada até abril, segundo o sócio fundador da HSI, Maximo Pinheiro Lima, para que haja mais clareza em relação ao ambiente político e econômico do país e ao efeito desse cenário nos preços dos ativos.

"Vamos ser compradores tímidos no primeiro semestre, com agressividade crescente no segundo semestre deste ano e no primeiro de 2016", afirma Lima. Em janeiro, a gestora captou R$ 200 milhões em recursos de fundos parceiros para financiar nova rodada de investimentos no setor imobiliário. Não há prazo pré-definido para o desembolso, e o desenvolvimento de novos projetos continua no radar.

Dos recursos geridos pela HSI, 60% são de fundos dos Estados Unidos, 25%, Ásia e 15%, da Europa e do Oriente Médio.

A intenção de retomar a aquisição de ativos imobiliários num ritmo maior deve-se à expectativa de redução de preços. Isso se deve ao excesso de oferta em segmentos como o de escritórios corporativos de padrão triple A, que vem se refletindo em queda dos valores de locação fechados. "O imóvel vale o que rende, não o que custou", diz Lima.

Em 2012, a HSI desfez-se dos escritórios que possuía na cidade de São Paulo e, em 2013, a maior parte das lajes corporativas que tinha no Rio de Janeiro. A busca da gestora por novos ativos de escritórios deve ganhar força mais para o fim do ano.

No segmento de galpões, a HSI vendeu, em 2012, 35 imóveis para a Global Logistic Properties (GLP). Em parceria com a Essex, a HSI tem dois condomínios logísticos no Paraná, um deles em desenvolvimento. "É provável desenvolvermos galpões e talvez comprarmos alguma coisa se encontrarmos ativos de qualidade", afirma o sócio da HSI.

No segmento residencial, a HSI comprou, no atacado, participações em projetos da PDG Realty, para vender, posteriormente, no varejo e tem avaliado negócios semelhantes com outras incorporadoras de capital aberto. "Temos segurança de fazer parceria com a PDG", diz.

Uma das apostas de crescimento da HSI é o segmento de self storage, ou seja, de locação de espaços para armazenagem, ainda incipiente no país. A HSI pretende dobrar de tamanho no segmento neste ano. Segundo o executivo, o self storage não é afetado de maneira relevante pela piora da economia. A HSI e o fundo global de investimentos Evergreen Real Estate Partners são sócios na Goodstorage, que possui três empreendimentos para armazenagem em operação e outros três em construção na cidade de São Paulo.

A maturação dos investimentos nesses espaços para armazenagem é longa. Segundo Lima, são necessários três anos com concessão de descontos para alcançar a ocupação de 80% de um empreendimento. A estabilização da renda demanda outros dois anos, período em que a Goodstorage pretende retirar, gradualmente, os abatimentos do aluguel. Atualmente, pessoas físicas respondem por metade das áreas ocupadas e pequenas empresas, pelos outros 50%.

No segmento de shopping centers, a HSI possui 11 empreendimentos em operação e dois em fase de obras, direcionados a consumidores das classes média e média-alta. A HSI dá prioridade, no segmento, a desenvolver projetos em relação a aquisições. Mas compras que forem consideradas boas oportunidades "podem fazer sentido", segundo o sócio da HSI.

A doispontozero Hotéis é o veículo de atuação da HSI na área de hospitalidade. No segmento, a gestora está de olho em oportunidades de aquisições e de desenvolvimento. O foco são cidades secundárias e terciárias, onde há demanda e não oferta, de acordo com Lima. Em meados do ano passado, a doispontozero comprou ativos de hotéis e as bandeiras Arco Premium e Arco Express de um grupo de investidores no interior de São Paulo. "A receita já está mais alta em relação a quando fizemos as aquisições", conta o executivo.

A HSI inaugura a primeira unidade da bandeira Zii neste mês, em Parauapebas (PA) e está desenvolvendo mais nove projetos. A projeção é chegar a 20 hotéis da bandeira até o fim de 2016, entre concluídos e em desenvolvimento.

Em loteamentos, a HSI controla a Cipasa Urbanismo. "Com a nossa entrada, a Cipasa cresceu quase dez vezes em três anos", conta Lima. No ano passado, porém, com a piora da economia, os lançamentos da loteadora caíram para R$ 400 milhões, ante os R$ 600 milhões de 2013. "A Cipasa teve o ano passado pior do que 2013, mas não tão pior", diz. Para este ano, a Cipasa estima lançamentos na faixa de R$ 400 milhões a R$ 600 milhões. A HSI tem a intenção de ficar no controle da Cipasa por pelo menos cinco anos, de acordo com o sócio da gestora. "A margem de loteamentos é muito maior do que a de projetos residenciais", ressalta.

domingo, 8 de março de 2015

Volta às origens

Volta às origens - ISTOÉ DINHEIRO

Volta às origens

Dólares, muitos dólares: Emílio Garófalo (à dir.) e Mauro Calil: os executivos a cargo da nova fase do Ourinvest

O Banco Ourinvest, uma discreta instituição financeira paulista, era pouco conhecido do grande público até protagonizar, em 2011, um negócio bilionário com o badalado BTG Pactual. Por R$ 1,2 bilhão, ele vendeu sua operação na área imobiliária, a Brazilian Finance & Real Estate (BFRE), para o grupo do banqueiro André Esteves, que queria reforçar seu braço de varejo, o Banco Pan. Foi o final feliz de uma parceria fechada poucos anos antes entre os sócios Moise Politi, Rodolfo Schwarz, George Meisel e o financista Fábio de Araújo Nogueira, um experiente executivo que comandara as áreas de crédito imobiliário e poupança de bancos como o Citibank e o BankBoston.

Depois da transação, Politi virou sócio do BTG Pactual, Nogueira trabalhou no Pan até o ano passado (hoje é diretor do Canada Pension Plan Investment Board) e o Ourinvest, capitalizado, está de volta às origens. O começo de tudo remonta a 1979, com a abertura de uma fundidora de ouro e, posteriormente, corretora do metal. O Ourinvest foi uma das primeiras instituições financeiras a perceber que o ouro funcionava como proteção para as empresas contra as flutuações do dólar.

No início dos anos 1990, o Ourinvest transformou-se em banco múltiplo e passou a atuar na captação de recursos internacionais. Agora, o mercado de câmbio volta ao centro da estratégia da instituição, com a compra e a venda de moeda corrente para as corretoras e agências de câmbio. "Fornecemos 22 moedas diferentes", diz Emílio Garófalo, ex-diretor do Banco Central (BC) e principal executivo do banco. É nesse nicho que o Ourinvest pretende atuar. Atualmente, os negócios com câmbio representam 47% do faturamento do grupo e a meta é manter esse percentual.

Outro segmento é o da gestão de fortunas. O Ourinvest não concede crédito nem capta recursos dos investidores. Isso permite atuar no aconselhamento financeiro. "Podemos oferecer uma opinião isenta, pois não temos conflitos", diz Mauro Calil, analista financeiro paulista responsável pelas recomendações. Atualmente, o banco tem cinco mil clientes ativos com cerca de R$ 2 bilhões sob administração. A orientação é conservadora. "Nosso primeiro princípio é proteger o patrimônio dos clientes", diz Calil.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Setor de construção deve ter 'biênio perdido'

http://www.valor.com.br/brasil/3935804/setor-de-construcao-deve-ter-bienio-perdido

Depois de contribuir positivamente com o crescimento da economia desde 2010, a atividade da construção civil deve ter o pior biênio da série histórica mais recente das contas nacionais em 2014 e 2015. No ano passado, a perda de fôlego do mercado imobiliário, a paralisia dos negócios provocada pela Copa do Mundo e, em menor escala, o comportamento mais modesto do consumo das famílias deve ter levado o Produto Interno Bruto (PIB) do setor a encolher mais de 5%.

Se confirmadas as previsões de economistas ouvidos pelo Valor, seria o pior desempenho da construção desde 1992, quando esse componente do PIB industrial diminuiu 5,8%.

Em 2015, a situação pode se agravar, devido aos impactos da Operação Lava-Jato sobre os investimentos da Petrobras e das construtoras envolvidas nas investigações. A construção civil representa pouco menos de 4,7% do PIB, mas considerando a cadeia do setor, esse peso chega a cerca de 8%, de acordo com cálculos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV).

Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do Ibre, a evolução do setor dentro do PIB é atrelada à trajetória da produção de insumos típicos da construção civil, que caiu 5,7% em 2014. Nas estimativas da entidade, o PIB da construção caiu 5,2% no ano passado.

Em um cálculo feito com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), que considera dados do Ministério do Trabalho, Ana Maria aponta que o número de trabalhadores com carteira nas construtoras ficou 0,5% menor no período - trajetória menos catastrófica, mas mesmo assim fraca.

"A média do ano não foi tão ruim, mas houve grande deterioração da atividade no segundo semestre", diz a economista, mencionando que, feitos os ajustes sazonais, o nível de emprego na construção recuou 2,7% entre a primeira e a segunda metades de 2014. Segundo ela, os primeiros meses do ano ainda foram bons devido à aceleração de obras para a Copa do Mundo, mas, nos últimos meses de 2014, o segmento de infraestrutura deu contribuição negativa ao setor.

De acordo com Ana Maria, as obras passaram a andar em ritmo mais lento em função de atrasos nos pagamentos. Além disso, o fim do ciclo de lançamentos imobiliários, decorrente das dificuldades do setor no cumprimento de prazos, mas também de uma redução da demanda, foi outro fator que levou à queda do PIB da construção.

Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) mostram que, em 2014, o crédito imobiliário teve sua menor alta em uma década, com avanço de 3,4% dos desembolsos para compra e construção de imóveis. Esses números consideram apenas operações de crédito com recursos da poupança. Já em janeiro, o volume dessa modalidade de empréstimos saltou 12% sobre igual mês de 2014.

O presidente da Abecip, Octavio de Lazari Junior, explica que os desembolsos são reflexo de lançamentos contratados há cerca de três ou quatro anos. Por isso, a entidade não está tão preocupada com relação a 2015 e prevê alta em torno de 5% do financiamento imobiliário no ano. "O que pode causar alguma preocupação é não haver lançamentos agora, e daqui a três a quatro anos, não haver continuidade do ciclo de produção", observou, algo que não está no radar por enquanto.

O ano passado, porém, já foi um período de menor dinamismo dos lançamentos. Na média de dez capitais brasileiras, estimativas da Tendências Consultoria com base em informações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) apontam que 2014 deve terminar com queda de 28% nas vendas de imóveis. "Com o nível de incertezas elevado, o segmento residencial sofreu bastante", diz Mariana Oliveira, economista da consultoria, para quem o PIB da construção caiu 6,1% no ano passado.

Além do desempenho mais modesto do segmento imobiliário, ela menciona que a atividade da construção também foi afetada por fatores pontuais em 2014. "Houve uma paralisia geral da construção, especificamente em junho e julho, devido à Copa", afirma Mariana.

Para este ano, as expectativas são piores. Após cortar a estimativa para o PIB de 2015 - a consultoria trabalha com retração de 1,2% da economia no período - Mariana passou a trabalhar com recuo de 9,4% da atividade da construção civil. Em seus cálculos, a incorporação dos impactos da Lava-Jato, sozinha, derrubou o PIB da construção em cerca de dez pontos percentuais, levando-se em conta a redução de 30% dos investimentos da Petrobras e, ainda, a paralisação das obras tocadas pelos 23 grupos econômicos investigados.

Com peso menor na construção, o chamado "consumo formiga", ancorado nas compras de material de construção das famílias, também não deve ter bom resultado em 2015. No ano passado, o volume de vendas de material de construção no varejo ficou estagnado, depois de ter crescido 6,9% em 2013. "A expectativa é que a renda não cresça como em outros anos, e há um ambiente mais pessimista, com crédito mais caro", observa Ana Maria, do Ibre, que prevê queda de 5,5% do PIB da construção neste ano.

Na avaliação do Sinduscon-SP, o valor agregado das construtoras ficará estagnado entre 2014 e 2015. O nível de emprego no setor deve diminuir 2% e a produção de insumos típicos da construção civil terá recuo de 1,5%. Em nota, o sindicato afirma que os condicionantes positivos para a construção, como a contratação pelo governo de obras de infraestrutura e de novas unidades do programa Minha Casa, Minha Vida, serão contrabalançados por fatores negativos.

"A expectativa para 2015, no setor imobiliário, ainda é de queda no emprego, uma vez que o menor volume de obras neste ano é fruto de decisões de investimento tomadas no ciclo de desaceleração em 2013 e 2014", afirma a entidade.

Ontem, a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) divulgou números bastante desanimadores para o setor. O faturamento deflacionado das vendas internas de materiais de construção caiu 11,5% em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado e encolheu 2,9% na comparação com dezembro de 2014.

A Abramat estima para o ano expansão das vendas de apenas 1% na comparação com 2014. Ao projetar esse crescimento, um dos fatores que a entidade levou em conta foram os incentivos do governo ao setor seriam mantidos, situação alterada com a recente mudança de tributação. Nos 12 meses encerrados em janeiro, houve retração de 7,6% na comparação com o intervalo equivalente anterior. (Colaborou Chiara Quintão, de São Paulo)

 

terça-feira, 3 de março de 2015

Pressão por fim da isenção para LCI e LCA perde força

http://www.valor.com.br/financas/3933296/pressao-por-fim-da-isencao-para-lci-e-lca-perde-forca

O pleito por mudança nas regras de isenção tributária para letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA), que chegou a ter eco nos primeiros discursos do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, perdeu vigor no mercado. Depois de dois meses de debate, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) prepara um documento a ser entregue ao governo em que o fim do benefício não é prioridade, segundo apurou o Valor.

Atualmente, as letras são isentas de imposto de renda para investidores pessoas físicas.

As discussões na Anbima caminharam para pedir ao governo a isonomia entre títulos e fundos de investimento - ou seja, que, assim como os papéis avulsos, uma carteira recheada de LCIs e LCAs não sofra a mordida do Leão. O debate segue no sentido da necessidade de criar fundos específicos para isso, como funciona hoje com as carteiras de debêntures de infraestrutura, ou de elaborar regras que definam qual a concentração em papéis isentos necessária para que o benefício vigore.

A indústria de fundos era uma das principais vozes contra a isenção, que fazia das letras um concorrente difícil de enfrentar. Em 2014, enquanto o estoque em LCIs e LCAs crescia 30% e ultrapassava R$ 200 bilhões, os fundos registravam a pior captação desde 2008.

Também o segmento private dos bancos privados vem sofrendo a concorrência dos isentos. As instituições foram obrigadas a suprir a demanda de seus clientes pelos papéis de crédito emitidos em grande escala pelos bancos públicos a altas taxas, concorrendo com produtos mais rentáveis de suas grades.

Na queda de braço, tem pesado mais a voz favorável à continuidade da isenção. Dentre os argumentos está a importância do instrumento de captação, especialmente para bancos pequenos e médios, em um momento delicado de mercado, com desafios de financiamento. Há ainda o entendimento de que mudar as regras para LCI e LCA poderia minar a confiança dos investidores em outros instrumentos isentos, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), debêntures de infraestrutura e até as recém-criadas Letras Imobiliárias Garantidas (LIG).

A própria presidente da Anbima, Denise Pavarina, também diretora do Bradesco, tem direcionado seus discursos para a isonomia entre fundos e títulos, como fez no almoço da associação com jornalistas em fevereiro, ainda que sempre reforce a incoerência de se ter produtos de investimento com liquidez e rentabilidade altas e risco baixo. Também têm surgido argumentos contrários à ideia de que a isenção seja vinculada a prazo - válida somente para LCIs e LCAs sem liquidez ou com vencimentos distantes. O argumento é que a regra poderia forçar o alongamento de títulos, ainda que o lastro não justificasse, como no financiamento à safra, por exemplo.

Na elaboração da proposta a ser entregue ao Ministério da Fazenda, a Anbima tem dialogado com outras associações de peso, como a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). A ideia é chegar a um texto final comum. Não houve demanda do governo, mas o entendimento do mercado é que há uma janela de diálogo, até porque, antes de assumir o ministério, Levy estava no comando da gestora do Bradesco.

Reportagem do Valor mostrou, em janeiro, que, diante da perspectiva de mudanças nas regras para isenção para LCIs e LCAs, algumas instituições, principalmente bancos públicos e de menor porte, chegaram a alongar prazos para garantir por mais tempo uma fonte de captação de recursos mais barata.

 

Cetip pode ganhar R$ 120 mi com crédito imobiliário

http://www.valor.com.br/financas/3933294/cetip-pode-ganhar-r-120-mi-com-credito-imobiliario

A entrada da Cetip no segmento de registro eletrônico de contratos imobiliários poderia aumentar o faturamento da companhia em R$ 120 milhões, equivalente a um crescimento de 10%. Os cálculos são dos analistas do BTG Pactual.

Uma circular publicada pelo Banco Central (BC) na sexta-feira determinou que os bancos enviem à autoridade monetária uma série de dados sobre contratos de financiamento imobiliário (valor desembolsado, número de quartos do imóvel, localização etc), a partir de fevereiro de 2016. São exigências parecidas com as que o BC já faz para o financiamento de veículos - e que os bancos contam com os serviços da Cetip para cumprir.

A conta feita pelo BTG Pactual é simples: no Brasil são feitos por ano 600 mil financiamentos de imóveis e a Cetip poderia ganhar R$ 200 em cada contrato registrado no BC, num total de R$ 120 milhões. Os analistas ponderam, no entanto, que não está claro qual seria a taxa cobrada por registro, qual a participação de mercado possível, a margem do produto, entre outros pontos.

Segundo eles, o registro imobiliário é uma das alternativas de negócios mais promissoras da Cetip. A solução é semelhante à que a empresa já tem para o financiamento de veículos - responsável por 15% das receitas. "No fim do dia, o mercado de crédito imobiliário está crescendo mais rápido do que o de financiamento de veículos", dizem os analistas em relatório.

A grande questão era quando essa solução poderia ser implementada, uma vez que faltava a regulamentação. O BC, porém, publicou a circular 3.747 na sexta-feita, que regulamenta a resolução 4.088, de 2012, para detalhar as exigências referentes ao crédito imobiliário. A circular afirma que o registro obrigatório vai valer a partir de fevereiro de 2016.

"Em nossa opinião, o fato de a Cetip já ter um sistema em funcionamento para registrar empréstimos de veículo a coloca em uma posição excelente para ser a líder deste novo segmento (e potencialmente o único jogador, como no financiamento de veículos)", avalia a equipe do BTG Pactual.

Procurada, a Cetip afirmou que está estudando o impacto da circular em seus negócios. Também disse que está em período de silêncio e não poderia detalhar o tema.

Além de registrar as operações no BC, a Cetip também pode atuar como ponte entre os bancos e os cartórios para facilitar a originação dos contratos. É claro que há uma sinergia em atuar nas duas etapas. Reportagem do Valor do mês passado mostrou que o projeto de automatização de cartórios e bancos para diminuir a burocracia na concessão de crédito habitacional avançou neste ano.

 

segunda-feira, 2 de março de 2015

Governo estuda taxar lucros e dividendos e herança

Governo estuda taxar lucros e dividendos e herança - Notícias - UOL Notícias

Governo estuda taxar lucros e dividendos e herança

Há pelo menos três possibilidades para o governo taxar o "andar de cima", como definiu a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) sobre as medidas em estudo pela equipe econômica para aumentar a arrecadação de impostos sobre a parcela mais rica da população.

Segundo a coluna apurou, técnicos da Fazenda e do Planejamento ponderam a viabilidade de tributar lucros e dividendos, incluindo remessas para o exterior, e criar impostos sobre heranças e grandes fortunas.

A equipe econômica também considera instituir a cobrança de Imposto de Renda sobre LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) –o que, indiretamente, seria também taxar as pessoas mais ricas, pois essas modalidades de investimento, hoje isentas de IR, costumam ter aplicações iniciais altas.

Conforme a Folha revelou na sexta-feira (27), o ministro Nelson Barbosa (Planejamento) afirmou aos senadores do PT, numa reunião no Palácio do Planalto na quarta-feira (25), que o governo vai anunciar em breve iniciativas para aumentar a tributação sobre os mais ricos. Essa é uma reivindicação dos congressistas do partido, como forma de compensar o desgaste das medidas já anunciadas que tornam mais rígida a concessão de direitos trabalhistas como o seguro-desemprego e o abono salarial.

Barbosa, no entanto, não detalhou de que forma tal tributação "do andar de cima" seria feita. Não se sabe até aqui nem quantas nem quais medidas serão de fato implantadas.

Um dos cálculos feitos pelo governo estima em R$ 31 bilhões o potencial de arrecadação anual com a tributação de lucros e dividendos. O foco dessa medida são os empresários e acionistas, na pessoa física, remunerados por meio de distribuição de lucros –isenta de impostos.

Esse mecanismo, no entanto, encontra forte resistência de alguns membros da equipe econômica, pelo temor de que possa afugentar parte do capital estrangeiro produtivo investido no país. Seria um exemplo de "mudança de regra no meio do jogo", pois muitas multinacionais remetem lucros e dividendos para suas matrizes com isenção de impostos.

Uma alteração abrangente na norma, neste momento, certamente provocaria desgaste na credibilidade do governo, já bastante afetada nos últimos meses.

Um técnico bem informado sobre o tema disse à coluna que a tributação sobre grandes fortunas virá mais cedo ou mais tarde. Segundo ele, esse tipo de tributo é cobrado na maioria das economias desenvolvidas, e não há como o Brasil não implantar o mecanismo.

Outra possibilidade em análise para aumentar a arrecadação é uma anistia fiscal para recursos não declarados aplicados no exterior. Um dos problemas dessa medida é o aspecto ético, pois grande parte desse dinheiro tem origem criminosa, como tráfico de drogas, contrabando, caixa dois e até mesmo desvio de recursos públicos.

Crédito imobiliário na visão do setor

Crédito imobiliário na visão do setor

Crédito imobiliário na visão do setor

Quando penso nas perspectivas do crédito imobiliário para os próximos anos, uma cena de 15 anos atrás me vem à cabeça: a reunião em 2001, na sede da Ademi-RJ, com o ex-presidente do BNH (Banco Nacional da Habitação), José Maria Aragão.

Eram tempos difíceis para os financiamentos imobiliários, pois os bancos não queriam e não gostavam de financiar empresas e pessoas físicas, em função da falta de garantia e, principalmente, do quase total desconhecimento do setor imobiliário sobre o mecanismo de compensação dos créditos dos bancos junto ao FCVS (Fundo de Compensação das Variações Salarias).

Naquele ano de 2001, os recursos do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) financiaram 35.768 unidades e, em 2002, 28.932 unidades. Muito pouco diante das necessidades habitacionais da época.
Após esse contato com o ex-presidente do BNH, tivemos encontros com o diretor de normas do Banco Central, Sergio Darcy. Aproximadamente um ano depois, o Banco Central regulamentou a obrigação de os agentes financeiros voltarem para o setor imobiliário os recursos represados do FVCS "virtual".

Posteriormente, a equipe de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou, em 2004, o marco regulatório convertido na Lei 10.931, conhecida como a Lei do Patrimônio de Afetação, que devolveu aos bancos a segurança jurídica necessária para a retomada do crédito imobiliário.

Desde então, as condições de financiamentos só melhoraram, com queda das taxas de juros, aumento dos prazos máximos de financiamento e simplificação da avaliação de crédito dos proponentes compradores, sem perder, contudo, a qualidade necessária à manutenção da boa saúde do SFH (Sistema Financeiro de Habitação).

Complementares aos recursos da poupança ganharam força aqueles captados no mercado de capitais, com benefícios fiscais para os investidores pessoas físicas. Foram mais de R$ 196 bilhões com a emissão de LCIs (Letras de Crédito Imobiliários), CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e LHs (Letras Hipotecárias).

Também desempenharam importante papel na consolidação do crédito imobiliário os recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), pois têm direcionamento às famílias de baixa renda, que recebem descontos (subsídios) para complementar o preço e/ou reduzir a taxa de juros, que pode chegar até o mínimo de 4,5% ao ano. Alicerçado nessa premissa, o governo federal criou o programa Minha Casa, Minha Vida que, a partir de 2009, aqueceu a produção e aquisição de imóveis novos e já contratou a construção de mais de 3,6 milhões de unidades.

Para os próximos anos, não haverá falta de recursos para o financiamento do crédito imobiliário. Ao contrário, a saúde do sistema refletida pela baixa inadimplência, com quotas de financiamento em torno de 65% do valor dos imóveis, e a insistência de os brasileiros anteciparem o pagamento de suas dívidas reafirmam o interesse dos bancos em ampliar, ainda mais, a participação nessas operações, que têm garantia e liquidez.

E para incentivar ainda mais esse mercado, criou-se mais um título para captar recursos no mercado de capitais, as LIGs (Letras Imobiliárias Garantidas), regulamentadas pela Lei 13.097/2015, sancionada em 19 de janeiro deste ano pela presidente Dilma Rousseff.

O Secovi-SP participou ativamente dos debates anteriores à criação das LIGs, mas restaram algumas dúvidas sobre o direcionamento dos recursos captados por elas e o lastro imobiliário necessário, que serão sanadas, acreditamos, com a regulamentação da Lei pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Entretanto, se os recursos não forem direcionados ao mercado e se o seu lastro não tiver substancial quantidade de créditos imobiliários não haverá motivos para o título oferecer benefício fiscal às pessoas físicas e aos investidores estrangeiros, conforme proposto.

Também na mesma Lei foi criado o instrumento de concentração do ônus na matrícula dos imóveis, que dará mais segurança jurídica, celeridade e economia ao processo de compra e venda. Para se chegar a esse modelo foram necessários nove anos de intensos trabalhos de técnicos do Secovi-SP, da Abecip, Arisp, Caixa, CBIC, do Irib e Ministério da Fazenda.

Agora, a principal preocupação do setor imobiliário é com os rumos e as condições da economia do País, pois comprovadamente o mercado imobiliário impulsiona o PIB e vice-versa.

Celso Petrucci é economista-chefe do Secovi-SP (Sindicato da Habitação)

CIDs, dívida de R$ 80 milhões e ação no MP; entenda guerra do Corinthians com a prefeitura

CIDs, dívida de R$ 80 milhões e ação no MP; entenda guerra do Corinthians com a prefeitura - ESPN.com.br

CIDs, dívida de R$ 80 milhões e ação no MP; entenda guerra do Corinthians com a prefeitura

Gazeta Press
Arena Corinthians ainda não foi totalmente concluída e gera guerra com a prefeitura

Arena Corinthians ainda não foi totalmente concluída e gera guerra com a prefeitura

Na semana passada, foi manchete a briga do Corinthians com a prefeitura de São Paulo por conta da liberação dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento (CIDs) para a construção da Arena erguida em Itaquera.

Mas o que são, de fato, os tais CIDs, que têm causado tanto desconforto no clube, que alegou inclusive ter aumentado sua dívida em R$ 80 milhões apenas em juros bancários?

Com base em apuração feita pelo ESPN.com.br, a reportagem elaborou uma série de perguntas e respostas para ajudar a entender a questão. Portanto, confira a seguir algumas explicações que podem auxiliar a compreender melhor o ponto que tem gerado imbróglio na obra da Arena Corinthians.

De onde surgiram os CIDs?
Para entender do que se tratam os CIDs, é preciso voltar um pouco no tempo. Mais precisamente em julho de 2011, quando a Câmara Municipal de São Paulo aprovou o substitutivo ao projeto de lei 288/2011, que trata da concessão de incentivos de R$ 420 milhões ao Estádio do Corinthians por conta da abertura da Copa do Mundo de 2014 - essa, aliás, foi condição obrigatória para a liberação do dinheiro.

O que previa o projeto de lei?
Resumidamente, incrementar com esses tais certificados o fundo de investimentos que foi criado pelos empreendedores do complexo esportivo. Ou, no caso, o Corinthians e a Odebrecht, empreiteira responsável pela obra em Itaquera. Em outras palavras, seriam papéis emitidos pela prefeitura para que o clube vendesse e arrecade os R$ 420 milhões para pagar parte da obra em Itaquera, que custou cerca de R$ 1 bilhão.

Como funcionariam os certificados?
Os documentos, a partir da incrementação do fundo de investimentos, poderiam ser vendidos pelas partes no mercado financeiro, com desconto ao comprador sobre o valor de face. Com esses títulos na mão, os compradores podem abater valor de impostos. A vantagem é que isso poderia significar um desconto, já que para o pagamento dos impostos valeria o valor de face. Por exemplo: um CID de 100 reais poderia ser comprado por 90 reais, mas na hora de pagar o imposto valeria os 100 originais. O clube receberia os CIDs no valor de 50 mil cada um, válidos por 10 anos. 

Por que foi necessária essa alteração na lei?
A concessão foi uma das pré-condições para que a Fifa pudesse aprovar a então futura Arena Corinthians como palco do primeiro jogo do Mundial, além dos R$ 400 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que tem deixado grande parte da sede social do clube, o Parque São Jorge, ou 45 mil m² do terreno, hipotecados pela Caixa Econômica Federal.

Mas onde estão os CIDs?
Os certificados foram liberados pela prefeitura ao Corinthians. Até o momento foram emitidos R$ 405 milhões CIDs que já podem ser negociados no mercado desde o fim da Copa do Mundo. Só que os documentos não foram convertidos em dinheiro até agora, e essa é a reclamação do clube.

Por que os CIDs ainda não foram convertidos em dinheiro?
O Corinthians cobrou a prefeitura pela liberação dos CIDs. O governo, por sua vez, alega que nao houve interessados em adquirir os certificados por conta de uma ação no Ministério Público contestando a legalidade do acordo que dava isenções fiscais à obra.

Que ação é essa do Ministério Público?
Foi movida pelo promotor Marcelo Camargo Milani, da promotoria de Patrimônio Público do MP-SP no dia 25 de maio de 2012 e é contra o ex-prefeito Gilberto Kassab, que deu sanção ao projeto de lei, a construtora Odebrecht e o próprio Corinthians, além da gestora BRL Trust e Arena Fundo de Investimento Imobiliário. A acusação é de improbidade administrativa, e o promotor pede que os envolvidos desembolsem uma multa de R$ 1,74 bilhão, com base na lei 8.429/92.

O que é improbidade administrativa?
É um ato contrário ou ilegal à administração pública cometido por um agente público enquanto em exercício de uma função pública. Segundo o MP, o ex-prefeito Kassab não tinha respaldo legal para poder renunciar ao ISS que seria arrecadado pelo município com a construção do estádio, que giraria na casa dos R$ 40 milhões. De acordo com a ação, a prefeitura não estudou como compensar essa perda.

Por que a ação no MP dificulta a venda dos CIDs?
Pois ela afasta eventuais compradores por conta da insegurança jurídica com relação à obra. A ação ainda deve demorar cerca de dois anos para ter um desfecho, o que vai continuar dificultando a venda dos títulos.

Por que não vender os CIDs prejudica o Corinthians?
Sem conseguir negociar os CIDs, a dívida do clube com os juros bancários vai crescendo. O Corinthians alega que, até o momento, já foram gastos mais de R$ 80 milhões por conta dessa dívida.

O que quer o Corinthians ao pressionar a prefeitura?
Conforme apurou o ESPN.com.br, ao divulgar nota oficial atacando a prefeitura, o Corinthians buscou basicamente duas coisas. A primeira delas era que o governo municipal pressionasse o Ministério Público a desistir da ação que questiona a legalidade da lei que permitiu a emissão desses certificados para o time do Parque São Jorge, visando acelerar a venda dos CIDs. A segunda é pressionar o município a comprar esses títulos de volta, ou ao menos garantir as quantias ao clube. Só que o prefeito Fernando Haddad sequer cogita a operação por considerá-la ilegal.

Haddad: 'Defendo Arena em Itaquera, mas repensaria a engenharia financeira'; ASSISTA

Estoque de LCI cresce 55% em um ano

Estoque de LCI cresce 55% em um ano - InfoMoney

Estoque de LCI cresce 55% em um ano

SÃO PAULO – O estoque de LCI (letras de crédito imobiliário) cresceu 55% entre janeiro de 2014 e o mesmo mês de 2015, segundo dados da Cetip. No primeiro mês do ano passado, o estoque destes títulos era de R$ 103 bilhões, enquanto no mês passado estava em R$ 160 bilhões. Na comparação mensal, com dezembro de 2014, a alta foi de 6%.

Considerando todo o estoque que ativos com lastro imobiliário – LCI, CRI (certificado de recebíveis imobiliários) e CCI (cédula de crédito imobiliário) -, a alta foi de 42,2% em um ano, para R$ 306 bilhões. "A evolução do estoque de títulos imobiliários registrados na Cetip confirma a importância destes no financiamento do setor", disse a Cetip, em relatório.

Os títulos do agronegócio também registraram aumento de estoque. A soma de LCA (letras de crédito do agronegócio), CRA (certificados de recebíveis do agronegócio) e CDCA (certificados de direitos creditórios do agronegócio) evoluiu 46,0% em relação ao mesmo período de 2014, para R$ 47 bilhões. As LCAs representam a maior parte do montante total – R$ 43 bilhões.

O estoque total de títulos privados depositados na Cetip atingiu R$ 2,563 trilhões em janeiro, com aumento de 3,5% em relação ao mesmo período de 2014.

Rebaixamento da Petrobras derruba a avaliação de título imobiliário

Rebaixamento da Petrobras derruba a avaliação de título imobiliário - Bem Paraná

Rebaixamento da Petrobras derruba a avaliação de título imobiliário

25/02/15 às 13:50 Folhapress

TONI SCIARRETTA SÃO PAULO, SP - A agência de classificação de risco Moody´s, que na rebaixou a nota da Petrobras para grau especulativo (mau pagador da dívida), decidiu rebaixar também os CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) ligados a prédios alugados pela estatal. Esses títulos, que foram emitidos pela securitizadora RB Capital, tiveram suas avaliações reduzidas de Ba2 para Baa3, já considerado em grau especulativo e uma nota acima do da própria Petrobras. Segundo a agência, o rebaixamento se deve à redução na avaliação da própria Petrobras, locatária desses imóveis. A Petrobras tem cerca de R$ 1,1 bilhão em títulos ligados a imóveis, negociados no mercado de capitais.

Crédito imobiliário tem melhor janeiro da história, diz Abecip | Economia | G1

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Crédito imobiliário tem melhor janeiro da história, diz Abecip

Hora 1_imóveis (Foto: reprodução TV Globo) Volume de empréstimos atingiu R$ 9,1 bilhões
(Foto: Reprodução/TV Globo)

O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis somou R$ 9,1 bilhões, aumento de 12% em relação a janeiro do ano passado, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário (Abecip).

Foi o melhor mês de janeiro da série histórica do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Na comparação com dezembro do ano passado, os empréstimos recuaram 14,1%. "Isso apenas confirma o comportamento sazonal do crédito imobiliário, caracterizado pela redução das operações nos inícios de ano", disse a associação, em nota.

Nos últimos 12 meses, até janeiro, R$ 113,8 bilhões foram destinados ao financiamento à aquisição e construção de imóveis, resultado 2,9% superior ao dos 12 meses anteriores.

Nos 12 meses compreendidos entre fevereiro de 2014 e janeiro de 2015, os financiamentos imobiliários atingiram 542,1 mil imóveis, 1,5% acima do registrado nos 12 meses anteriores. "Os dados revelam que se mantém a tendência de crescimento das concessões de crédito."