quarta-feira, 30 de abril de 2014

O cobiçado 'triple A' não é mais aquele - e ninguém se importa

O cobiçado 'triple A' não é mais aquele - e ninguém se importa

Antes cobiçada e alardeada por mais de 60 empresas e subsidiárias em 1980, a classificação de crédito AAA, uma espécie de medalha de ouro, quase desapareceu das empresas americanas.

Apenas três delas - Microsoft Corp., Johnson & Johnson e Exxon Mobil Corp. - conservam hoje essa distinção, o menor número já registrado. E quem se importa?

Não Jan Siegmund, diretor financeiro da Automatic Data Processing Inc. A processadora de folha de pagamento perdeu a classificação mais alta em 10 de abril ao anunciar planos de desmembrar sua divisão de serviços a revendedoras, focada em marketing para concessionárias e fabricantes de automóveis.

Os acionistas da ADP também não parecem se importar. Desde que a empresa perdeu a classificação AAA, a ação dela subiu 0,6%. A ADP não tem títulos de dívida vencidos. "Não houve nenhuma consequência negativa", diz Siegmund. "Julgamos que AA é uma classificação perfeitamente satisfatória."

O declínio nas classificações AAA reflete uma mudança de atitude de empresas e investidores quanto ao valor, o custo e o risco dos títulos de dívida. Níveis historicamente baixos das taxas de juros e do crescimento econômico fizeram os investidores partir em busca de rendimentos mais altos e diminuíram o medo da inadimplência. Isso levou a um rebaixamento contínuo das classificações de crédito. De fato, 81% das empresas classificadas em 2013 receberam nota B da Standard & Poor's, classificação que os investidores chamam de "alto risco".

Nesse contexto, os investidores veem uma diferença insignificante entre os dois primeiros níveis da escala de classificação e negociam com os papéis dos dois tipos como se tivessem risco quase igual. Assim, agora há mais analistas e investidores dizendo que os acionistas de empresas com classificação AAA estão, na verdade, pagando por um privilégio que oferece poucas vantagens em troca.

"É uma boa pergunta que qualquer diretor-presidente e diretor financeiro responsável deve considerar: Será que vale a pena ter uma classificação AAA?", diz Mark Puccia, diretor administrativo da S&P, um das agências de classificação que rebaixaram a nota da ADP.

As agências S&P, Moody's Investors Service e Fitch Ratings classificam as empresas segundo a capacidade delas de pagar suas dívidas - e cobram por isso.

As empresas com classificação mais alta mostram algumas qualidades distintas, como endividamento baixo, fluxo de caixa gordo, margens de lucro altas, marcas fortes e posições de liderança em seus setores, diz Daniel Gates, diretor administrativo da Moody's.

Em teoria, isso deveria tornar os empréstimos muito mais baratos para as empresas AAA. Só que o mercado não está tratando as empresas dessa forma.

A Microsoft vendeu US$ 450 milhões em títulos de dívida de cinco anos em abril de 2013, com um rendimento de 0,32 ponto percentual ao ano acima do das notas do Tesouro americano (as Treasury). Menos de uma semana depois, a Apple Inc., classificada como AA+, emitiu US$ 4 bilhões em títulos de cinco anos com um rendimento apenas ligeiramente superior, de 0,40 ponto percentual. Em ambos os papéis, os prêmios sobre os juros de referência foram dos mais baixos já pagos numa emissão de dívida de empresa.

Em 22 de abril, os títulos emitidos por empresas com classificação AA estavam sendo negociados com juros apenas 0,05 ponto percentual acima dos pagos por títulos AAA, segundo o Barclays.

É verdade que o aumento geral do risco pode se tornar um problema no caso de outra crise financeira. Após o colapso do banco Lehman Brothers, os investidores, em particular, aprenderam a gostar de títulos de longo prazo com classificação AAA. No auge da crise financeira, em abril de 2009, o spread entre as taxas dos títulos AAA e AA avançou para 1,93 ponto percentual, o maior desde 1998.

Jesse Fogarty, gerente de portfólio da Cutwater Asset Management, diz que a dívida empresarial AAA é uma das poucas coisas que podem ser vendidas em épocas de turbulência financeira, sendo útil se o investidor necessita fazer caixa rapidamente.

"Se você realmente precisar aumentar a liquidez, um título Johnson & Johnson AAA seria uma das melhores coisas que você teria para poder fazer isso", diz Fogarty, cuja empresa administra US$ 25 bilhões, sobretudo para fundos de pensão e seguradoras. "Muitas vezes, em períodos de estresse, você não vende o que você quer vender, mas sim o que você consegue vender. Esses são o tipo de ativo a que você poderia recorrer."

Um porta-voz da Johnson & Johnson disse que a empresa gosta da classificação de crédito mais alta, uma vez que dá "maior flexibilidade para administrar nossa empresa, acesso praticamente ilimitado aos mercados de capital e as taxas de juros mais favoráveis para financiar nossos negócios".

A farmacêutica vendeu US$ 900 milhões em títulos de dez anos em junho de 2008, quando os mercados financeiros estavam em crise, e conseguiu um prêmio de 1,03 ponto percentual em relação a títulos comparáveis do Tesouro. Por outro lado, a PepsiCo Inc., que recebeu nota Aa2 da Moody's, vendeu US$ 1,75 bilhão em títulos apenas um mês antes, com um prêmio de 1,25 ponto percentual.

Manter a classificação mais elevada é um objetivo potencialmente caro para as próprias empresas, diz Joe Mayo, diretor de pesquisa de crédito empresarial na Conning Inc., que administra mais de US$ 85 bilhões em ativos, principalmente para seguradoras. "O benefício para elas em termos de redução do custo dos empréstimos não é tão significativo", diz ele.

Analistas argumentam que as empresas com um balanço imaculado estão penalizando seus acionistas ao não tomar empréstimos.

As empresas de classificação mais alta poderiam aumentar o retorno aos acionistas acrescentando um pouco mais de dívida aos seus balanços e devolvendo esse dinheiro aos acionistas, diz Martin Fridson, diretor de investimentos da consultoria Lehmann, Livian, Fridson Advisors LLC.

A Microsoft, por exemplo, poderia aumentar seus lucros por ação em 10% se emprestasse mais US$ 5 bilhões para expandir seu programa de recompra de ações, diz Chris Hickey, analista da Atlantic Equities. A empresa de software divulgou lucro por ação de US$ 2,58 no ano passado.

"Não creio que um AAA, em contraste com AA, seja significativo para os investidores em ações", diz Hickey.

Um porta-voz da Microsoft não quis falar sobre a classificação de crédito, mas disse que a empresa tomou emprestado quase US$ 25 bilhões no mercado de títulos desde 2009 e retornou US$ 189 bilhões aos acionistas por meio de dividendos e recompra de ações ao longo dos últimos anos.

Siegmund, diretor financeiro da ADP, lembra que a classificação AAA antes tinha algum peso. De fato, seus vendedores a utilizavam como um "elemento de prestígio" ao abordar novos clientes.

Mas agora que a empresa caiu para a nota AA e os clientes e investidores nem reagiram, ela se contenta em deixar as coisas como estão. "Nós com certeza não estamos fazendo lobby para uma volta ao AAA", diz Siegmund. "Estamos muito felizes com a nossa classificação de hoje." (Colaborou John Kester)

sábado, 26 de abril de 2014

Fannie e Freddie alertam para alta no custo de hipotecas após nova lei

Fannie e Freddie alertam para alta no custo de hipotecas após nova lei

WASHINGTON  -  As gigantes do financiamento imobiliário Fannie Mae e Freddie Mac expressaram nesta sexta-feira suas preocupações sobre uma proposta de desativá-las, alertando para um possível aumento nos custos de hipoteca, entre outros problemas potenciais para o mercado imobiliário.

As preocupações foram descritas em memorandos nas últimas semanas e entregues ao regulador das duas empresas, pouco antes da votação, em uma comissão do Senado, de um projeto de lei que prevê o encerramento das atividades das duas companhias ligadas ao governo com um período de transição de pelo menos cinco anos. A lei prevê substituir as empresas de hipoteca por um novo sistema, em que empresas privadas poderiam transformar hipotecas em títulos garantidos pelo governo federal.

Fannie e Freddie foram federalizadas em 2008 e não estão autorizados a fazer lobby. Mas o Departamento do Tesouro, que injetou cerca de US$ 188 bilhões nas empresas para mantê-las vivas no auge da crise dos supbprimes, pediu a elas para que forneçam apoio técnico ao projeto do Senado, que tem o apoio da Casa Branca. Os memorandos com os dados solicitados tornaram-se públicos nesta sexta-feira.

As empresas levantaram preocupações sobre os requisitos propostos para capital e do desenho do novo sistema, que segundo as empresas podem levar a custos de financiamento mais elevados para os proprietários de imóveis, especialmente aqueles sem garantias fortes para crédito.

O projeto prevê que as sucessoras de Fannie e Freddie terão de manter um colchão de capital de 10%, o que alguns economistas dizem ser mais do que o dobro daquilo que as empresas precisariam para resistir à crise.

"Não há dúvida de que as taxas de hipoteca aumentariam sob a nova lei por causa do aumentos dos requisitos de capital, para qualquer nova empresa do sistema. A dúvida é quanto aumentaria", informa o memorando da Freddie.

A Freddie estima que as taxas podem aumentar em até 2,2 pontos percentuais para determinados mutuários, enquanto a Fannie prevê alta de 1,4 ponto percentual. A taxa média de hipoteca de 30 anos está em cerca de 4,5%, de acordo com a Mortgage Bankers Association, entidade do setor de hipotecas.

Outra preocupação é que as empresas estariam incumbidas de gerir um "período sem precedentes de transição longa" em que reter e atrair pessoal para gerenciar os cerca de US$ 5 trilhões em garantias de hipotecas ficaria crescentemente difícil. "O risco de perdas de pessoal que minariam a capacidade da empresa de operar é muito real e muito significativo", informa o memorando da Freddie.

(Dow Jones Newswires)

Dow Jones Newswires



Alexandre Assolini
PMKA Advogados

quinta-feira, 24 de abril de 2014

VAGAS DE ESTÁGIO PARA ESTUDANTES DE DIREITO DE 4º E 5º ANO

Vagas de estágio para estudantes de direito de 4º e 5º ano.

PMKA São Paulo 2014. 

O que procuramos?

üEstudantes de direito do 4º ou 5º ano.
üPessoas que se identifiquem com os valores do escritório.
üFluência em inglês ou espanhol é muito valorizada.

 

O que PMKA oferece?

üUm ambiente de trabalho leve, informal e descontraído.
üUma mentalidade DIFERENTE dos demais escritórios.
üBolsa auxílio compatível com o mercado.
üVale refeição.
üVale transporte.
üBônus Semestral.

  

Os interessados podem mandar o seu CV para universitario@pmka.com.br

terça-feira, 22 de abril de 2014

Bancos aceleram captação local

Bancos aceleram captação local

Mesmo sem apostar muito no crédito neste ano, os bancos estão com o pé no acelerador para captar recursos no país. O estoque dos principais papéis de renda fixa emitidos pelas instituições fechou março em R$ 1,16 trilhão, expansão de 18,5% em 12 meses. O levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) considera Certificados de Depósito Bancário (CDBs), letras financeiras, Depósitos a Prazo com Garantia Especial (DPGE) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI). São papéis que respondem por cerca de 90% do estoque de títulos bancários.

Pelas projeções do Banco Central, o estoque de empréstimos no país avançará 13% neste ano. Mais do que uma aposta no avanço do crédito, portanto, o esforço de captação dos bancos é explicado por outros motivos que afetam a indústria no momento, segundo executivos do setor ouvidos pelo Valor. A preocupação com a liquidez, por exemplo, tem incentivado os bancos a vender papéis. Por enxergarem que 2014 pode ser mais turbulento e com calendário apertado por conta de eleições e da Copa do Mundo, as instituições têm optado por formar um colchão de liquidez.

"Os bancos estão montando uma posição de maior liquidez. Sabem que o dinheiro mais caro é aquele que você precisa, então preferem montar uma reserva agora", diz Antonio Oliveira, diretor de mercado de capitais do HSBC. Esse é especialmente o caso de bancos de menor porte, que são os mais afetados em períodos mais turbulentos. Segundo Norberto Zaiet, vice-presidente de finanças do banco Pine, há um movimento de expansão contínua das captações. "Temos mantido uma liquidez importante no balanço. A gente se sente confortável em manter 30% de depósitos em caixa, mas temos deixado ao redor de 40% a 45%."

Além do reforço na captação, há mudanças no portfólio dos produtos ofertados. As instituições estão privilegiando as vendas locais de papéis em detrimento das externas, por questões de custos mais baixos domesticamente.

Os números dos recursos captados no exterior não mostraram recuo no primeiro trimestre, mantendo o patamar de US$ 3,8 bilhões de igual período de 2013. Executivos relatam, porém, que alguns bancos chegaram a cogitar emitir títulos no exterior, mas, contas feitas, resolveram manter suas emissões no mercado local. "Muita gente demorou para captar e viu o custo subir", diz Oliveira.

Em relato ao Valor, o vice-presidente de um grande banco privado afirmou que houve uma redistribuição dos tipos de captação, sem que tenha havido uma expansão muito descolada do crédito na soma de todas as linhas de funding da instituição.

Do lado da clientela, a demanda por papéis de banco tem contribuído tanto para o reforço da liquidez, quanto para a troca de captações externas por locais. "Tem havido demanda agressiva por parte dos poupadores por títulos de bancos, principalmente os isentos de impostos", diz Daniel Lemos, diretor de renda fixa da XP. Letras de crédito imobiliário e do agronegócio não são tributadas com imposto de renda.

O diretor de RI do Banco ABC Brasil, Alexandre Sinzato, diz que a instituição sente uma maior oferta de recursos por parte de investidores, que podem estar atentos à perspectiva de desaceleração da economia e esperam colher ganhos à frente. "Vemos uma oferta de recursos numa taxa mais forte e é isso que tem feito com que a nossa liquidez fique mais elevada."

Entre os investidores institucionais, a falta de oferta de debêntures nos primeiros meses do ano aumentou a procura por títulos bancários. Os papéis cujos estoques mais crescem são letras financeiras e LCIs. Em março, o saldo de letras financeiras alcançou R$ 371,2 bilhões, e o CDB, R$ 647,7 bilhões.

Fábio Zenaro, gerente-executivo da Cetip, diz que há um movimento de migração dos fundos de investimento e de pensão de CDBs para letras financeiras. A troca é interessante para os bancos, pois as letras têm vencimento mínimo de dois anos, não sofre recolhimento compulsório e não conta com o seguro do Fundo Garantidor de Créditos. Esses fatores levam os bancos a oferecer taxas mais atrativas.



Alexandre Assolini
PMKA Advogados

Caixa regulamenta portabilidade de crédito imobiliário com FGTS | Valor Econômico

Caixa regulamenta portabilidade de crédito imobiliário com FGTS

BRASÍLIA  -  A Caixa Econômica Federal editou nesta terça-feira circular regulamentando a portabilidade de financiamentos habitacionais concedidos a pessoas físicas com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

A possibilidade de o tomador final do crédito levar a dívida para outro banco tinha sido autorizada há pouco mais de um mês pelo conselho curador do fundo, mas ainda dependia de norma da Caixa, como agente operador do FGTS,  para ser implementada.

A portabilidade não se aplica a contratos de financiamento de imóveis em fase de construção. No caso de imóveis prontos, o banco que ficar com o crédito imobiliário transferido assumirá a dívida perante o FGTS. 

A troca de instituição poderá resultar em custo menor para o tomador final mas não em queda de remuneração para o fundo. "A taxa de juros de remuneração do funding FGTS deve permanecer inalterada", diz a circular 650/2014 da Caixa, publicada no "Diário Oficial da União" de hoje. O texto prevê ainda que a esses juros será acrescida a taxa de risco relativa ao novo agente financeiro.

O prazo do contrato firmado com o banco que receber a operação não poderá ser superior ao prazo remanescente do contrato original. Tampouco poderá haver aumento do saldo devedor.

Ao permitir a portabilidade, a intenção do conselho curador do FGTS foi proporcionar ao tomador final  do crédito a chance de buscar melhores condições de financiamento. A redução do custo para o trabalhador pode ocorrer no diferencial de juros que compõe a remuneração dos agentes financeiros e a taxa de administração.

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Superávit do fundo cai com perdas para BVA e Rural | Valor Econômico

Superávit do fundo cai com perdas para BVA e Rural

O Fundo Garantidor de Créditos (FGC), entidade privada controlada pelos principais bancos do país, terminou 2013 com um superávit de R$ 2,63 bilhões, cifra 19,7% menor do que o resultado exibido no ano anterior. Perdas com os bancos BVA e Rural, que tiveram a liquidação decretada pelo Banco Central no ano passado, e com aplicações financeiras causaram a redução do superávit do fundo.

No ano passado, o FGC pagou R$ 1,24 bilhão a investidores que compraram papéis de bancos que enfrentaram problemas, principalmente o Rural. O valor é 60% inferior às indenizações feitas a aplicadores no ano anterior.

Além desses gastos, o fundo teve perdas de R$ 397,5 milhões com operações de liquidez montadas para socorrer os bancos BVA, Prosper, Morada e a financeira Oboé. Em relatório, o fundo informa que esse valor se refere a "provisões para perdas com o programa de aplicações de recursos".

Ajustes no valor de mercado de letras financeiras detidas pelo FGC também trouxeram despesas em 2013 de R$ 633,4 milhões.

Com o superávit de R$ 2,63 bilhões registrado no ano passado, o patrimônio social do fundo atingiu R$ 34,16 bilhões, com crescimento de 8,3% na comparação com 2012.

Os números divulgados ontem pelo FGC mostram que a entidade vem comprometendo menos recursos em operações de liquidez e de resgate de instituições financeiras. No ano passado, R$ 13,79 bilhões estavam comprometidos com essas transações. Isso equivale a 53% do patrimônio social. Em 2012, foram R$ 16,81 bilhões, ou 68% do patrimônio.



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BofA tem prejuízo no 1º tri após custos legais

BofA tem prejuízo no 1º tri após custos legais

O problema do Bank of America (BofA) com as hipotecas está durando mais tempo que o esperado, o que está levando alguns investidores a pensar na possibilidade de as enormes despesas que o banco está incorrendo terem se tornado um custo recorrente da realização de negócios, em vez de eles serem descartados como itens extraordinários. O banco anunciou ontem despesas de litígio de US$ 6 bilhões para o primeiro trimestre, superando em muito os custos de compensação de US$ 3,7 bilhões dos quais os investidores anteriormente tinham conhecimento.

O balanço no banco mostrou no primeiro trimestre do ano, em meio a esses encargos legais, um prejuízo de US$ 276 milhões, depois de lucro de US$ 1,48 bilhão no mesmo período de 2013.

Desde a crise financeira de 2008-2009, o Bank of America registrou cerca de US$ 50 bilhões a título de despesas com acordos em processos e custos legais relacionados, antes dos impostos. Sem essas despesas, seu lucro antes dos impostos teria sido três vezes maior.

As despesas resultam principalmente dos acordos ligados a hipotecas que o Countrywide Financial Corp emitiu durante o "boom" imobiliário e vendeu para investidores. O BofA comprou o Countrywide em julho de 2008, justo no momento em que o colapso das hipotecas desencadeava a crise. O BofA resolveu a maior parte dos litígios pendentes com investidores e está agora se concentrando nos acordos com o Departamento de Justiça e outras agências fiscalizadoras dos Estados.

Em uma conferência telefônica realizada ontem, analistas pressionaram o diretor financeiro do BofA, Bruce Thompson, a informar quando o banco vai parar de acumular custos relacionados a litígios. Thompson disse que o banco vem trabalhando em muitas questões pendentes, mas acrescentou: "Acho que precisamos ser realistas... é muito difícil prever isso".

Sua resposta foi mais branda que em outubro de 2013, quando ele disse em uma conferência telefônica com investidores: "Acho que a esta altura, estamos tentando sair na frente em relação aos nossos pares e superar alguns dos maiores acordos que fizemos".

As despesas legais têm sido um problema para os bancos de Wall Street desde a crise financeira, mas o BofA vem sendo particularmente afetado. Em dezembro de 2013, a firma de pesquisas SNL Financial calculou as despesas totais dos maiores bancos comerciais e de investimentos dos EUA com a crise de crédito e os litígios relacionados a hipotecas. O BofA foi responsável por mais da metade do total. O J.P. Morgan Chase, o próximo da lista, ficou com cerca de 30%.

Alguns gestores de recursos estão ficando impacientes. "Quando isso vai acabar? E como você considera isso na maneira como avalia uma companhia?", diz Ken Crawford, gerente de portfólio da Argent Capital Management, em St. Louis. A Argent não tem em carteira ações do Bank of America.

Geralmente, os investidores tentam avaliar uma companhia com base nos lucros de suas operações contínuas, frequentemente ignorando as despesas que são vistas como extraordinárias ou históricas. Durante muito tempo, os investidores colocaram os custos relacionados à crise das hipotecas na categoria de "custos históricos".

Mas isso pode estar mudando para o BofA e talvez até mesmo para outros bancos, segundo afirma Matt McCormick, um gerente de portfólio da Bahl & Gaynor Investment Counsel, que gerencia US$ 11 bilhões mas não tem ações do BofA.

"É como se esses caras tivessem se transformado na indústria do tabaco", diz McCormick, referindo-se aos pagamentos que os fabricantes de cigarros tiveram que fazer para por fim a processos movidos por consumidores. "Acabou virando uma irritação constante, porque parece que essas coisas não vão embora."

O Bank of America foi o responsável por boa parte dos próprios problemas ao comprar o Countrywide em 2008. Brian Moynihan, que foi nomeado executivo-chefe do banco mais de um ano após a conclusão do negócio, disse em 2011: "Obviamente não há muitos dias em que eu acorde e pense na aquisição do Countrywide de uma maneira positiva".



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Cotas de fundos imobiliários finalmente fecham um mês de forte variação positiva - InfoMoney

Cotas de fundos imobiliários finalmente fecham um mês de forte variação positiva

* Publicado originalmente no Portal TLON

A variação média dos preços das cotas dos Fundos de Investimento Imobiliário (FII), negociadas no mercado secundário da BM&FBOVESPA, entre fevereiro e março de 2014 ficou em território positivo, alcançando os 3,7%. Desta forma, a variação média1 acumulada no ano, ainda bastante em território negativo, melhorou significativamente, alcançando -6,9% ao final do primeiro trimestre de 2014, depois de ter se localizado em –9,8% ao final de fevereiro.

Na comparação entre o preço das cotas negociadas tanto em fevereiro como em março de 2014, nota-se um cenário diverso daquele observado nos meses anteriores. Por esta análise, das setenta cotas consideradas, 58 apresentaram variação positiva neste ínterim de um mês. A cota que obteve a maior variação percentual positiva no seu preço foi a referente ao FII CSHG Logística (HGLG11), com alta de 13,0%. Cabe ressaltar que os três fundos que apresentaram maior variação positiva no mês de preço de suas cotas são todos eles administrados pela Credit Suisse Hedging-Griffo CV. Além do já citado, complementam o grupo: o CSHG Brasil Shopping (HGBS11) e o CSHG Real Estate (HGRE11).

Por outro lado, entre os fundos que tiveram o preço de suas cotas negociado para baixo no mês de março, destaca-se aquele que obteve a maior queda: FII Presidente Vargas (PRSV11). Depois do Banco Santander (Brasil) ter rescindido o contrato de locação referente a um dos imóveis do fundo ainda em janeiro, o PRSV11 publicou Fato Relevante, em março, para informar que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) formalizaria termo aditivo ao contrato de locação para redução da área locada no outro edifício de propriedade do fundo, causando redução de 23,8% no total de andares locados pela agência, o que, segundo o mesmo documento, "poderá refletir na rentabilidade do fundo". Dessa forma, a variação negativa do preço das cotas deste fundo foi de 7,4% no período.

Para se realizar a análise da variação média acumulada de preço de cotas de FII até cada um dos três primeiros meses de 2014, são computados os preços de todas as cotas que tiveram negociação tanto em dezembro de 2013 como no mês final do período sendo considerado. Como de praxe, para se evitar eventuais distorções causadas por baixo montante negociado, os preços de cotas considerados são os preços médios mensais, ponderados por montante negociado.

Figura 1 – Evolução do indicador de valorização média dos preços das cotas de FII acumulada no ano

Uqbar 1 - 09-04

O mês de março coincidiu com o hiato entre as duas últimas altas da taxa básica de juros (SELIC). A última elevação desta taxa, de 10,75% para 11,00%, ocorrida no dia 2 de abril, foi precedida por aumento de igual proporção, de 10,50% para 10,75%, ainda em fevereiro, no dia 26 daquele mês.

A despeito da conjuntura monetária desfavorável no primeiro trimestre, no acumulado do ano, entre os 69 fundos considerados nesta análise, sete deles lograram registrar valorização de suas cotas. No acumulado do primeiro bimestre, o número de cotas com variação positiva havia sido de apenas três unidades. Por outro lado, ao fim do primeiro trimestre, uma ampla maioria de fundos ainda registra variação negativa do preço de suas cotas, ainda que o desempenho tenho sido alentador no último terço do período, como indicado acima.

Dos sete fundos que apresentaram variação de preço acumulada positiva no trimestre, por mais uma vez o fundo que encabeça a lista é o FII BB Renda de Papeis Imobiliários (RNDP11), com variação positiva de 9,9% no ano. Com valorização de 6,2% o CSHG Logística (HGLG11) é o segundo desta listagem. Na última semana de fevereiro, este fundo, que possui em sua carteira nove empreendimentos – predominantemente galpões logísticos e industriais - publicou Fato Relevante para informar que seus cotistas haviam decidido pelo cancelamento da 4ª emissão de cotas do fundo, em montante de aproximadamente R$ 213,9 milhões. Como se percebe pela Tabela 1, abaixo, figuram na listagem deste conjunto de sete FII dois fundos administrados pelo Banco J. Safra, o JS Real Estate Multigestão (JSRE11) e o JS Real Estate Recebíveis Imobiliários (BJRC11), que mantiveram o desempenho satisfatório verificado no acumulado até fevereiro.

Além disso, com variação acumulada no ano equivalente a 1,3%, o CSHG Brasil Shopping (HGBS11), que investe em oito shopping centers em quatro estados, é o quinto fundo de maior valorização.

Tabela 1 - As sete variações positivas de preço de cotas de FII no ano até março

Uqbar 2 - 09-04

Adicionalmente, a Tabela 2 mostra os cinco FII que apresentaram desvalorização de cota superior a 20,0%. No acumulado até março houve a inclusão do FII Presidente Vargas (PRSV11) no rol dos FII de maior desvalorização, que, por sua vez, conta com integrantes recorrentes da edição de fevereiro deste artigo.

Entre eles, e com especial atenção para o caso do PRSV11, citado acima, transpõem-se características que podem ajudar a identificar as causas de tão negativa variação acumulada. Com exceção do FII General Shopping Ativo e Renda (FIGS11), que teve o prazo de inauguração de um de seus imóveis, o ainda em construção Parque Shopping Maia, revisado, de abril de 2014 para o segundo semestre do mesmo ano, os outros apresentam um misto de alta vacância e desistência – por parte de seus locatários - de parcelas não desprezíveis da área bruta locável total dos imóveis de suas respectivas carteiras, com consequente impacto na rentabilidade destes fundos.

Tabela 2 - As maiores variações negativas de preço de cotas de FII no ano até março

Uqbar 3 - 09-04

¹ Para cálculos da variação média de preço de cotas, são excluídos tanto os FII que amortizaram no período em análise quanto aqueles que apresentaram nível de liquidez abaixo dos patamares mínimos estabelecidos pela Uqbar. Os preços das cotas de FII são estabelecidos em base mensal, sendo que o preço em determinado mês é calculado como a média dos preços das negociações realizadas na BM&FBovespa naquele mês, ponderada pelos respectivos montantes em cada negociação.



Alexandre Assolini
PMKA Advogados

Gestores descartam bolha e apontam oportunidades em debate sobre fundos imobiliários - InfoMoney

Gestores descartam bolha e apontam oportunidades em debate sobre fundos imobiliários

SÃO PAULO – Alguns dos principais gestores e especialistas em fundos imobiliários do país participaram na última quarta-feira (16) do Painel InfoMoney – Fundos Imobiliários, com transmissão ao vivo no site.

A mesa contou com Alexandre Machado, gestor de fundos imobiliários da Credit Suisse Hedging Griffo; Carlos Martins, sócio-executivo da Kinea e gestor do fundo Kinea Renda Imobiliária e dos fundos de incorporação imobiliária (Real Estate Equity); Edoardo Fina, coordenador da consultoria imobiliária Colliers; e Rodrigo Machado, diretor e sócio da XP Investimentos, responsável pela plataforma de negócios financeiros imobiliários do grupo XP.

O moderador foi Paulo Colaferro, CFP, membro do IBCPF (Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros) e sócio do multi family office Taler.

Vantagens dos fundos

O debate começou com uma apresentação sobre o investimento em fundos imobiliários e os participantes citaram as principais vantagens deste tipo de aplicação. Carlos Martins, da Kinea, lembrou que, ao investir em fundos imobiliários, o cotista tem acesso a empreendimentos de alta qualidade por um valor acessível. Isso porque os fundos investem nos mais variados tipos de imóveis: prédios comerciais, shoppings centers, galpões de logística, universidades, entre diversos outros. "Você participa de grandes projetos comprando cotas do fundo".

Outra vantagem é a isenção de imposto de renda sobre o rendimento para os investidores pessoa física. "Com o investimento direto em imóveis, você tem que pagar imposto de renda sobre receita de aluguel, que dependendo da sua renda poder chegar a 27,5%. Nos fundos há isenção, o que é outra grande vantagem", disse Martins.

Além disso, ao adquirir cotas de um fundo imobiliário, o investidor tem a liquidez do tamanho necessário, diferente de quando compra um imóvel. "Quando você investe em um imóvel e depois precisa de dinheiro, tem que vender o apartamento ou a sala para poder usar os recursos. O que sobrar você precisará colocar em outra aplicação, talvez em condições piores. Com o fundo, é possível facilmente vender apenas algumas cotas", disse.

Edoardo Fina, da Colliers, também citou a governança corporativa dos fundos imobiliários. "É feito um controle por meio de auditorias, avaliação do imóvel, então o investidor não precisa se preocupar", afirmou. "Além disso, há um gestor profissional observando as melhores oportunidades, usando a criatividade e inteligência para a formação de uma carteira. Tem fundamento por trás disso", disse.

O gestor da Credit Suisse Hedging-Griffo, Alexandre Machado, lembrou que a cultura imobiliária está enraizada entre os brasileiros, e que o mercado de fundos imobiliário, apesar do crescimento recente, ainda é incipiente no país. "Os fundos imobiliários ainda representam cerca de 1% da indústria de fundos no Brasil. O importante é que esta indústria vem amadurecendo e permitindo que os investidores conheçam e entendam com mais profundidade o produto", afirmou.

O fato de o brasileiro encarar os imóveis de forma bastante emocional também pode prejudicá-lo nas transações, e esta é uma outra vantagem que o executivo aponta em relação aos fundos imobiliários. "Às vezes o lado emocional vai contra os fundamentos, e o investidor demora ou perde uma oportunidade. Com a gestão profissional isso não acontece", afirmou Machado.

Relação com juros

Os especialistas lembraram que, ainda que ofereça diversas vantagens, os fundos imobiliários não eliminam o risco de exposição ao mercado imobiliário, e por isso é preciso que o investidor faça uma boa seleção dos fundos que pretende comprar, entenda o investimento e os imóveis que fazem parte do portfólio.

Eles também destacaram que, nos últimos anos, o crescimento desta indústria foi bastante acentuado no país – entre 2011 e 2013 o número de investidores deu um salto de 20 mil para mais de 100 mil. Ao mesmo tempo em que crescia a quantidade de investidores e de fundos negociados, as cotas também se valorizavam - o movimento de alta culminou com a redução de juros em 2012, que fez com que os fundos imobiliários ficassem ainda mais atrativos.

No entanto, com o início do ciclo de aperto monetário (alta da Selic), a cota dos fundos sofreu um forte ajuste e muitos investidores, que entraram no "embalo da valorização", ficaram assustados. "O investidor costuma olhar para o yield do fundo imobiliário e comparar com a taxa de juro", ressaltou Machado, da CSHG. Por isso, quando o juro começou a subir, o preço das cotas passou por um ajuste no mercado secundário, fazendo com que o yield continuasse próximo da Selic. "A correlação é fortíssima", destacou o gestor.

Segundo os especialistas, muitos investidores que não tinham perfil ideal para a aplicação compraram cotas de FIIs nos últimos anos, e estes mesmas pessoas optaram por "stopar" (vender as cotas após certo nível de desvalorização), em um movimento de manada, acentuando a queda. "Eles viam as cotas caindo e resolviam sair. Muitos não olhavam os fundamentos, não analisam se aquele movimento se justificava ou não, se o imóvel tinha qualidade", lembrou o gestor da CSHG.

Carlos Martins, da Kinea, concordou. "Foi um pouco de efeito de manada. Por ser um mercado jovem, boa parte dos investidores resolveram vender por conta da queda. Eles não fizeram o trabalho de analisar os ativos que estão na carteira do fundo, de entender se o imóvel é bem localizado, se tem bons inquilinos", afirmou.

Ao mesmo tempo, os participantes disseram que a indústria de fundos imobiliários deve sair fortalecida. "Está havendo um amadurecimento, as pessoas já começam a entender um pouco melhor como funcionam os fundos e que este mercado pode ter desvalorização. Isso é importante para o desenvolvimento do mercado", disse Alexandre Machado.

Precificação das cotas

A queda recente do preço das cotas dos fundos imobiliários, que provocou descolamento entre o valor de mercado destes fundos e o seu valor patrimonial, também foi assunto do debate de ontem. Para os especialistas, esta diferença indica que há oportunidades e que o mercado muitas vezes precifica os fundos de forma "incompleta", sem levar em consideração a qualidade dos imóveis.

"Se olharmos o Ifix (índice de fundos imobiliários negociados na BM&FBovespa), a diferença entre valor patrimonial dos fundos que fazem parte do índice e o seu valor de mercado chega a 21%. É uma diferença muito grande", disse Machado. "Isso acontece porque a industria de FII ainda se move muito em função do rendimento distribuído", acrescentou.

"Existem oportunidades. Os fundos foram prejudicados por conta do aumento da taxa de juros, mas o preço dos imóveis não mudou tanto", destacou Martins, da Kinea.

Superoferta e suposta bolha

Outro assunto em pauta no debate foi a grande oferta de imóveis comerciais em determinadas regiões do país, e os rumores de que haveria uma bolha prestes a estourar. Edoardo Fina, da Colliers, afirmou que de fato houve um aumento de vacância nos imóveis comerciais em São Paulo, ocasionada pelas novas entregas de edifícios nos últimos anos.

Ao mesmo tempo, ele lembrou que a vacância não preocupa apenas quando está muito alta, mas também quando é baixa demais. "Uma vacância de 2% também não é saudável", lembrou. Isso porque, com a maioria dos imóveis ocupados, a capacidade de negociação do locatário diminui e a tendência é que os preços aumentem.

Os participantes também afirmaram que, em momentos de excesso de oferta, ativos de pior qualidade em regiões secundárias tendem a sofrer mais do os imóveis de alto padrão localizados em regiões estratégicas. Por isso é importante que o investidor analise a carteira do fundo antes de comprar suas cotas e dê preferência por aqueles que possuem imóveis de alto padrão.

Alexandre Machado, da CSHG, disse que o mercado de escritórios comerciais é cíclico e que é natural que haja momentos de uma oferta maior, seguidos de períodos de equilíbrio. "É uma boa hora para as empresas procurarem prédios melhores, mais bem localizados", disse.

Sobre uma possível bolha, todos concordaram que não há indícios que apontem nesta direção. "O Brasil tem uma história de anos de preços de imóveis andando de lado. Houve um aumento, mas não há indícios de bolha. Falar que vai estourar bolha depois da Copa não tem fundamento", afirmou Fina.

"No Brasil, a alavancagem (nível de endividamento) é muito baixa e qualidade do credito é boa. Quando falamos em imóveis residenciais, temos que lembrar que o brasileiro compra casa pra morar, não pra especular. É preciso dar uma entrada de 30%. A qualidade do risco da carteira dos grandes bancos é boa", destacou Martins, da Kinea.

Mesmo com o crescimento do número de financiamento nos últimos anos, o crédito imobiliário no Brasil ainda é inferior a 8% do PIB (Produto Interno Bruto), destacaram. Já nos Estados Unidos, quando a bolha de imóveis estourou, o crédito chegava perto de 90% do PIB. "Estamos muito distantes, ou na pior das hipóteses, não temos combustível para influenciar bolha, que é o endividamento", disseram.

Oportunidades

Para os gestores, existem boas oportunidades atualmente no mercado de fundos imobiliários, mas é necessário que o investidor tenha algum apetite por risco, visão de longo prazo (mínimo três anos) e faça uma boa análise dos fundos antes de decidir pela compra.

"É importante ver o tipo de fundo e buscar informações sobre o mercado em que ele está inserido, saber quem são os inquilinos, a idade do imóvel, ver se a região está "suporpovoada", se o prédio tem um único inquilino ou vários", destacou Fina. Ele também disse que o investidor precisa ler e estudar prospecto, ver o prazo dos contratos e quando serão renovados.

O gestor da Kinea, Carlos Martins, concordou. "É um momento para analisar as oportunidades. Os investidores disciplinados, que tiverem tempo para alocar e entender melhor o produto podem fazer boas aplicações e no longo prazo obter retornos interessantes", disse. "Para isso, é preciso gastar algum tempo, analisar o material dos fundos, os relatórios das corretoras", continuou.

"Acredito que o investidor começou a entender que fundo imobiliário não é renda fixa, e que é preciso saber diferenciar o que é bom do que não é, além de procurar aquilo que é mais adequado ao seu perfil de risco. A baixa dos fundos foi um movimento que resultou em aprendizado e pode abrir oportunidades", concluiu Alexandre Machado.



Alexandre Assolini
PMKA Advogados

quarta-feira, 16 de abril de 2014

InfoMoney promove debate sobre fundos imobiliários com CSHG, Kinea e outros - InfoMoney

InfoMoney promove debate sobre fundos imobiliários com CSHG, Kinea e outros

SÃO PAULO – O InfoMoney promove na próxima quarta-feira (16), às 18 horas, um painel sobre fundos imobiliários com transmissão ao vivo no site.

Participarão do debate Alexandre Machado, sócio da Credit Suisse Hedging Griffo; Carlos Martins, sócio-executivo da Kinea e gestor do fundo Kinea Renda Imobiliária e dos fundos de incorporação imobiliária (Real Estate Equity); Edoardo Fina, coordenador da consultoria imobiliária Colliers; e Rodrigo Machado, diretor e sócio da XP Investimentos, responsável pela plataforma de negócios financeiros imobiliários do grupo XP.

O moderador será Paulo Colaferro, CFP, membro do IBCPF (Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros) e sócio do multi family office Taler.

Os participantes vão debater sobre o cenário atual, além de mostrar as perspectivas e oportunidades no mercado de fundos imobiliários no Brasil. Será possível enviar perguntas para os convidados por meio do chat.

Serviço:

Painel InfoMoney – Fundos Imobiliários

Data: 16 de abril

Horário: Das 18h às 20 horas

Transmissão: ao vivo no InfoMoney (www.infomoney.com.br/ao-vivo)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Rebaixamento da Brookfield impacta classificação de sete CRI da Gaia

Rebaixamento da Brookfield impacta classificação de sete CRI da Gaia

A Fitch anunciou o rebaixamento das classificações de risco das 11ª, 16ª, 19ª, 20ª, 65ª, 66ª e 67ª séries de CRI da Gaia e da cota única do BRZ FIDC (lastreada pela 66ª série), todas elas dependentes da capacidade de pagamento da incorporadora Brookfield, de A(bra) para BBB+(bra). Em 3 de abril de 2014, a Fitch havia rebaixado a classificação de risco da Brookfield de A(bra) para BBB+(bra). Assim, as mudanças na classificação de risco da companhia impactaram automaticamente as classificações das séries de CRI e da cota de FIDC supracitadas. A agência também anunciou a colocação das 9ª e 17ª séries de CRI da Gaia em observação negativa. Tal anúncio reflete expectativa de rebaixamento, mas ainda depende da finalização, por parte da Fitch, da análise de informação atualizada sobre garantias adicionais e fluxo de caixa do lastro destas séries de CRI. Estas também dependem da capacidade de pagamento da Brookfield, de forma preponderante, mas contam com suportes adicionais de crédito, os quais são considerados na análise. A classificação da 9ª série poderá ser rebaixada em até dois graus em função do rebaixamento da Brookfield, e a da 17ª, em até três graus. Segundo a Fitch, o rebaixamento da classificação de risco da incorporadora reflete o contínuo e acentuado enfraquecimento dos indicadores de crédito da Brookfield Incorporações. A companhia continua a apresentar elevado consumo de caixa, que implica maiores pressões de refinanciamento da dívida corporativa com vencimento em 2014 e 2015. Seu resultado operacional se deteriorou ainda mais durante 2013 e a Fitch espera que a empresa apresente resultado ao final do exercício muito aquém das projeções iniciais da agência. Montantes relevantes de ajustes de custos e elevados distratos permanecem pressionando negativamente as margens operacionais da companhia, uma vez que as perdas decorrentes do processo de revisão dos custos dos projetos em desenvolvimento e de controles internos têm se mostrado bem mais intensas do que o inicialmente esperado, gerando maiores incertezas.


Fonte: Uqbar


terça-feira, 8 de abril de 2014

Moedas virtuais ou ações? — CartaCapital

Moedas virtuais ou ações?

O departamento responsável pelos impostos nos Estados Unidos, o serviço de receitas internas (IRS), decidiu na semana passada que todas as moedas virtuais em uso atualmente (entre elas Bitcoin, Dogecoin e Auroracoin) são unidades de propriedade, como ações, e não moedas para transações financeiras. O interesse principal do governo dos EUA é cobrar impostos sobre quaisquer ganhos de capital quando o dono de bitcoins fizer uma compra, agindo sobre o aumento no valor dos bitcoins. Por exemplo, se um comprador adquiriu 1 bitcoin por 50 dólares, mas agora gasta esse mesmo bitcoin para comprar um computador de 2 mil dólares, ele precisará declarar e pagar impostos sobre a diferença de 1,95 mil dólares.

O problema é a necessidade do mesmo processo para algo tão simples quanto a compra de um sanduíche com bitcoins, fazendo da declaração anual de impostos um processo infernal. E fica ainda mais insuportável por conta da decisão do IRS de tornar essa decisão retroativa, mesmo que a autoridade prometa não punir quem já tiver feito transações com moedas virtuais e consiga demonstrar ter "causa razoável" para não pagar impostos ou não registrar essas mesmas transações. Mais do que uma questão contábil, classificar as moedas virtuais como propriedade também abre brechas para processos por receptação, podendo colocar em risco em algumas jurisdições vendedores que aceitem bitcoins resultantes de ataques orquestrados por hackers, por exemplo.

Isso não significa a eliminação dos atrativos das moedas virtuais. A cidade inglesa de Hull decidiu lançar sua própria moeda virtual, a HullCoin, utilizável no pagamento dos impostos e também de serviços e produtos vendidos por empresas locais integrantes do projeto. "Nós vamos distribuir essas moedas para organizações de caridade, associações comunitárias e pequenas empresas da região. Esses grupos devem usar as HullCoins como um modo de reconhecer as atividades de pessoas como voluntários, que assim podem ter seu trabalho reconhecido", disse David Shepherdson, do conselho de administração da cidade.



Alexandre Assolini
PMKA Advogados

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Saiba quais são os investimentos com isenção de imposto de renda

Saiba quais são os investimentos com isenção de imposto de renda

Com a temporada de declaração de imposto de renda, que termina em 30 de abril, é importante levar em conta não apenas remunerações e bens, mas também os investimentos. Para isso, é importante saber quais são aqueles isentos no imposto de renda. De acordo com a Cetip, depositária de títulos privados de renda fixa, algumas opções disponíveis ao investidor pessoa física se encaixam nessa categoria: 

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Debêntures de infraestrutura
São os títulos emitidos especificamente por empresas envolvidas em projetos de infraestrutura do País. A emissão de debêntures de infraestrutura tem se tornado cada vez mais comum no Brasil. De acordo com a Cetip, houve crescimento de 65%, de fevereiro de 2013 a fevereiro de 2014, no montante de debêntures de infraestrutura em estoque, que atingiu R$ 11,5 bilhões.

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Letras de Crédito Imobiliário (LCIs)
É um dos instrumentos de renda fixa mais procurados pelo investidor pessoa física e que mais cresceram nos últimos anos, por conta de sua isenção de imposto de renda para esse público. É emitida por bancos comerciais, múltiplos e de investimento, além de sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo e companhias hipotecárias, e pode ser remunerada por taxa pré ou pós fixada. As LCIs são lastreadas em créditos imobiliários. O estoque de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) registradas na Cetip cresceu 40% em fevereiro, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 107,6 bilhões.

Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRIs)
É um título emitido exclusivamente por empresas chamadas securitizadoras. A remuneração está atrelada com o efetivo pagamento dos recebíveis que servem de lastro. Os Certificados de Recebíveis Imobiliários alcançaram R$ 45 bilhões em estoque na Cetip em fevereiro, 26% superior ao registrado no mesmo período de 2013.

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Letras de Crédito Agrícola (LCAs)
Tem muitas características em comum com a LCI. Também é emitida por instituições financeiras, porém o lastro que garante as LCAs são os recursos provenientes de financiamentos concedidos para a cadeia do agronegócio. A LCA também conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) e pode ser remunerada por taxa pré ou pós fixada. A Cetip apurou aumento de 27% nos valores de LCAs em fevereiro em relação ao mesmo mês de 2013, com R$ 30,2 bilhões em estoque.

Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs)
Também são títulos emitidos exclusivamente por companhias securitizadoras e diferenciam-se do CRI por serem remunerados com recebíveis da cadeia do agronegócio. Sua remuneração pode ser pré ou pós fixada. O estoque de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) registrados na Cetip atingiu R$ 1,2 bilhões em fevereiro, 54% além do montante registrado em fevereiro de 2013.

Cade aprova venda de torre comercial da Aliansce a fundo do Kinea

quinta-feira, 3 de abril de 2014 09:13 BRT

 

SÃO PAULO, 3 Abr (Reuters) - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a compra da Degas Empreendimentos e Participações, do Grupo Aliansce, por fundo gerido pela Kinea Investimentos, empresa do Itaú Unibanco, conforme despacho no Diário Oficial desta quinta-feira.

 

Em documento submetido ao Cade, as companhias informaram que a Degas é uma sociedade pré-operacional, titular de direitos aquisitivos sobre uma torre comercial em Belo Horizonte (MG).

 

O imóvel era o único investimento da empresa de shopping centers Aliansce no segmento de torres comerciais para locação, sendo que a operação contemplou a compra da totalidade das ações da Degas pelo CTBH Fundo de Investimento Imobiliário.

 

As partes também informaram que a Aliansce celebrará um contrato de gestão com o fundo, mediante o qual será responsável pela administração do imóvel num primeiro momento.

 

(Por Marcela Ayres)

 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Crédito imobiliário alcança volume de R$ 8,8 bilhões em fevereiro

Crédito imobiliário alcança volume de R$ 8,8 bilhões em fevereiro

31/03/2014 - 11h45 0

SÃO PAULO - O resultado é o mais eficiente para esse mês nos últimos 20 anos, em comparação ao mesmo período em 2013, a alta foi de 52%

Amauri Vargas

SÃO PAULO - Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) divulgou na manhã desta segunda-feira (31), que empréstimos para aquisição e construção de imóveis atingiram R$ 8,8 bilhões no mês passado, o resultado mais eficiente para esse mês nos últimos 20 anos. Em comparação ao mesmo período em 2013, a alta foi de 52%.

No primeiro bimestre deste ano, os financiamentos atingiram R$ 17 bilhões em aquisições e construção de imóveis, 36% mais do que no mesmo período do ano passado.

No acumulado de 12 meses, o montante de empréstimos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), alcançou a marca de R$ 113,7 bilhões, superando em 35% os 12 meses precedentes e registrando assim, um novo recorde.

O saldo dos depósitos de poupança no SBPE superou R$ 474 bilhões, em fevereiro, com elevação de 20% em relação ao saldo de fevereiro de 2013.

BC discute trazer ao mercado títulos imobiliários

O Banco Central participa das conversas que estão sendo comandadas pela Fazenda sobre a lei que vai instituir os covered bonds - títulos de dívida imobiliária - no Brasil, segundo Sérgio Odilon, chefe de Unidade Denor - Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC. Esses debates, conforme ele, estão em um nível bom de detalhes. Os covered bonds são tradicionais na Europa.

"Estamos discutindo os covered bonds com o governo e debatendo ajustes na lei para dar mais segurança ao instrumento. Há um nível bom de detalhes e as conversas já vêm há alguns anos", disse ele a jornalistas, após palestrar em evento em São Paulo.

Segundo Odilon, ainda não foi definido o papel que será utilizado para operação de blindagem como o covered bond ainda não foi definido. Pode ser uma letra financeira imobiliária, uma letra de crédito imobiliário, dentre outros.

Em sua palestra, Odilon lembrou ainda que embora a poupança vá continuar como uma importante fonte de recursos para o crédito imobiliário, alternativas de funding trazem segurança para instituições financeiras. Ele disse ainda que o crédito imobiliário é um excelente negócio para os bancos, pois é de longo prazo e fideliza o cliente. "Estamos batendo recorde de captação líquida na poupança, mas alternativas de funding são para introduzir mercados no crédito imobiliário. Com alternativas de fontes, bancos pequenos e médios podem mudar modelos de negócios", avaliou Odilon.

http://www.parana-online.com.br/editoria/economia/news/788008/?noticia=BC+DISCUTE+TRAZER+AO+MERCADO+TITULOS+IMOBILIARIOS

 

 

PMKA Advogados | Programa de Estágio 2014