segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Golden abrirá as portas em julho de 2012

Diário do Grande ABC / SP, Alexandre Melo

28.02.2011

Dois anos após o suntuoso lançamento do Golden Square Shopping em evento no Terraço Daslu e duas postergações em sua abertura, o empreendimento são-bernardense da gestora de investimentos imobiliários Squarestone Brasil, deverá abrir as portas ao público da região em 31 de julho de 2012.

Lojistas que compraram espaços comerciais no complexo afirmaram à equipe do Diário que a empreendedora enviou comunicado há duas semanas informando a data de inauguração. Procurada, a empresa não se pronunciou até o fechamento desta edição.

Ainda em outubro de 2009, a britânica Squarestone anunciou que a entrega do complexo seria adiada de novembro de 2010 para abril deste ano. Um desentendimento entre a multinacional e a Construtora São José fez com que a sociedade fosse rompida, paralisando o empreendimento por 13 meses.

Segundo a franqueada da rede de bijuterias Morana, Claudia Almeida, após a compra da participação da construtora no projeto pela Squarestone, as obras do Golden serão retomadas em março. "Na semana passada participamos de uma reunião com a empresa. Logo voltaremos a pagar as prestações do ponto de venda."

Claudia pensou em desistir da franquia, mas os encargos da rescisão contratual eram elevados. A empresária diz que dividiu o valor de R$ 150 mil, mas que no período em que a construção ficou estagnada, as prestações foram suspensas.

A inauguração apenas em julho do ano que vem fará com que os investidores percam datas sazonais importantes como Páscoa, Dia das Mães e dos Namorados. Orçado em R$ 240 milhões, o Golden terá quatro âncoras, 14 megastores, 166 lojas satélites, restaurantes gourmet e seis salas de exibição da rede Cinemark.

Proprietário de franquias da perfumaria O Boticário na região, Carlos Pusch, diz que no contrato assinado, a empresa tinha o direito de alterar duas vezes a data da entrega. A franqueada da Morana endossa que houve apenas acordo entre os condôminos, sem necessidade de acionar a Justiça.

País terá mais 124 centros de compras entregues até 2013

Nos próximos dois anos e meio serão inaugurados 124 shoppings pelo País, a maioria no interior dos Estados. Quase 40 complexos vão abrir suas portas aos clientes anualmente, número mais que o dobro dos últimos cinco anos, segundo a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping).

O diretor de relações institucionais da entidade, Luís Augusto Ildefonso da Silva, diz que cerca de 20 mil lojas serão abertas no período, sem considerar as expansões. Só no Sudeste serão mais 77 shoppings.

ATRASO

Segundo o executivo, atrasos na entrega de projetos podem acontecer, mas são menos comuns com as grandes companhias do setor. "Provavelmente a Squarestone está pegando o ritmo do varejo brasileiro, de construir vários shoppings ao mesmo tempo."

Ele diz que de certa forma, este atraso pode ajudar outras lojas de investidores na região atingirem a maturidade. "É importante ser transparente com o lojista, que está cheio de expectativas com o novo ponto."

Shopping em Ferrazópolis sai no próximo ano

O segundo centro de compras da BR Malls, dona do andreense Shopping ABC, que desenvolve complexo no bairro Ferrazópolis, em São Bernardo, tem previsão de entrega para o quarto trimestre de 2012.

Relatório com os resultados anuais da companhia indica que a comercialização dos 224 espaços comerciais divididos em 25 mil m² de ABL (Área Bruta Locável) ainda não foi iniciada. Fatia de 60% do São Bernardo Plaza Shopping pertence à BR Malls, sendo que a Construtora São José - ex-parceira da Squarestone Brasil, responsável por erguer o Golden Square Shopping, na Avenida Kennedy - também tem participação no mall.

Diversos lojistas que têm pontos comerciais nos shoppings da região já manifestaram interesse em abrir filiais no terceiro centro de compras de São Bernardo.

Ao contrário do complexo em Santo André, que atende o público das classes A e B, a empresa carioca - que detém participação em 39 complexos - focará atuação nas camadas sociais C e D, que residem nas proximidades do bairro Ferrazópolis.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Chegou o Anuário Imobiliário

Segue em primeira mão para os leitores do blog o Anuário Uqbar 2011: Securitização e Financiamento Imobiliário.

 

http://www.uqbar.com.br/institucional/oque/anuario_FI_11.jsp


 

Fitch Coloca Rating da 1ª Emissão de CCI da Bolt 11 em Observação Positiva

24 Fev 2011 12h51   

Fitch Ratings - São Paulo, 24 de fevereiro de 2010: A Fitch Ratings colocou, hoje, em Observação Positiva o Rating Nacional de Longo Prazo ‘BBB(bra)’ da primeira emissão de Cédula de Crédito Imobiliário (CCI) da Bolt 11 Empreendimentos Imobiliários S.A. (Bolt 11).

 

A ação de rating reflete o efeito positivo da potencial incorporação das ações da Mobitel S.A. (Dedic) pela Contax Participações S.A. (Contax). Com a incorporação, a Contax deverá se consolidar como a maior empresa do setor de call center no Brasil. A Fitch considera o perfil financeiro da Contax forte, suportado pela baixa alavancagem, pela consistente geração de EBITDA e pela perspectiva favorável de crescimento do setor. A qualidade de crédito da Contax não deverá sofrer alterações significativas com a incorporação. Entretanto, as sinergias não deverão ser grandes, devido à menor escala de operações da Dedic, quando comparada com a Contax, além da maior relevância dos custos variáveis no segmento de call center.

 

Em 26 de janeiro de 2011, a Contax anunciou a celebração do acordo de incorporação das ações da Dedic, controlada indiretamente pela Portugal Telecom SGPS (PT). O acordo considera a incorporação de 100% das ações da Dedic pela Contax. A Fitch entende que a qualidade de crédito da Dedic deverá se fortalecer após a realização desta transação, beneficiando, por sua vez, o rating atribuído a esta emissão de CCIs. A agência espera que a classificação atual das CCIs sofra elevação em diversos graus com a conclusão da incorporação.

 

A operação de CCI tem como lastro recebíveis imobiliários comerciais originados através do Contrato de Locação Atípica entre a Bolt 11 e a Dedic. A atipicidade da locação se baseia no impedimento da Dedic em solicitar a revisão do valor do aluguel e do valor de indenização a ser paga, caso decida desocupar o imóvel antes do prazo acordado, pois o aluguel não representa mera contraprestação pelo uso do imóvel. Em caso de rescisão, a Dedic será obrigada a pagar multa indenizatória equivalente ao aluguel vigente, multiplicado pelo número de meses que faltam para o final do contrato.

 

A CCI foi emitida em 01 de outubro de 2010, em montante de BRL4.615.921,21. O prazo total é de 116 meses. A primeira amortização ocorreu em 10 de novembro de 2010, e o vencimento final ocorrerá em 10 de junho de 2020. O rating reflete a esperada capacidade de pagamento pontual e integral do principal investido, acrescido de juros anuais de 8,5%, corrigido monetariamente pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidro Amplo (IPCA).

 

A Fitch realizou a seguinte ação de rating:

 

Bolt 11 Empreendimentos Imobiliários S.A.

 

-- 1ª emissão de CCI, no montante de BRL4,6 milhões: ‘BBB(bra)’, colocado em Observação Positiva.

1º Encontro de Executivos dos Mercados de Securitização e Crédito Imobiliário

Apresentação de Alexandre Assolini - Como Destravar o crédito imobiliário, sob a ótica da comissão de estudo criada pela BM&F Bovespa.


http://www.megaupload.com/?d=QRTUWVI5

Mercado imobiliário precisa de novo modelo de financiamento

Valor Econômico - São Paulo/SP - EMPRESAS CITADAS - 25/02/2011 - 01:03:35

 

Marleine Cohen | Para o Valor, de São Paulo

 

Impulsionado por bons ventos soprados pelo crescimento econômico e da renda e pela maior oferta de emprego, o mercado imobiliário corre o risco de perder sustentação até o final de 2013. Esse é o prazo estimado pelo presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon -SP), Sérgio Watanabe, para que o modelo atual de financiamento - que utiliza 65% dos recursos da poupança - se esgote.

 

Embora um estudo da FGV projete a necessidade de construir 23 milhões de moradias nos próximos 12 anos, o alerta preocupa. "É necessário trabalhar agora em iniciativas que tragam alternativas ao modelo atual", adverte o diretor de crédito imobiliário do banco Santander, José Roberto Machado. "As empresas do setor deverão buscar também outras formas de financiamento, com recursos provenientes do mercado de capitais e da securitização de seus recebíveis", afirma.

 

Hoje, as principais fontes de recursos para o crédito imobiliário no Brasil são a poupança, através do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). De acordo com o presidente do SindusCon-SP, em 2010, a Caixa Econômica Federal (CEF) emprestou R$ 75,9 bilhões para a habitação, num crescimento de 61,4% em comparação com 2009. Somente os recursos da poupança destinados pela Caixa e pelas demais entidades de crédito imobiliário somaram R$ 56 bilhões, 65% a mais do que no período anterior.

 

As opções mais consistentes apontadas pelo mercado para enfrentar a escassez de recursos são as Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) - aplicações destinadas à pessoa jurídica oferecidas por instituições bancárias médias ou grandes para o financiamento de imóveis. "A tendência desses dois produtos é crescer", afirma Frederico de Souza Lima, sócio-gestor da Angá Asset Management.

 

Para Sergio Watanade, a securitização - isto é, a venda de carteiras para fundos - já começa a ser preparada pelo mercado financeiro de crédito imobiliário. Para ele, a forma de captação mais promissora e provável a médio prazo é a venda de uma carteira de recebíveis a um investidor institucional brasileiro ou do exterior, garantindo assim os recursos para construção do imóvel. A securitização nada mais é do que o processo de "empacotar" uma variedade de ativos financeiros ou não-financeiros na forma de títulos que podem ser vendidos em mercado secundário para investidores, via CRI - o principal título de securities imobiliários.

 

A própria CEF - que em nota oficial afirmou no ano passado "não estar enfrentando dificuldade de funding para dar vazão à atual demanda por crédito imobiliário" - se propôs a testar a venda de CRI em suas agências, num total entre R$ 300 a R$ 400 milhões para avaliação da aceitação do mercado. Aproximadamente R$ 20 milhões já estariam prontos para uma securitização, com nível de padrão de contratos semelhante e taxas de juros compatíveis com o mercado.

 

Segundo o Anuário Imobiliário 2010 da Uqbar Educação e Informação Financeira Avançada, empresa especializada em finanças estruturadas, os recursos provenientes do FGTS para o crédito imobiliário saltaram de R$ 16 bilhões, em 2009, para R$ 27,5 bilhões, em dezembro de 2010 - um crescimento de 72% e bem superior à expansão de 47% registrada no exercício anterior. O total de unidades financiadas aumentou de 424.519, em 2009, para 660.052 em 2010. O volume de recursos vinculados ao SBPE subiu de R$ 34 bilhões para R$ 56 bilhões, na comparação 2009/2010. Os repasses do governo, por sua vez, somaram R$ 48,5 bilhões no ano passado, ante R$ 33,5 bilhões em 2009.

 

Ainda segundo a Uqbar, em 2010 o crédito imobiliário securitizado via CRI registrou aumento significativo - de R$ 3,8 bilhões para R$ 8,53 bilhões numa elevação de mais de 50%. O crédito corporativo absorveu a maior parte dos recursos securitizados anuais disponíveis: R$ 7,24 bilhões, destinados ao financiamento de imóveis industriais ou comerciais para grandes empresas, ante R$ 1,28 bilhão dos fundos previstos para o crédito residencial.

 

A captação de recursos via Letra de Crédito Imobiliário (LCI) saltou de R$ 26,2 milhões, em 2009, para R$ 39 milhões em 2010. Paralelamente, o montante em estoque de LCI na CETIP praticamente dobrou entre 2009 e 2010, passando de R$ 15,5 bilhões para R$ 29,2 bilhões.

 

Para Machado, do Santander, por mais que a securitização de recebíveis imobiliários seja o caminho a ser seguido e incentivado, nem tudo parece resolvido para o setor financeiro. É preciso encontrar o equilíbrio entre indexadores e prazos ao longo de toda a cadeia. "Hoje existem descasamentos estruturais", afirma. O funding do setor, em sua maioria é indexado à TR, enquanto a demanda dos investidores, é por ativos indexados à inflação, o que torna mais complexa a operacionalização.

 

 

 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CSHG LOGÏSTICA - FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO - FII

Aviso ao Mercado do CSHG LOGÏSTICA – FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO – FII

https://www.cshg.com.br/.../AM_Aquisicao_Atibaia_Investime...

SP deve isentar casa popular

Valor Econômico - São Paulo/SP - BRASIL - 24/02/2011 - 01:02:12

 

De São Paulo

 

A Câmara de Vereadores de São Paulo estava preparada para votar ontem a noite um projeto de lei que dá isenção de impostos para a construção de empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida. A desoneração deve inclui o Imposto Sobre Serviços (ISS), o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o ITBI, cobrado sobre a transferência de imóveis. No caso do IPTU, seria concedida a isenção durante a construção, o ITBI deve cair de 6% para 0,5%, e o ISS será totalmente isento.

 

Para Sérgio Watanabe, presidente do SindusconSP, a medida é importante. Outras cidades, como o Rio, já fizeram o mesmo. "São Paulo tem um déficit de 800 mil moradias e não atingiu sua meta de contratações no programa por causa do preço-teto dos imóveis para baixa renda", diz ele. (SM)

 

 

 

Com Basileia de 9,13%, Matone é rebaixado

Valor Econômico - São Paulo/SP - FINANÇAS - 24/02/2011 - 01:03:09

 

Adriana Cotias e Aline Lima | De São Paulo

 

O Banco Matone estava em setembro com um índice de Basileia de 9,13%, abaixo do mínimo exigido pelo Banco Central (BC), de 11%. Não se sabe qual o índice atual, mas ontem a instituição gaúcha teve a nota de crédito rebaixada pela Fitch Ratings. O balanço do quarto trimestre ainda não foi divulgado, mas o relatório da Fitch indica que a situação teria se agravado após o furo contábil do PanAmericano, que veio a público em novembro. O Matone, que tem o consignado como carro-chefe, vem encontrando dificuldades para fazer cessão de créditos, a principal fonte de captação, segundo a agência. No fim do terceiro trimestre, a instituição tinha uma carteira própria de quase R$ 350 milhões e possuía um estoque cedido de mais que o dobro disso - R$ 760 milhões.

 

Sob a leitura de que com o acesso mais restrito a fontes de financiamento o Matone enfrentará problemas para manter o ritmo de forte alavancagem, a Fitch rebaixou o rating nacional de longo prazo de "BB(bra)" para "B(bra)", com perspectiva estável. Manteve a nota de curto prazo em "B(bra)" e o rating de suporte 5, aquele que mede as chances de o acionista controlador fazer aportes de capital no banco em caso de apertos de liquidez. De acordo com a Fitch, o suporte é possível, mas não certo. O controlador é Alberto Matone, empresário do Rio Grande do Sul.

 

O analista Jean Lopes, que assina o relatório, justifica a classificação pelas contínuas perdas operacionais, o baixo patamar e qualidade de capital e pela expectativa de um ambiente desafiador à frente. O maior requerimento de capital para operações à pessoa física pode ter trazido pressão adicional.

 

De acordo com Lopes, o Matone apresentou forte redução da captação e aumentou custos, o que afetou a capacidade de gerar novos créditos e resultados. O risco de liquidez foi atenuado no curto prazo pelo aumento do limite dos depósitos a prazo com garantia especial (DPGE) em dezembro pelo BC, que no caso do Matone foi em torno de R$ 250 milhões. O limite está, entretanto, quase todo tomado. "Uma nova instabilidade de mercado representaria um forte desafio à capacidade de captação do banco", observa o analista.

 

Para ele, o baixo índice de capital elegível (que entra para o cálculo do patrimônio de referência) é prejudicado pelo elevado volume de ágio oriundo da incorporação da promotora de vendas, a Bem Vindo!, em 2009 e de créditos tributários de difícil realização. A Bem Vindo! foi constituída em outubro de 2008, iniciou as atividades em janeiro de 2009 e, em dezembro daquele ano, o Matone adquiriu 99,99% do capital social da empresa, o que, segundo laudo de avaliação da Fator Corporate Consultoria, poderia gerar ágio de R$ 127,6 milhões.

 

Em junho de 2008, um grupo de ex-sócios do Pactual, que na época era encabeçado por André Esteves, chegou a avaliar a compra de uma fatia minoritária na instituição, mas as conversas não evoluíram.

 

Só no terceiro trimestre, o Matone teve prejuízo de R$ 17,4 milhões, acumulando no ano até setembro perdas de R$ 10,5 milhões. No primeiro semestre, havia registrado lucro líquido de R$ 6,9 milhões, após concluir uma reestruturação que interrompeu a expansão em cartões e crédito imobiliário. Em seu parecer no balanço do primeiro semestre, a auditoria KMPG alertava para a incerteza em torno dos resultados futuros da instituição. Dizia que a geração de lucros futuros, a capitalização, a adequação ao índice de imobilização e a utilização de créditos tributários decorrentes de prejuízos acumulados dependiam do sucesso da reestruturação. Fazia parte da reestruturação a cessão de créditos inadimplentes pelo valor presente, o que, segundo o banco, não impactaria o resultado.

 

Procurado, o Banco Matone enviou nota em que afirma que "possui uma sólida estratégia de negócios para o ano de 2011, com foco na melhoria de seus resultados operacionais, bem como o aumento de sua base de capital e a utilização de novas formas de financiamento, alinhadas à atual dinâmica do mercado financeiro." O texto acrescenta que "a instituição está atenta às movimentações do cenário econômico e entende que a nova classificação do seu rating, anunciada pela Fitch, está em sintonia com demais rebaixamentos promovidos em bancos de médio porte, mas que não impacta na sua operação cotidiana e na capacidade de honrar compromissos junto a clientes e ao mercado."

 

A instituição diz ainda que promoveu melhorias na qualidade de sua carteira, com aperfeiçoamento de controles de crédito, inclusive com a contratação da KPMG para a realização da análise da carteira e que não foram constatadas inconsistências.

 

 

 

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Espanhol negocia parte da WTorre

Valor Econômico

23.02.2011

 

O setor de construção e infraestrutura no país terão mais um concorrente espanhol ancorando o seu barco em cais brasileiro. O grupo Essentium, que fatura € 500 milhões por ano, está muito perto de fechar seu primeiro negócio no Brasil. Ontem, depois de mais de seis meses de negociações, o empresário espanhol Valentín Monje Tuñon passou o dia em reunião com Walter Torre para acertar os detalhes da aquisição de 50% da divisão de engenharia do grupo, que deve ser fechada até o fim da semana. Tuñon tem plano mais ambicioso e, segundo o Valor apurou, negocia a compra ou a sociedade em ativos do grupo Bertin no setor de infraestrutura.

Em construção e concessões, o grupo pode ser considerado um emergente. Há apenas dois anos adquiriu a empresa Constructora Hispánica, que hoje é a Assignia Infraestructuras e tem concessões em diversos países. Na América do Sul, opera parte do metrô de Caracas. Uma das grandes tacadas do grupo, que tem capital fechado e com poucas informações públicas, foi no setor de cimentos.

A parte cimenteira na Espanha foi vendida às vésperas da crise internacional, que até hoje afeta fortemente o país e que tem penalizado o setor de construção e por consequência a demanda por cimento. A empresa, entretanto, ainda atua no segmento e no ano passado comprou por € 400 milhões uma cimenteira na Turquia, além de estar investindo € 130 milhões em uma fábrica no Marrocos.

A crise mais recente na Espanha, com perda de uma série de benefícios fiscais no país e queda de receita, parece ter deixado aberto o caminho rumo ao Brasil para as espanholas que conseguiram vencer as dificuldades e buscam incrementar faturamento em outros países. Neste ano, o grupo espanhol Iberdrola adquiriu a distribuidora Elektro por US$ 2,4 bilhões. As construtoras e empresas de energia, principalmente as ligadas à area de transmissão, que haviam vendido ativos aos chineses começam a fazer o caminho de volta e no ano passado entraram agressivas em leilões de transmissão. Na construção, Enrique Bañuelos comprou as incorporadoras afetadas pela crise, já as vendeu para a PDG Realty e agora monta uma operação de real estate.

As áreas de atuação da Essentium que chega agora ao país são as mais variadas e vão da construção, passando por energia até clínicas de estética. A empresa é presidida pela filha de Valentín, Susana Monje Gutierrez, que também é tesoureira do Barcelona, um dos clubes de futebol mais tradicionais da Espanha.

Em novembro do ano passado, o jornal espanhol Expansion publicou que a empresa estava negociando a aquisição de uma construtora e de uma empresa de engenharia no Brasil. Segundo o Valor apurou, na parte de engenharia o negócio agora se concretiza com a sociedade com a WTorre. A divisão de engenharia da empresa brasileira estaria avaliada em cerca de R$ 250 milhões. Segundo fontes próximas ao negócio, WTorre e Essentium já estariam comprando, juntas, uma empresa de "facilities" (gestão de infraestrutura de edifícios), além de um novo negócio no México. As empresas devem importar vários equipamentos, que estão sem uso na Espanha.

A divisão de engenharia da WTorre é a principal prestadora de serviços da WTorre Properties e, segundo último balanço disponível da companhia, a Properties pagou R$ 125 milhões à Engenharia de janeiro a setembro do ano passado.

A construtora, hoje batizada de WTorre Engenharia, foi o berço dos negócios do grupo brasileiro. A Construtora Walter Torre Junior nasceu em 1981 com objetivo de construir galpões industriais para locação. Com experiência na construção de indústrias, centros de distribuição e prédios comerciais de alto padrão - segundo consta no site da companhia, já foram construídos mais de 5 milhões de metros quadrados - a primeira incursão da divisão de engenharia na área de infraestrutura foi a construção do Estaleiro Rio Grande, iniciada em 2007, no porto de Rio Grande (RS).

Segundo fontes do setor, naquela ocasião, a empresa se deparou com as dificuldades típicas de um projeto desse porte. Daí - além do potencial promissor desse setor no Brasil - o interesse da WTorre em buscar um sócio com experiência na área. O estaleiro foi vendido para a Engevix e a Funcef, no início de junho, por R$ 410 milhões.

A WTorre e a Bertin foram procuradas pela reportagem, mas não comentaram o assunto.

 

 

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Fundos pegam carona no Boom Imobiliário

Jornal do Commercio

22.02.2011

À medida que os imóveis vêm se valorizando mais do que qualquer aplicação de renda fixa - alta de 95% no Rio de Janeiro e 79% em São Paulo nos últimos três anos, segundo o recém-criado índice Zap Imóveis, em movimento que, segundo os analistas, deve perdurar, ainda que em ritmo mais lento, o mercado financeiro cria mais produtos para os investidores que querem aplicar no setor, mas com a devida intermediação profissional.

Por meio dos Fundos Imobiliários, o investidor pode obter uma renda mensal, sem precisar desembolsar uma grande quantia para a compra de um imóvel. O rendimento obtido é isento de Imposto de Renda, desde que o fundo tenha pelo menos 50 cotistas e que o investidor não detenha mais de 10% do total de cotas emitidas. O retorno desses fundos tem oscilado numa faixa de 7% a 9% ao ano.

Para o gerente nacional de Fundos Especiais da Caixa, Vitor Hugo dos Santos Pinto, o panorama para os Fundos Imobiliários é o mesmo do setor de construção. "A perspectiva é favorável para todas as áreas: residencial, logística e comercial". No ano passado, a Caixa vendeu R$ 65 milhões em títulos, pagando taxa real de 12% ao ano. Os recursos obtidos têm sido usados para a construção da nova sede da Cedae, no Centro do Rio.

Os Fundos Imobiliários são condomínios fechados de cotas lastreadas em imóveis, que podem estar em fase de desenvolvimento ou prontos. Os fundos podem comprar um terreno e erguê-lo, revitalizá-lo, alugá-lo já pronto ou ser apenas voltado para aquisição de títulos do setor. Esses imóveis podem ser hotéis, shopping centers, edifícios comerciais, comerciais, escolas, loteamentos.

Multiplan investe em Torres Comerciais

Jornal DCI

22.02.2011

A empresa de administração de shopping centers Multiplan anunciou ontem o desenvolvimento de duas torres comerciais para locação em São Paulo. A empresa detém 100% do projeto. O investimento total estimado é de R$ 444 milhões, dos quais 21% já foram investidos. A inauguração está prevista para o segundo semestre de 2013.

As torres terão 36.500 metros quadrados e 36.900 metros quadrados de área bruta locável (ABL), alcançando 73.400 m² de ABL total. O Morumbi Corporate ficará localizado junto ao MorumbiShopping, na região sul da capital paulista. O Morumbi Corporate complementa o complexo criado em torno do MorumbiShopping, que inclui o Morumbi Office Tower, um dos primeiros edifícios comerciais da Avenida Berrini; o Centro Profissional MorumbiShopping, construído sobre a expansão do shopping center e integrado a ele; e o MorumbiBusinessCenter.

Este último tem previsão de entrega para o segundo semestre de 2011. A área bruta locável é de 10.150 m² e o projeto de arquitetura é do mesmo escritório do Morumbi Corporate, o Aflalo & Gasperini.

O investimento estimado nessa unidade é R$ 66 milhões. A entrega do projeto está prevista para novembro de deste ano.

Últimos resultados

No ano passado as vendas nos 13 shoppings centers da Multiplan, concorrente da BR Malls, somaram R$ 7,5 bilhões. Esse valor representa um crescimento de 22,4% em relação a 2009.

Considerando apenas o quarto trimestre de 2010, as vendas foram de R$ 2,4 bilhões, compondo aumento de 20,1% em comparação ao mesmo período de 2009.

Um projeto de destaque para que esse resultado fosse atingido foi o Shopping Vila Olímpia (São Paulo, capital), inaugurado em novembro de 2009. Este empreendimento apresentou crescimento de vendas de 34,5% em dezembro de 2010, no comparativo.

O Barra Shopping Sul, de Porto Alegre (RS), aberto ao público em novembro de 2008, registrou vendas anuais 19,9% maiores em seu segundo ano de operação também foi citado em comunicado.

Sem incluir as áreas adicionadas ao portfólio nos últimos 12 meses, as vendas da empresa na mesma área cresceram 14,6% em 2010, em comparação a 2009. No quarto trimestre de 2010 o crescimento foi de 13,8%. As vendas nas lojas comparáveis (em funcionamento há mais de um ano) cresceram 12,4% no ano e 12,6% no quarto trimestre. Conforme a empresa, todos os shoppings apresentaram crescimento de dois dígitos nas vendas em 2010. Nos últimos dez anos os malls da rede apresentaram um crescimento anual de vendas de 17,6%.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Minoru, ex-Abyara, une-se ao BTG Pactual

Valor

Daniela D’Ambrosio | De São Paulo

21.02.2011

 

Em evidência pela aquisição do Panamericano, o BTG Pactual - sem alarde - faz movimentos estratégicos também em outras áreas. A agressividade característica do banco já marca a sua presença no mercado imobiliário. Longe dos holofotes, no ano passado, registrou R$ 4 bilhões em fundos imobiliários e arrematou os endereços mais cobiçados de São Paulo e do Rio. Agora, aposta no improvável mercado residencial, segmento que não costuma atrair os bancos. Para comandar a área, elegeu Celso Minoru Tokuda, nome familiar para quem entende do ramo imobiliário.

Minoru fez fama como corretor e foi um dos fundadores da Abyara, empresa que não resistiu à crise e terminou nas mãos da Veremonte, do espanhol Enrique Bañuelos. Embora sua empresa tenha tido um fim trágico - Minoru não recebeu praticamente nada pela venda e tenha sido a primeira a quebrar-, ele continuou sendo, sempre, muito respeitado pelo mercado. É conhecido pela habilidade na compra de terrenos e pelo que chama de inteligência imobiliária: nos anos 80 e 90 criou e difundiu novos conceitos de produtos.

Sua ida para o BTG Pactual acontece justamente pela brecha deixada por outro empresário do setor, que também viu sua empresa sucumbir ao elevado endividamento. Oscar Segall, um dos fundadores da Klabin Segall - que foi comprada pela mesma Veremonte - entrou no BTG Pactual em meados do ano passado. E acaba de se desligar do banco. De acordo com fontes do setor, está indo para Miami, onde deve morar e cuidar de transações imobiliárias. De ascendência tradicionalíssima - Oscar é neto do pintor e escultor Lasar Segall e bisneto de Mauricio Klabin, fundador da fabricante de papéis Klabin - o ex-empresário pretende aproveitar o network selecionado e o conhecimento do mercado.

Segundo o Valor apurou, ao contrário de Segall, que tinha uma posição executiva, Minoru será sócio do banco. O desenho da sociedade ainda não está concluído e o segmento residencial será um braço da área de asset management do banco. Procurados, BTG Pactual e Minoru Tokuda não se pronunciaram sobre o assunto.

Segundo fontes, a plataforma residencial fará parceria com incorporadoras e o capital para financiar os projetos deve vir tanto dos fundos, quanto do próprio banco. A área, cuja equipe está sendo montada, inclui também salas comerciais de pequeno porte - febre do setor nos últimos dois anos.

Dos quatro fundos imobiliários que o BTG registrou na CVM e do quinto que está em análise, pelo menos dois estão diretamente ligados ao negócio residencial. Há fundos de desenvolvimento imobiliário e permutante, que investe em terrenos (residencial ou comercial) para fazer permuta com as incorporadoras por unidades autônomas dos empreendimentos. O valor total da oferta de cada fundo, ou seja, quanto o banco espera captar, é de R$ 1 bilhão.

Se a área residencial ainda é embrionária, no segmento comercial o banco está bastante ativo. Comprou 50% do Ventura, um dos mais modernos edifícios corporativos do Rio. Adquiriu em parceria com o grupo Malzoni, parte do edifício que pertencia à Brookfield, em um dos endereços mais cobiçados da Avenida Faria Lima. Com conclusão prevista para o fim deste ano, será a sede do banco. O banco, segundo o Valor apurou, estuda a aquisição de outros ativos e pretende ampliar sua atuação na área de galpões logísticos.

O BTG Pactual também comprou duas torres do Complexo JK, da construtora WTorre, além de 40% de participação em um terreno próximo ao shopping Morumbi, em São Paulo, onde será erguido edifício comercial de 96 mil 2.

 

 

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

BB quer expandir crédito para construtoras

Agência Estado

Altamiro Silva Junior

18.02.2011

 

SÃO PAULO - O Banco do Brasil quer aumentar as linhas de financiamento imobiliário para construtoras e pessoas jurídicas, segundo o diretor de novos negócios de varejo do BB, Paulo Rogério Caffarelli. O banco fechou dezembro com saldo de R$ 3 bilhões na carteira imobiliária e a meta é dobrar esse número em 2011. No programa habitacional do governo Minha Casa, Minha Vida, a meta é fazer 100 mil contratos este ano.

Do saldo total do financiamento imobiliário do BB, 85% são de recursos liberados para pessoas físicas e o restante para pessoas jurídicas. O objetivo do banco, segundo Caffarelli, é aumentar a participação desse último segmento para 60% e reduzir o de pessoas física para 40%.

"Começamos um movimento forte na pessoa física nos últimos meses, agora vamos intensificar as ações com construtoras", disse o executivo, que participou hoje de entrevista com a imprensa para comentar os números de 2010 do BB. O banco tem convênios com as 15 maiores construtoras do Brasil. O objetivo é ampliar esse número para as demais empresas de construção civil.

No programa Minha Casa, Minha Vida, o BB ainda é o único banco, além da Caixa Econômica Federal, autorizado a operar. Caffarelli diz que as operações começaram em setembro do ano passado e até agora poucos contratos foram assinados. O banco trabalha apenas com as faixas de 3 a 10 salários mínimos.

Os dados do quarto trimestre mostram que os desembolsos no financiamento imobiliário deram um salto em dezembro. Naquele mês, os recursos liberados somaram R$ 330 milhões, expansão de 84% ante novembro. Foram fechados 1.735 contratos, ante 1.042 no mês anterior.

 

 

 

Valor de fundos imobiliários dobra em um ano

Folha de São Paulo

Mercado Aberto

18.02.2011

 

O valor consolidado de capitalização de mercado do setor de Fundos de Investimento Imobiliário (FII) duplicou no último ano. Foi de R$ 4,1 bilhões em dezembro de 2009 para R$ 8,1 bilhões no final de 2010, segundo levantamento da Uqbar, empresa especializada em dados sobre securitização.

Em dezembro, quando sete desses fundos passaram a ter suas cotas negociadas no mercado secundário, o valor aumentou em R$ 2,2 bilhões.

O crescimento se deve à emissão de novos fundos e de novas cotas e, de forma complementar, à valorização de preço das cotas, segundo afirma Pedro Junqueira, sócio da Uqbar. No final de 2010, o valor era composto pela capitalização de 44 fundos imobiliários, 18 a mais que em dezembro do ano anterior.

A maior contribuição individual para o aumento no valor veio do Brazilian Capital Real Estate Fund I, que, depois da emissão secundária, no final de 2010, atingiu a capitalização de R$ 1,1 bilhão.

Cerca de 91% dos fundos são compostos de imóveis e destes, 54,4%, no valor de R$ 4,05 bilhões, investem em prédios de escritório.

Em segundo lugar, dentre os que alocam recursos em imóveis, estão os que focam em lojas de varejo e shopping centers. Eles representam 19,6%, com recursos de R$ 1,46 bilhão.

Há ainda FII dedicados a títulos de renda fixa, com cotas negociadas no mercado secundário, o que não existia até dezembro de 2009.

 

 

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Decisão do Fisco traz insegurança a fundo imobiliário



Brasil Econômico/BR   
Qua, 16 de Fevereiro de 2011 10:56

Superintendência da Receita em São Paulo entende que ganhos obtidos com papéis em mercado de balcão têm tributação maior

Luciano Feltrin

Investir no mercado de capitais brasileiro pode ser uma opção muito lucrativa, mas está longe de ser simples. Nem mesmo estrangeiros habituados a utilizar a Resolução 2.689, editada há mais de 10 anos pelo Conselho Monetário Nacional para permitir o acesso de não-residentes à bolsa e mercados similares, estão livres de armadilhas do fisco. É freqüente o surgimento de normas, decisões e interpretações da Receita que podem transformar boas aplicações em escolhas repletas de dúvida e risco.

A mais recente das surpresas aconteceu no final do ano passado.

Envolveu o mercado de balcão organizado. Trata-se de ambiente de negociação de títulos em que as operações são feitas de forma eletrônica e, quase sempre, interligadas por terminais.

Algo que em muitos aspectos imita o funcionamento de uma bolsa. Transações feitas no balcão organizado são supervisionadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que regula o mercado de capitais no país. O segmento também é autorregulado pelas entidades e instituições financeiras que o integram.

No entanto, as semelhanças não impediram que o Leão fosse bastante rigoroso ao analisar as transações realizadas em balcão.

Em resposta a uma consulta, a Superintendência da Receita Federal de São Paulo publicou documento determinando que os ganhos obtidos por estrangeiros em fundos de investimento imobiliários ali negociados não podem ser equiparados aos alcançados na bolsa de valores. Isso significa que os investidores que pagam 15% em operações realizadas no pregão poderiam ter de desembolsar até 20% dos ganhos apurados com papéis negociados no mercado de balcão organizado.

Embora em um primeiro momento seja válida apenas para quem fez a consulta - dado que não é publico -, a decisão traz insegurança e pode inibir novos investimentos de grandes fundos internacionais, alerta Bruno Henrique Coutinho, sócio tributarista do Rayes, Fagundes e Oliveira Ramos Advogados.

A decisão foi temerária e surpreendente.

Grande parte do mercado entende que o balcão organizado não é um ambiente idêntico ao da bolsa,mas similar, que é o que de fato deve valer para definir qual é a forma mais adequada de tributá-lo", explica.

Há a expectativa de que a Receita se pronuncie em breve sobre o tema, que vem gerando diversas consultas de investidores a escritórios de advocacia.

"Não ficou claro se a decisão vale para fundos de investimento imobiliário que sejam registrados em balcão ou se atinge apenas aqueles com negociação efetiva no segmento", afirma Flávio Mifano, do Mattos Filho. Nova formatação Por via das dúvidas, bancas que estruturam fundos imobiliários começam a adotar alguns cuidados para evitar que a tributação aos investidores seja maior do que a esperada.

Nesse cenário, ganham espaço fundos que terão suas cotas negociadas direto na bolsa. É uma forma de fugir do problema e garantir maior transparência, acredita Silvia Bugelli, sócia do Almeida Bugelli e Valença Advogados Associados, que prepara dois fundos com essa característica.

"O valor que se gasta para montar um fundo que irá para a bolsa é praticamente o mesmo do que custaria um para ir ao balcão. A diferença são algumas garantias adicionais que os investidores ganham em bolsa", compara a advogada.

Atualmente, segundo ela, o número de fundos cujas cotas são negociadas em bolsa já é maior que o daqueles que estão no mercado de balcão organizado: 29 contra 20.

Procurada, a Receita Federal diz que não irá se manifestar oficialmente sobre o processo.

Investimento do estrangeiro

A Resolução 2.689, editada pelo Conselho Monetário Nacional no ano 2000, permitiu aos investidores não residentes individuais ou coletivos acesso aos mesmos produtos do mercado financeiro e de capitais brasileiro disponíveis aos investidores residentes no país.

Isso significa ter permissão para trazer recursos ao Brasil para aplicar em bolsas de valores ou mecanismos similares.

No entendimento de vários advogados especializados, as semelhanças entre o ambiente de bolsa e o de balcão organizado são muito grandes.

Esses profissionais se baseiam em uma Instrução Normativa editada pela Receita no ano passado a de número 1.022 para ter base legal para a interpretação. Por isso, acreditam que a base de tributação das operações não serão alteradas

A frase

A decisão foi temerária e surpreendente.
O mercado entende que balcão organizado é similar à bolsa
Bruno Henrique Coutinho de Aguiar, tributarista e sócio do Rayes, Fagundes e Oliveira Ramos

Embora em um primeiro momento seja válido apenas para quem fez a consulta, o entendimento preocupa advogados. Eles acreditam que a Receita precisa emitir novo documento para esclarecer o tema

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

POUPANÇA DEVE FINANCIAR R$ 85 BI EM IMÓVEIS

Eduardo Puccioni
16.02.2011

São Paulo - A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) se mostra otimista com a economia brasileira. Com isso, a entidade está projetando um crescimento de 51% no volume financeiro de financiamento de imóveis por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para 2011.

No ano passado, o montante encerrou em R$ 56,2 bilhões, passando para R$ 85 bilhões neste ano. Na quantidade de unidades comercializadas, os números passam de 421 mil em 2010, para 540 mil neste ano, representando um crescimento de 28%.

"Imagino um ritmo econômico em 2011 igual ou superior ao visto no ano passado. A elevação da taxa básica de juros não afeta o mutuário, porque o funding é da caderneta de poupança", explica Luiz Antonio França, presidente da Associação. Na consolidação do SBPE com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), 2010 encerrou com volume financeiro de R$ 83,1 bilhões, um expressivo crescimento de 67% se comparado com o ano anterior. Já em quantidade de unidades vendidas, a elevação foi de 57%, saindo de 670 mil em 2009, para 1,052 milhão apurado no ano passado.

Só os financiamentos com a utilização d FGTS somaram R$ 26,9 bilhões no ano passado, contra R$ 15,6 bilhões no ano anterior, uma alta de 72%. Nas projeções, a Abecip não calculou o volume do FGTS para 2011 porque ainda faz parte do orçamento inicial, e os dados podem sofrer alteração. "No orçamento inicial para 2010, por exemplo, foram acrescidos cerca de R$ 9 bilhões. Portanto ainda não calculamos", afirma o presidente da Abecip.

Os motivos apontados por França para que o mercado se mantivesse aquecido em 2010 foram: a mudança das classes mais pobres; e o aumento da renda. "É preciso ter segurança para adquirir um imóvel. O aumento do número de pessoas capazes de comprar colaborou muito", disse.

De acordo com os dados divulgados, a taxa de desemprego finalizou 2010 em 5,3%, contra 6,8% em 2008 e 2009. No rendimento médio mensal, o salto foi de R$ 1.374 em janeiro do ano passado, para R$ 1.515 em dezembro.

Em contra partida, a taxa de juros saiu de 8,65% em janeiro de 2010 para 10,67% em dezembro do mesmo ano. Já a taxa de juros real encerrou 2010 em 4,50%, saindo de 3,88% em janeiro. "Devemos manter as taxas de juros praticados no ano passado pelo mercado para novos financiamentos", acrescenta França.

Do total de financiamentos por meio do SBPE (R$ 56 bilhões), R$ 31,8 bilhões foram destinados para aquisição e R$ 24,4 bilhões para construção, ou seja, financiamento realizado com as construtoras. Dentro das aquisições, 72,2% foram de imóveis usados, contra 27,8% de novos.

Outro ponto mostra a mudança na cultura dos brasileiros na hora de comprar um imóvel. Em 2005, o mutuário dava uma média de 52,2% de entrada e financiava 47,8%. Em 2010, os números mudaram. A média do valor de entrada caiu para 38%, e os outros 62% passaram para o financiamento. "O mercado precisou dessa mudança para que conseguisse continuar crescendo", revelou o presidente da Abecip.

A inadimplência se manteve próximo ao patamar nos últimos quatro anos. Em dezembro 2007, encerrou em 1,4%, passando para 1% em dezembro de 2008, 1,2% em 2009 e 1,1% em 2010. A inadimplência é considerada em contratos com mais de três prestações atrasadas.

A captação líquida da poupança encerrou 2010 com recorde histórico, finalizando com R$ 29,5 bilhões. Este volume representa 11,64% do saldo total da poupança, de R$ 253,6 bilhões e um crescimento de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando a poupança captou R$ 23,8 bilhões.

As operações de financiamento realizadas com recursos da poupança atingiram R$ 6,16 bilhões em dezembro do ano passado, volume maior em mais de R$ 1 bilhão em relação a novembro do mesmo ano. Comparado a dezembro de 2009, o montante apresentou crescimento de 61%.

Em dezembro, foram financiadas 43,5 mil unidades, mostrando uma elevação de 37%.



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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

BTG estuda ter uma participação na BR Malls

Daniele Madureira | Valor
15/02/2011 9:36
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SÃO PAULO - O BTG Pactual estuda a compra de uma participação na BR Malls, líder do setor de shopping centers no Brasil em área bruta locável (ABL), segundo uma fonte a par do assunto. "O banco pode se tornar sócio da empresa. Não precisa ser, necessariamente, o principal acionista", afirmou.
Procurado pelo Valor, a direção do BTG negou enfaticamente o interesse, enquanto uma fonte da GP, principal acionista da BR Malls, disse desconhecer negociações nesse sentido. "Se o BTG quer uma participação, nada o impede de ir a mercado e comprar, pois o capital da companhia é bem pulverizado em bolsa. Só não sei se isso faz sentido", disse. Ou comprar participação relevante de algum acionista individual.

Com ações no Novo Mercado da Bovespa, a BR Malls tem entre os seus principais acionistas individuais o HSBC Investments (6,87%) e Richard Paul Matheson (4,96%), presidente do conselho de administração da companhia. Ontem, a BR Malls valia R$ 6,3 bilhões na bolsa. No seu portfólio estão empreendimentos como Shopping Villa-Lobos, em São Paulo, e Fashion Mall, no Rio.

As conversas acontecem em paralelo a uma nova operação de empréstimo para a rede de eletroeletrônicos Casa & Video, que poderá dar ao BTG direitos de acionista na varejista. A ideia do BTG é fortalecer a rede e, dentro de um ano, tentar vendê-la por um valor maior do que seria obtido hoje. Uma "due dilligence" na Casa & Vídeo está sendo feita pela Ernst & Young e pelo escritório de advocacia Barbosa Müsnich Aragão.

Com participação em 38 shoppings, a BR Malls soma 1,1 milhão de metros 2 de ABL. No acumulado dos nove primeiros meses de 2010, a empresa registrou receita líquida de R$ 360,5 milhões e lucro líquido de R$ 205,8 milhões.

Se se concretizar, uma participação societária na BR Malls seria a mais nova investida da área de "merchant banking" do BTG, responsável por administrar os investimentos de longo prazo do grupo. No portfólio da área estão a Mitsubishi Motors do Brasil, a Suzuki Motors do Brasil, Derivados do Brasil (postos de combustível Viabrasil), Estapar (administradora de estacionamentos), Rede D'Or (hospitais) e Brazil Pharma (farmácias).

Até o momento, as farmácias concentram o principal negócio do BTG no varejo. Criada em setembro de 2009, a partir da compra das 396 lojas da Farmais, a Brazil Pharma hoje soma 660 pontos de venda em 12 Estados. Em 2010, o faturamento da empresa beirou o R$ 1 bilhão.

"A estratégia do banco foi adquirir o primeiro ou segundo maior varejista farmacêutico de outras regiões, fora do Sudeste, o mercado mais concorrido", diz uma fonte do setor.

Assim, a Brazil Pharma comprou a Farmais, a maior franquia nacional em redes de farmácias, a Rosário Distrital, líder no Centro-Oeste, a Guararapes, que era dona dos pontos da Farmácia dos Pobres e é a líder do setor em Pernambuco, e a Mais Econômica, a segunda maior da região Sul do país, depois da gaúcha Panvel.

Financiamentos imobiliários não param de crescer

14/02/11 - 13h45

Publicado Por: Bruna Gavioli

Jovem Pan Online

 

O crescimento acelerado de financiamentos com recursos da poupança começa a preocupar alguns setores. A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (ABECIP ) alerta que o recurso deverá se esgotar até 2013.

 

A ABECIP lembrou que a poupança é a principal fonte de recursos do crédito imobiliário no país, responsável por 95% do total e ressaltou que há um descompasso entre a demanda do setor e a captação de depósitos.

 

O presidente da associação, Luiz Antônio França, destacou que o crédito imobiliário está crescendo 50% ao ano, contra 15 a 20% da poupança. França explicou que o governo federal, instituições financeiras e o mercado da construção civil já devem discutir alternativas. “Haverá necessidade de outras fontes de recursos. E isso é preocupante? Não, isso é um sinal de alerta para que se possa preparar o mercado”.

 

A Caixa Econômica Federal mantém a liderança em Poupança no Brasil, com 34% do mercado, ou R$ 129 bilhões em depósitos. Em entrevista ao repórter Marcelo Mattos, o vice-presidente da instituição, Marcos Vasconcelos, avaliou essa situação no país. “O que temos disponível de saldo de poupança proporciona uma segurança para os períodos mais próximos (…) Estamos indo para um patamar que o Brasil com seu desenvolvimento comporta”

 

Os financiamentos não param de crescer, no Brasil. Somente em Habitação, a Caixa Econômica Federal registrou contratação recorde de R$ 77,8 bilhões em 2010. Volume 57% maior que em 2009.

 

A projeção da ABECIP é que os empréstimos para habitação devem atingir R$ 520 bilhões em 2014. O mercado já busca alternativas, como a securitização, que é a conversão de ativos imobiliários em títulos de Certificados Recebíveis Imobiliários.

Explosão do crédito imobiliário faz governo rever legislação do setor

O Globo - Rio de Janeiro/RJ - PRIMEIRO CADERNO - 15/02/2011 - 02:46:07

Avaliação é que regras antigas trazem insegurança para mutuários e bancos

 

Geralda Doca e Martha Beck

 

BRASÍLIA. O forte crescimento do crédito imobiliário no Brasil — que deve saltar dos atuais 3,8% para 10% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos pelo país) até 2014 — vai obrigar o governo a rever o arcabouço jurídico que rege os financiamentos habitacionais no país. Técnicos da área econômica já começaram a estudar o que precisa ser aperfeiçoado para evitar riscos de desequilíbrio no mercado. A avaliação é que, embora o país não enfrente bolhas no crédito imobiliário, precisa estar preparado para o aumento do número de contratos, sobretudo com a chegada de 30 milhões de pessoas à classe média.

 

Algumas regras causam insegurança a bancos e mutuários. Um exemplo está na chamada Lei da Usura — decreto dos anos 30 que proíbe a cobrança de juros sobre juros. São comuns casos de pessoas que consideram seus contratos imobiliários abusivos pela forma como os juros são calculados e recorrem à Justiça com base nessa lei.

 

— Revogar o decreto e deixar claro que a capitalização de juros pode ser aplicada ao crédito imobiliário daria maior segurança aos bancos na hora de emprestar dinheiro — diz o especialista do setor imobiliário José Pereira.

 

Analista defende sistema único de matrícula do imóvel

 

Há problemas até mesmo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC). Ele define que um cliente tem direito a desconto quando quitar seu financiamento antecipadamente. Mas não está claro se isso é algo que possa ser aplicado na compra de imóveis, o que provoca interpretações dúbias por parte da Justiça.

 

Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo (Ibedec), José Geraldo Tardin, é preciso estar alerta não apenas à forma como os juros são cobrados, mas também ao custo total.

 

— Nos contratos, estão embutidos juros, seguros e taxas cobradas pelos bancos. Muitas vezes, falta essa informação aos mutuários, que ficam sem chance de saber se há abusos — disse Tardin.

 

Mutuários também podem ter problemas após a compra do bem. Cada imóvel tem um número de matrícula que fica registrado em cartório, mas não há um sistema nacional que unifique os dados. Por isso, corre-se o risco de adquirir uma casa ou um apartamento e depois descobrir que o imóvel tem pendências em um outro estado.

 

— Por causa disso, levamos de 30 a 60 dias para fazer uma escritura ou um financiamento — afirmou Celso Petrucci, economista do Sindicato da Construção de São Paulo (Secovi).

 

Há dificuldades até mesmo com avanços que foram feitos na legislação nos últimos anos. O chamado patrimônio de afetação — criado para proteger empreendimentos na planta — ainda é pouco utilizado.

 

Já a alienação fiduciária, que facilita a retomada do imóvel em caso de inadimplência, tem sido usada por devedores na Justiça para manter a posse do bem. Uma brecha no CDC garante ao consumidor direito a reembolso de valores já pagos caso perca o que comprou.

 

Segundo um técnico da área econômica, ajustes serão feitos aos poucos para evitar insegurança no mercado. Ele lembrou que o problema relacionado à Lei da Usura, por exemplo, foi resolvida no programa Minha Casa, Minha Vida, pois o governo definiu que a amortização de um contrato pode ser negociada entre banco e mutuário.

 

No caso do CDC, uma solução seria alterar o texto para deixar claro que a regra da alienação fiduciária não vale para contratos imobiliários.

 

No patrimônio de afetação, fontes do governo afirmam que a procura por financiamentos é tão grande que as construtoras não precisam convencer os mutuários a fechar contratos oferecendo mais segurança. Por isso, uma solução seria oferecer alguns incentivos a quem optar pelo patrimônio de afetação.