quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Bilionário Sam Zell investe em aluguel de espaços no Brasil

 

Bilionário Sam Zell investe em aluguel de espaços no Brasil

O Globo online, Morar Bem, 21/ago

O bilionário americano Sam Zell, do fundo de investimentos Equity International, decidiu aproveitar o atual momento de desaceleração da economia brasileira para aumentar sua presença no no país. Famoso por suas aplicações no mercado imobiliário, Zell aposta, agora, em um segmento pouco conhecido dos brasileiros: o de aluguel de espaços para guardar móveis e produtos em geral, chamado nos EUA de self storage. 

 

Batizada de GuardeAqui, a empresa pretende investir R$ 1 bilhão com a abertura de 50 espaços até 2018. Hoje, a companhia já conta com cinco unidades em São Paulo e inaugura a primeira no Rio na próxima segunda-feira. 

 

Atualmente, o Equity International é dono de 80% do GuardeAqui e de quase 100% do Grupo Thá, uma incorporadora de Curitiba. Nos últimos anos, Zell vendeu suas participações em empresas como Gafisa, BR Malls, Bracor, GV Logística e Brazilian Mortgages, de financiamento imobiliário.

 

 Allan James Paiotti, presidente do GuardeAqui e que também trabalha no fundo do americano, diz que novas oportunidades estão sendo analisadas no Brasil, que é visto por Zell como um país de investimento a longo prazo. 

 

- O freio de arrumação pelo qual passa o Brasil está criando oportunidades, tornando os preços mais realistas. Por isso, estamos olhando ativos, sempre com foco no setor imobiliário. Há oportunidades em segmentos de shopping centers no interior do país e em loteamento de áreas (para criação de empreendimentos). O caso do self storage é um exemplo de investimento de longo prazo, pois há uma curva que leva três anos até chegarmos a 85% do espaço alugado em novas unidades. O fundo, com sede em Chicago, viu que esse setor estava no começo no Brasil e passou a estudar o mercado - disse Paiotti, destacando que o fundo decidiu comprar o GuardeAqui em 2011, após estudar as empresa do setor. Nos EUA, setor tem 60 mil espaços Segundo a Associação Brasileira de Self Storage (Asbrass), criada no ano passado, existem hoje no país cerca de 120 espaços pulverizados em dezenas de companhias, números irrisórios perto do mercado americano, que conta com cerca de 60 mil unidades e gigantes como a Public Storage, que vale cerca de US$ 30 bilhões no mercado acionário dos Estados Unidos. Até o fim deste ano, o GuardeAqui pretende chegar a onze unidades. Na próxima semana, além do Rio, a empresa inaugura ainda espaço em Belo Horizonte. 

 

Enquanto nos EUA cerca de 75% das unidades são usadas por pessoas físicas, no Brasil a participação de consumidores e empresas é equilibrada, destaca Paiotti. - No Rio, a unidade ficará na Tijuca. Terá 5,5 mil metros quadrados e recebeu investimentos de R$ 25 milhões entre a compra do terreno e as obras no espaço, que abrigou uma tecelagem nas décadas anteriores. Temos a preocupação de estar perto do público consumidor. Mas é desafiador achar áreas na cidade, já que há uma pressão imobiliária, e os preços altos acabam inviabilizando os projetos. Estamos vendo ainda outros espaços no Rio, como na região portuária, zona Sul e Barra da Tijuca. 

Nossa meta é ter cinco unidades até 2017. No Brasil, o foco da companhia é estar presente nas regiões Sul e Sudeste. Em São Paulo, temos três unidades na capital e espaços em Campinas e Ribeirão Preto, no interior do estado- destacou. 

 

O executivo lembrou que o preço médio do aluguel por metro quadrado varia entre R$ 60 e R$ 65 por mês. Ou seja, na prática, o aluguel de um espaço equivalente a um quarto de 10m² sairia entre R$ 600 e R$ 650. Nos planos da companhia, estão ainda cidades como Sorocaba, em São Paulo, Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e Florianópolis, em Santa Catarina. O mercado é tão incipiente no país que a empresa teve de importar dos EUA as portas de correr, que protegem os espaços individuais, cujos espaços variam de 1,5 metro quadrado a 50 metros quadrados. 

 

Nas unidades paulistas, onde a ocupação já chega a 90%, o executivo diz que empresas dos mais variados setores alugam espaços, como distribuidoras e até produtores de cerveja.

 

- O mercado no Brasil está só no começo, assim como em vários países da América do Sul. No país, o segmento cresceu 30% ao anonos últimos três anos - observou Paiotti.

 

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