segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

BTG QUER PANAMERICANO PARA 'MIDDLE MARKET' E CRÉDITO IMOBILIÁRIO

Vanessa Adachi e Aline Lima
31.01.2011

SÃO PAULO - O BTG Pactual pretende fazer um investimento estratégico no PanAmericano - e não uma transação da sua área de private equity - e planeja transformar o banco de Silvio Santos numa plataforma de negócios completamente independente do próprio BTG. Contará com a forte parceria da Caixa Econômica Federal, que manterá sua fatia de 36,56% do capital total (49% do votante) e a condição de co-controladora que assumiu ao investir R$ 740 milhões no ano passado, antes que viesse à tona a fraude contábil revelada em novembro.

Os planos ainda não estão detalhados, mas o PanAmericano poderá ser um canal para o BTG acessar empresas de médio porte (middle market), financiamento ao consumo e também o financiamento imobiliário com produtos fora do SFH, que já é operado pela Caixa. O BTG, controlado por André Esteves, recebeu em dezembro um aumento de capital de US$ 1,8 bilhão feito com recursos de alguns dos principais fundos soberanos da Ásia e do Oriente Médio, além de famílias ricas.

Ontem estava prevista uma reunião do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, com os membros do Fundo Garantidor de Créditos. A autoridade monetária queria se assegurar de que a troca de controle do PanAmericano fosse anunciada hoje pela manhã para evitar um estresse maior no sistema bancário.

Mesmo que a venda do controle seja anunciada hoje, o balanço do terceiro trimestre do PanAmericano só deve sair dentro de alguns dias, dada a complexidade para se fechar todas as contas. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é mantida informada.

Não por acaso, os principais banqueiros do país envolveram-se pessoalmente nas conversas na última sexta-feira e estiveram reunidos na sede do Fundo Garantidor, em São Paulo.

O Banco do Brasil, comandado por Aldemir Bendine, o Bradesco, presidido por Luiz Carlos Trabuco Cappi, e o Itaú Unibanco, de Roberto Setubal, são os principais credores do PanAmericano, na condição de compradores das carteiras de crédito da instituição. São cifras bilionárias. Ao mesmo tempo, são os principais cotistas do FGC e, com risco de amargar perdas bilionárias nas duas frentes, terminaram por concordar com nova operação de salvamento do banco até então controlado por Silvio Santos.

A operação, contudo, deixa gosto amargo na boca da banca nacional. A irritação com o empresário dono da rede de TV SBT é grande. Silvio relutou em aceitar a existência do novo rombo. Desde novembro o PanAmericano é dirigido por uma equipe indicada pela Caixa e o empresário ficou isolado da gestão.

Silvio Santos não aparecia na sede do Fundo Garantidor de Créditos, localizada no bairro de Pinheiros, em São Paulo, desde novembro do ano passado, quando veio à tona a existência de um rombo bilionário em seu banco. Foi obrigado a retornar ao FGC semana passada. Na quinta-feira, permaneceu lá aproximadamente das 18 horas às 21 horas. As pessoas que trabalham no edifício comercial sequer desconfiavam que a visita de urgência do empresário e apresentador envolvia a apuração de novas perdas no PanAmericano, que agora já somam cerca de R$ 4 bilhões. Silvio Santos estava sorridente e até tirou foto com uma funcionária do tradicional escritório de advocacia Demarest e Almeida, situado no mesmo edifício. Ao ouvir que a foto não havia saído tão boa por um problema na máquina, ainda brincou com a fã: "Então conserte até amanhã que estarei aqui de volta".

Mas Silvio não voltou na sexta. Mesmo assim, o dia foi ainda mais movimentado no FGC. Quase todo o PIB bancário do país esteve por lá. Ainda pela manhã, Maria Fernanda Ramos Coelho, presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), e Márcio Percival, presidente da CaixaPar, entraram para discutir as saídas para o banco do qual a Caixa se tornou sócia no ano passado. Ficaram por cerca de uma hora, até pouco antes de 11h. Enquanto saíam, chegavam, em carrões pretos, os principais banqueiros privados do país, os grandes "acionistas" do FGC. Primeiro Luiz Carlos Trabuco Cappi, acompanhado de Lázaro de Mello Brandão, presidente do conselho de administração do Bradesco. Logo em seguida, Roberto Setubal. A reunião, dessa vez, foi um pouco mais longa e durou cerca de duas horas e meia.

André Esteves, do BTG, apareceu no sábado, já para negociar as condições da compra do PanAmericano. Foi acompanhado de José Acar, ex-vice-presidente do Bradesco e atualmente um sócio do BTG, um grande entendido do negócio do varejo bancário. Silvio Santos mais uma vez não foi e esteve representado por advogados. As conversas se estenderam das 15h30 até quase 19 horas sem que tivessem sido conclusivas. Terminaram em impasse e foram retomadas ontem.

domingo, 30 de janeiro de 2011

CIRCULAR CEF Nº 538, DE 25 DE JANEIRO DE 2011

CIRCULAR CEF Nº 538, DE 25 DE JANEIRO DE 2011

DOU 27.01.2011

Divulga versão atualizada do manual operacional do Agente Operador do FGTS.

A Caixa Econômica Federal, no uso das atribuições que lhe conferem o artigo 7º, inciso II da Lei nº 8.036, de 11.05.90, artigo 67, inciso II do Decreto nº 99.684, de 08.11.90, com a redação dada pelo Decreto nº 1.522, de 23.06.95, e em cumprimento às disposições das Resoluções do Conselho Curador do FGTS nºs 460, de 14.12.04, 537, de 01.08.07, 649, de 14.12.10 e Portaria da Controladoria Geral da União nº 516, de 15.03.10, resolve:

1 Divulgar versão atualizada do Manual abaixo relacionado, que consolida as diretrizes, conceitos e parâmetros estabelecidos pelo Conselho Curador do FGTS e pelo Gestor da Aplicação dos recursos do FGTS, tendo como objetivo a racionalização dos procedimentos operacionais a serem observados pelas Securizadoras e demais Agentes interessados na aquisição de CRI lastreados com recursos do FGTS:

1.1 Manual de Fomento Aquisição de Certificados de Recebíveis Imobiliários - CRI.

2 A versão do Manual, ora divulgada, consolida as alterações ocorridas nos procedimentos operacionais para Aquisição de Certificados de Recebíveis Imobiliários - CRI, no período de 21.07.10 a 19.01.11, com destaque em negrito no texto.

2.1 Esse Manual está disponível a todos os participantes dos Programas de Aplicações do FGTS, por intermédio das Superintendências Regionais e das Regionais de Sustentação ao Negócio Administrar FGTS da Caixa Econômica Federal, em todo o território nacional e no sítio da CAIXA, no endereço http://www.caixa.gov.br, escolher a opção download, Item FGTS e subitem Manuais de Fomento.

3 Esta Circular entra em vigor na data de sua publicação, revogando a Circular CAIXA nº 520, de 20.07.10.

ROBERTO DERZIÊ DE SANT'ANNA

Vice- Presidente Em Exercício


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Aliansce lança R$ 80 milhões em CRI com a RB Capital

Agência Estado

26 de janeiro de 2011

 

Prazo de amortização é de 143 meses, com remuneração à taxa anual equivalente a NTN-B com vencimento em 2017, mais spread (taxa de retorno) a ser informado posteriormente 

 

SÃO PAULO – A Aliansce, administradora de shopping centers, participa de uma operação de distribuição de recebíveis imobiliários (CRI) no valor de R$ 80 milhões. A emissora é a RB Capital e o coordenador, a Matone DTVM. São 266 CRIs da 55ª série da 1ª emissão da RB, no valor nominal de R$ 300,751 mil. O prazo de amortização é de 143 meses, com remuneração à taxa anual equivalente a NTN-B com vencimento em 2017, mais spread (taxa de retorno) a ser informado posteriormente, atualizado mensalmente pelo IPCA.


 

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Fundo imobiliário busca ativo financeiro

Mariana Segala   (msegala@brasileconomico.com.br)

 

19/01/11 15:38

 

Em 2010, dos R$ 2,8 bilhões vendidos em cotas nas ofertas, 53% foram captados por fundos que se propunham a comprar espaços corporativos para alugar

Os fundos imobiliários - que, em 2010, entraram de vez no gosto do investidor brasileiro - prometem passar por uma fase de mudança neste ano. Em especial, no que diz respeito à estratégia de investimento.

No ano passado, dos R$ 2,8 bilhões efetivamente vendidos em cotas nas ofertas, 53% foram captados por fundos que se propunham a comprar espaços corporativos para alugar.

Agora, dos R$ 9,5 bilhões previstos nas ofertas já em andamento ou em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), apenas 11% buscam esse segmento.

A maior fatia dos recursos, de 38%, deve ser destinada a ativos financeiros lastreados no setor imobiliário, segundo levantamento do consultor Marcelo D'Agosto, especializado em fundos de investimentos.

Entram nessa categoria papéis como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI), Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e até ações de companhias de construtoras. Mais de 15 mil pessoas físicas participaram das ofertas de 2010, comprando 77% das cotas disponíveis.

Liberados para adquirir ativos do tipo desde 2008, só depois que foram isentados da cobrança de Imposto de Renda em títulos de renda fixa imobiliária - em 2009 - que os fundos começaram a comprar CRIs e outros papéis.

O benefício, já concedido aos investidores pessoa física que investissem diretamente nos papéis, marcou o setor.

"Os CRIs são um produto testado e aprovado pelos investidores individuais, mas têm preço de emissão de R$ 300 mil", explica o diretor da RB Capital, Marcelo Michaluá, sobre os papéis lastreados em fluxos de prestações e aluguéis. "Mas em um fundo, com cotas que podem custar R$ 10 mil, os certificados atingem uma nova classe de investidores."

Popularidade

Não que se possa chamar os fundos imobiliários de ativos financeiros de "populares". Pelo estudo de D'Agosto, as carteiras desse tipo foram as que tiveram maior aporte médio por investidor entre as ofertas do ano passado.

Foram R$ 516 mil por pessoa física, contra R$ 139 mil por investidor na média dos fundos imobiliários. Já as carteiras destinadas a investir em imóveis comerciais (como lojas de shopping center) foram os mais acessíveis, com aporte médio de R$ 59 mil por investidor de varejo.

A pulverização das carteiras focadas em ativos financeiros e dos fundos imobiliários em geral ainda depende da chegada de certo tipo de instituição financeira ao segmento.

"O fato de grandes bancos começarem a oferecer fundos imobiliários até na rede de agências tende a pulverizá-los", avalia D'Agosto.

A isenção de impostos e a rentabilidade são atrativos adicionais. Segundo estudo da consultoria Fundo Imobiliário, a rentabilidade média dos 25 principais fundos negociados na BM&FBovespa atingiu 26,87% em 2010, considerando a distribuição de rendas e a valorização das cotas.

Bolsa reduz tarifas para comprador de título privado

(Valor Econômico pág D2 24/01/2011)

A BM&FBovespa divulgou no fim da semana passada um pacote de redução de custos para quem quer negociar papéis de renda fixa privados na bolsa. O pacote diminui as taxas de custódia, manutenção e negociação de debêntures, cotas de fundos de recebíveis (FIDCs), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Letras Financeiras. Com isso, aplicações até R$ 300 mil ficarão isentas de taxa de custódia. A medida deverá incentivar as aplicações de varejo nesses papéis.
A taxa de custódia era 0,10% ao ano, com teto de R$ 1,5 mil. Agora, apenas valores acima de R$ 300 mil pagarão a tarifa, que começa em 0,013% e vai até 0,0005% para quantias acima de R$ 10 bilhões (ver quadro). “Foi uma redução importante para o investidor”, diz Sergio Goldenstein, diretor de renda fixa e câmbio da BM&FBovespa.
A bolsa reduziu também a taxa de negociação paga pelo investidor, que era de 0,10%, com mínimo de R$ 40. Agora, ela será de 0,001%, com mínimo de R$ 5 e máximo de R$ 1 mil. Foi criada também uma taxa de manutenção, de R$ 20 por ano sobre cada conta de debêntures, notas promissórias, Letras Financeiras, CRIs ou FIDCs que o investidor possua.
O objetivo da bolsa é incentivar as ofertas e a negociação desses papéis na BM&FBovespa, afirma Goldenstein, destacando a vantagem da possibilidade de pulverização das operações para um universo maior de investidores. “Queremos mostrar a capilaridade da bolsa, que permite uma distribuição pública que vai além dos grandes investidores institucionais, bancos e fundos, chegando também ao varejo”, diz.
Hoje, lembra ele, as emissões de debêntures são, na verdade, operações de crédito, em que um banco ou dois apenas compram todos os papéis diretamente. “Mas no futuro isso vai mudar, elas vão ser vendidas em ofertas públicas e vão se tornar mais operações típicas de mercado de capitais, e a bolsa é o espaço que vai permitir essa pulverização junto ao varejo via corretoras”, diz Goldenstein. Hoje, a bolsa tem cerca de 2% do mercado de títulos privados do mercado, excluindo os CDBs, o que equivale a cerca de R$ 10 bilhões.
Junto com os custos para o investidor, a bolsa reduziu também as tarifas para os emissores dos papéis. E criou regras para as ofertas de Letras Financeiras, emitidas pelos bancos, que poderão ser lançadas e negociadas na bolsa em ofertas públicas.
Para as empresas, a bolsa baixou a taxa de distribuição dos papéis, antes de 0,035% sobre o valor da emissão. Foram criadas três faixas, sendo a primeira, sem o uso do “pool” de corretoras na distribuição, de 0,002%, menos de 10% da taxa anterior, observa Goldenstein. A segunda, com as corretoras, sobe para 0,01%, mas mesmo assim menos de um terço do custo antigo. E, com corretoras e serviços adicionais, como controle das contas dos investidores, o custo vai a 0,02%.
A taxa de análise para registro de debêntures também foi reduzida, de R$ 51 mil para R$ 9,9 mil. E a anuidade paga pelas empresas, de R$ 9,9 mil, foi eliminada. “E se a empresa fizer a emissão da debênture exclusivamente na bolsa, ela estará isenta de taxa de análise”, diz Goldenstein. Apenas os FIDCs continuarão com taxa de análise, de R$ 7,7 mil, e anuidade, de mesmo valor. A taxa de registro mensal de debêntures, que tinha três faixas, de 0,0010%, 0,0012% e 0,0014%, foi transformada em apenas uma de 0,001%.
“Esperamos um crescimento forte das emissões de debêntures e de outros papéis privados nos próximos anos para financiar o crescimento do país, e será preciso criar um mercado secundário forte para atrair investidores e pulverizar a distribuição”, afirma Goldenstein.

 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

CVM edita Instrução que altera regra sobre a atuação dos agentes fiduciários

CVM edita Instrução que altera regra sobre a atuação dos agentes fiduciários

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) edita hoje, 24/01/2011, a Instrução CVM nº 490, que altera a Instrução CVM nº 28/83, sobre o exercício da função de agente fiduciário na emissão de debêntures. A >Instrução CVM nº 490 é resultado da Audiência Pública nº 09/2010.

A Instrução CVM nº 490/11 permite que uma mesma pessoa física ou instituição financeira seja contratada para exercer a função de agente fiduciário em emissão de debêntures de companhias integrantes do mesmo grupo. Em contrapartida, a Instrução impõe ao agente fiduciário deveres de transparência em relação à existência de outras emissões de debêntures, públicas ou privadas, feitas por sociedade coligada, controlada, controladora ou integrante do mesmo grupo da emissora em que tenha atuado como agente fiduciário.

A divulgação da existência de outras emissões de debêntures, bem como as respectivas características das emissões, deve ser feita por meio do relatório anual destinado aos debenturistas e de publicação imediata em página na rede mundial de computadores.

Por fim, a CVM esclarece que a Instrução nº 490/11, objeto da Audiência Pública nº 09/10, iniciada em 3/11/2010, não contempla as alterações promovidas no art. 66 da Lei nº 6.404/76 pela Medida-Provisória nº 517, de 30/12/2010. As mudanças nas regras que tratam dos agentes fiduciários decorrentes da referida Medida Provisória estão sendo avaliadas e serão objeto de nova Audiência Pública tão logo seja concluído o processo de conversão da Medida Provisória em lei.

Clique para ter acesso à íntegra da Instrução 490/11 e ao Relatório de Audiência Pública.

Após dobrar de tamanho, Prosperitas planeja abrir capital entre 2011 e 2012

Carolina Mandl | De São Paulo

 

Valor Econômico - São Paulo/SP - EMPRESAS - 24/01/2011 - 01:02:22

 

Com a compra de R$ 2,2 bilhões em ativos imobiliários da Bracor, a Prosperitas, gestora de recursos na área imobiliária, começa a planejar passos maiores. Agora, ao dobrar de tamanho, com 2 mil m 2 de imóveis comerciais prontos e em construção sob seu comando, a empresa analisa a possibilidade de abrir o capital na bolsa de valores.

 

"O mercado está bastante favorável para as ofertas iniciais de ações. É uma alternativa que podemos analisar para o fim deste ano ou começo de 2012", diz Luciano Lewandowski, sócio da Prosperitas. É um caminho que já foi seguido pela BR Properties, que tem entre seus principais acionistas os fundos da GP Investments.

 

Outra alternativa em estudo, segundo o executivo, é a divisão do portfólio da Prosperitas em unidades de negócios, como shoppings center e logística, o que poderia facilitar a venda dos imóveis para empresas que já são do setor no futuro. Só em shopping, a Prosperitas possui sete empreendimentos.

 

Os 30 imóveis adquiridos pela gestora possuem 1 milhão de m 2 construídos e geram uma receita anual com aluguel de R$ 230 milhões. Esse portfólio será agregado ao atual 1 milhão de m 2 que sendo estão sendo construídos pela Prosperitas. "O conjunto de imóveis comprados é complementar àquilo que temos hoje porque os novos empreendimentos já geram receita", afirma Lewandowski.

 

Ao longo deste ano, a tarefa da Prosperitas também passa por aproveitar o potencial construtivo dos terrenos onde estão os 30 imóveis adquiridos. Segundo o sócio da gestora, há espaço para a ampliação de empreendimentos ou construção de novos.

 

Para financiar a aquisição, a Prosperitas usará diferentes fontes de recursos. Uma parte não divulgada virá do fundo recém-captado pela gestora, de R$ 1 bilhão. Além disso, alguns cotistas desse mesmo fundo decidiram investir mais R$ 500 milhões para fechar a compra da Bracor. Para completar os recursos, o banco Bradesco, tanto pela área de atendimento às empresas quanto pelo banco de investimento, financiará outra parcela. Com isso, a Bracor recebe os R$ 2,2 bilhões à vista, o que faz dessa transação a maior já feita no Brasil com desembolso de recursos.

 

Segundo o Valor apurou, o Bradesco entrará com cerca de R$ 1 bilhão via a aquisição de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) com lastro nos contrato de aluguel dos imóveis, lançados pela securitizadora Cibrasec. Para dar agilidade à operação, esses papéis foram comprados pelo banco. Em um segundo momento, porém, os títulos poderão ser repassados a investidores. A Prosperitas não confirma essas informações.

 

Criada há pouco mais de quatro anos pelo megainvestidor americano Sam Zell e pelo executivo Carlos Betancourt, a Bracor está se desfazendo de quase a totalidade de seu portfólio, que soma 45 imóveis comerciais. Ficaram de fora do negócio com a Prosperitas apenas 15 empreendimentos, localizados principalmente em São Paulo, sendo que três deles já foram vendidos para outros compradores.

 

O futuro dos 12 imóveis que ainda ficaram no portfólio da Bracor ainda não está definido, segundo Betancourt, presidente da Bracor. Ele nega, porém, que esse seja o fim da empresa criada por ele e por Zell há menos de cinco anos. "No momento apropriado vamos anunciar nossos planos. Mas talvez haja a expansão para outras atividades", diz Betancourt. No fim de 2010, a Bracor tentou vender 11 imóveis por meio de um fundo imobiliário. Porém, não houve demanda dos investidores.

 

Em entrevista ao Valor em maio, a Equity International, de Zell, já havia manifestado a intenção de vender parte de seu portfólio no Brasil para reaplicar o dinheiro em novos setores. Entre os investimentos de Zell no Brasil estão a Brazilian Finance & Real Estate (BFRE) e a Gafisa.

 

 

 

 

domingo, 23 de janeiro de 2011

EMISSÕES NO SEGMENTO DE RENDA FIXA NO EXTERIOR

Monitor Mercantil

21/01/2011 - 18:01


Bradesco BBI de olho em US$ 40 bi 

Intensificar o relacionamento com os clientes e antecipar as eventuais necessidades 

Depois de liderar o ranking de emissões no segmento de renda fixa no mercado brasileiro em 2010, o Bradesco BBI pretende reforçar a atuação além das fronteiras do país e aumentar a participação na coordenação de emissões externas, um mercado que movimentou US$ 40 bilhões no ano passado. 

Segundo o diretor do BBI, João Carlos Zani, o banco está reforçando a área e investindo em contratações para atender à crescente demanda das companhias que pretendem captar recursos fora do país. Em 2010, o banco ficou na oitava posição no ranking de emissões externas da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). 


Estratégias 


Entre as estratégias para melhorar essa posição, o BBI pretende intensificar o relacionamento com os clientes e procurar se antecipar as eventuais necessidades, a exemplo do que já acontece na parte de renda fixa local, afirmou Zani à Agência Estado. 

Neste ano, o BBI reabriu o mercado ao realizar a primeira captação no exterior, com a reabertura dos bônus do próprio Bradesco com vencimento em 2021, no valor de US$ 500 milhões, e participa de outras duas operações este mês, segundo o diretor. "Temos o segmento de emissões externas com um dos desafios para este ano", ressaltou. 

No mercado doméstico, o BBI coordenou 90 emissões, com um volume total de R$ 18,3 bilhões, de acordo com os dados da Anbima. O banco também pretende reforçar a área para manter a posição de liderança e projeta um crescimento entre 20% e 25% este ano nas operações. 

Segundo o executivo, ao contrário do setor externo, as emissões no mercado interno praticamente não pararam nem na virada do ano. "Além de operações que tiveram início em 2010, temos cotações para novos negócios todos os dias", destacou. 

Expectativa 

A expectativa é de que o Bradesco BBI feche o primeiro trimestre com mais de R$ 2 bilhões em emissões de debêntures, notas promissórias, fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC) e Certificados de recebíveis imobiliários (CRI). As captações de recursos no mercado brasileiro por instrumentos de renda fixa totalizaram R$ 88 bilhões no ano passado. 

O diretor do BBI credita o crescimento de 38,3% em relação a 2009 ao sucesso da Instrução nº 476 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que permitiu as emissões públicas com esforços restritos, destinadas a um público específico e dispensadas de registro no órgão regulador. "Se não fosse a 476, provavelmente não teríamos um ano tão bom", avalia. 

As emissões devem ser favorecidas ainda pelas medidas anunciadas pelo governo no final do ano passado para estimular o financiamento de longo prazo da economia, na análise de Zani. O executivo espera que as captações comecem a deslanchar após o período de audiência pública estipulado pela CVM para tratar de alguns temas colocados na medida provisória que regulamentou o pacote, previsto para fevereiro. 




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sábado, 22 de janeiro de 2011

OAS obtém R$ 280 milhões do FGTS para residências da Arena Grêmio

Recursos serão destinados à construção de empreendimentos imobiliários anexos ao estádio do clube gaúcho

André Vieira, iG São Paulo | 21/01/2011 14:52

A construtora OAS obteve R$ 280 milhões do conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para as obras de construção de residências no entorno da Arena do Grêmio e no terreno hoje ocupado pelo Estádio Olímpico, que pertence ao clube gaúcho, em Porto Alegre.

O fundo de investimento imobiliário (FII) Caixa Desenvolvimento Imobiliário, cujo único cotista é o FGTS, vai aportar R$ 280 milhões numa sociedade controlada pelo grupo OAS, a Karagounis. O fundo terá 80% da empresa cujo nome faz alusão ao jogador grego que fez o gol contra Portugal na final do torneio da Euro em 2004.

O dinheiro do FGTS reforçará os investimentos imobiliários da OAS. Com a Karagounis, a construtora prevê um investimento total de R$ 300 milhões com empreendimentos imobiliários residenciais ligados ao clube gaúcho, informou a OAS em um comunicado datado do último dia do ano de 2010 e que veio a público apenas agora.

Segundo o comunicado, o acordo com o clube gaúcho foi assinado no dia 27 de dezembro. Procurada, a OAS não comentou o assunto.

A proposta é que o Grêmio não gaste nenhum centavo com a construção da nova Arena com capacidade para 52 mil torcedores. Mas o clube gaúcho deve entregar à OAS o terreno do Olímpico como também parte da arrecadação futura do novo estádio por 20 anos.

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Além da Arena, situada no bairro de Humaitá em Porto Alegre, o complexo terá shopping-center, hotel de luxo, centro de convenções, edifícios-garagem, entre outros empreendimentos. Quando concluir as obras do novo estádio, o atual, Olímpico, inaugurado em 1954 no bairro da Azenha, será derrubado, e a OAS prevê construir outros empreendimentos imobiliários. As obras todas são estimadas em R$ 1 bilhão, o que inclui ainda recursos que a OAS prevê captar com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Fundo Prosperitas paga R$ 2,2 bilhões por 30 imóveis do grupo Bracor

Acordo anunciado ontem é o maior já fechado no mercado imobiliário brasileiro; com a negociação, a Bracor, que tem entre seus acionistas o bilionário americano Sam Zell e a família real de Abu Dhabi, fica com um portfólio de apenas 12 imóveis
Sábado, 22 de Janeiro de 2011, 00h00
Wilton Junior/AE-4/12/2006
Naiana Oscar

O fundo de investimentos Prosperitas desembolsou R$ 2,2 bilhões para comprar parte do portfólio da Bracor, empresa especializada em imóveis comerciais e industriais, que tem entre seus principais acionistas o mega investidor americano Sam Zell. O valor é recorde e faz do negócio a maior transação imobiliária já realizada no País.

A Bracor se desfez de 30 dos 42 ativos que mantinha em carteira. Os empreendimentos - a maioria galpões e centros logísticos - têm como inquilinos companhias como Ambev, Petrobrás e Ponto Frio. O contrato médio de locação é de dez anos e a receita desses imóveis chega a R$ 230 milhões por ano. O valor desembolsado pela Prosperitas diz respeito apenas aos ativos adquiridos e não inclui dívidas.

"Em cinco anos, não tivemos qualquer tipo de monetização", diz o presidente da Bracor, Carlos Betancourt, para justificar que esse não é o fim da empresa criada por ele e Sam Zell em 2005. "É um processo natural de realização de resultado."

As negociações começaram em novembro, depois de uma experiência frustrada da Bracor com a criação de um fundo imobiliário, que pretendia levantar R$ 262 milhões. A intenção já era a de se desfazer de parte dos ativos nessa operação mas, segundo fontes de mercado, não houve interesse dos investidores.

Os planos de venda da Bracor encontraram o caixa parrudo da Prosperitas, que havia acabado de captar R$ 600 milhões com investidores. "O negócio foi feito praticamente à vista", disse Luciano Lewandowski, um dos sócios controladores do fundo. Sem dar detalhes da compra, ele disse que a transação foi feita com recursos próprios, do Bradesco e de investidores internacionais. Entre os clientes da Prosperitas estão nomes de peso, como o Estado de Washington e a Universidade Harvard.

A aquisição praticamente dobra a área de galpões industriais da Prosperitas, que passará a ser de 1,5 milhão de m² de área construída e outros 500 mil m² em desenvolvimento. "Somos agora o maior player do País nesse mercado", disse Lewandowski. "Como o portfólio das duas empresas é complementar, conseguimos ampliar nossa presença para regiões em que não estávamos, como o Nordeste."

Em dezembro, o fundo já havia comprado também 78% de participação na empresa de loteamento Cipasa. "E temos poder de fogo para continuar com as aquisições", disse Lewandowski. Segundo ele, a Prosperitas ainda tem US$ 300 milhões para investir em shoppings, galpões e loteamentos.

Os próximos passos da Bracor não foram revelados. Betancourt continua na presidência e os acionistas são os mesmos: Equity International, de Sam Zell, a família real de Abu Dhabi, Morgan Stanley, o grupo Olayan, da Arábia Saudita e a seguradora Berkley. "Estamos definindo a atuação em outras áreas."

O executivo de uma das empresas concorrentes da Bracor, no entanto, acredita que a empresa deve vender em breve os 12 imóveis que restaram em sua carteira e fechar as portas. "Não faz sentido continuar com tão pouco. Vai ser difícil diluir o custo fixo e a margem vai cair porque não tem escala."

ACORDOS BILIONÁRIOS

Dezembro de 2007
A Brascan, hoje Brookfield Brasil, pagou R$ 1,5 bilhão pela participação de Paulo Malzoni, do grupo Malzoni, nos shoppings Paulista (70%), West Plaza (50%), Pátio Higienópolis (40%), Botafogo Praia Shopping (40%) e Vila Olímpia (33%)

Agosto de 2008
A WTorre concluiu a venda da Torre São Paulo para o Grupo Santander, por R$ 1,06 bilhão. O prédio de 28 andares e 82 mil metros quadrados passou a ser a nova sede do banco no País.

Novembro de 2010
A WTorre começou a negociação do futuro edifício da Petrobrás, no Rio de Janeiro, por R$ 1,2 bilhão. A empresa criou um fundo de investimento imobiliário (FII) para vender cotas no mercado. A Petrobrás é a única locatária até 2029, pagando aluguéis de R$ 100 milhões ao ano.

Prosperitas compra 30 imóveis da Bracor por R$ 2,2 bilhões

Carolina Mandl | Valor
21/01/2011 19:38

SÃO PAULO - A Prosperitas, gestora de recursos com foco na área imobiliária, comprou, por R$ 2,2 bilhões, 30 ativos da Bracor, empresa de empreendimentos comerciais que tem como um de seus principais sócios o megainvestidor americano Sam Zell. É a maior transação imobiliária já registrada no Brasil.

Criada há apenas quatro anos por Zell e pelo executivo Carlos Betancourt, a Bracor está se desfazendo de quase a totalidade de seu portfólio, que soma 45 imóveis comerciais. Ficaram de fora 15 empreendimentos, localizados principalmente em São Paulo, sendo que três também já tinham sido vendidos.

Todos os imóveis da Bracor possuem como inquilinos grandes empresas, como IBM, Procter & Gamble, Goodyear, Casa & Construção e Contax e os contratos de locação são de dez anos em média.

Os 30 imóveis adquiridos pela gestora possuem 1 milhão de metros quadrados construídos e geram uma receita anual com aluguel de R$ 230 milhões. Esse portfólio será agregado ao atual 1 milhão de metros quadrados que sendo estão sendo construídos pela Prosperitas.

"O conjunto de imóveis comprados é complementar àquilo que temos hoje porque os novos empreendimentos já geram receita", afirma Luciano Lewandowski, sócio da Prosperitas.

Para financiar a aquisição, a Prosperitas usará diferentes fontes de recursos. Uma parte não-divulgada virá do fundo recém-captado pela gestora, de R$ 1 bilhão. Outros investidores, cujos nomes não foram revelados, também farão aportes. Além disso, o Bradesco BBI financiará outra parcela do investimento.

Segundo o Valor apurou, o Bradesco entrará com cerca de R$ 1 bilhão nesta operação via a aquisição de certificados de recebíveis imobiliários (CRI) com lastro nos aluguéis dos imóveis, lançados pela securitizadora Cibrasec, além de outros títulos. A Prosperitas não confirma essa informação.

O futuro dos 12 imóveis que ficaram no portfólio da Bracor ainda não está definido, segundo Carlos Betancourt, presidente da Bracor. Ele nega, porém, que esse seja o fim da empresa criada por ele e por Zell há menos de cinco anos. "No momento apropriado vamos anunciar nossos planos. Mas talvez haja a expansão para outras atividades", diz Betancourt.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

As carteiras imobiliárias em 2010 e os ganhos do investidor

Valor Econômico - São Paulo/SP - EU & INVESTIMENTOS - 13/01/2011 - 02:40:48

 

Marcelo D Agosto

 

No ano de 2010, foram registradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 39 ofertas de distribuição de cotas de fundos imobiliários, totalizando um montante recorde de R$ 9,7 bilhões. Destas, 20 ofertas foram concluídas ao longo do ano e somaram R$ 3,3 bilhões. As demais ofertas ainda estão em processo de comercialização.

 

Pelas informações mais detalhadas das emissões, verifica-se que, das 20 ofertas concluídas, o total de R$ 2,8 bilhões foi efetivamente colocado junto aos vários tipos de investidores (pessoas físicas, institucionais, corporativos, estrangeiros etc), sendo que os maiores compradores foram as pessoas físicas. Do montante colocado, o volume de R$ 2,2 bilhões, equivalente a quase 80%, foi direcionado para pouco mais de 15 mil pessoas físicas.

 

Metade do volume das ofertas colocadas em 2010 foi de fundos imobiliários cuja política de investimento é adquirir, majoritariamente, lajes de prédios de escritórios para locação para empresas de primeira linha. Esse tipo de fundo atraiu investimentos de cerca de 8 mil pessoas físicas com aplicação média de aproximadamente R$ 130 mil.

 

Em termos de volume, o segundo tipo de fundo que mais atraiu pessoas físicas foram aqueles cuja política de investimento é adquirir ativos financeiros imobiliários. A aplicação média das cerca de 700 pessoas físicas que investiram nesse tipo de fundo é mais elevada, de cerca de R$ 500 mil.

 

Com relação à quantidade de investidores, os fundos cuja política de investimentos é comprar imóveis "built-to-suit", ou comerciais, atraíram cerca de 2 mil pessoas físicas cada um. Os imóveis "built-to-suit" são aqueles construídos para atender às necessidades específicas de um determinado locatário e, por consequência, possuem um contrato de locação com características particulares, geralmente de longo prazo. Os imóveis comerciais são aqueles locados para lojas e shopping centers desenvolverem suas atividades mercantis.

 

A aplicação média das pessoas físicas nos fundos que investiram em imóveis "built-to-suit" foi de R$ 90 mil e nos fundos que investiram em imóveis comerciais foi de R$ 60 mil.

 

Adicionalmente, mas em menor número e em menor volume, as pessoas físicas também aplicaram seus recursos em fundos imobiliários que possuem como política de investimento a aquisição de imóveis e projetos habitacionais, galpões industriais ou armazéns para distribuição de estoques e cotas de outros fundos imobiliários.

 

Em termos de ganhos para o investidor, os dados de mercado mostram que, das ofertas encerradas em 2010, a faixa de rendimento corrente dos aplicadores em fundos imobiliário está ao redor de 9,5% ao ano. Esse número é calculado a partir da relação entre a remuneração distribuída pelo fundo e o valor de mercado de sua cota.

 

Além do rendimento corrente o investidor em fundos imobiliários pode ter um ganho de capital tanto em função da valorização do imóvel quanto pela queda das taxas de juros de longo prazo.

 

A valorização do imóvel geralmente implica em um aumento dos valores cobrados pelo seu aluguel e a queda das taxas de juros torna o fluxo de caixa gerado pelos alugueis dos imóveis mais valioso. Em ambos os casos a consequência é o aumento do preço de mercado da cota o fundo.

 

Como vantagem adicional, a pessoa física que aplica no fundo imobiliário possui isenção do imposto de renda sobre seus rendimentos, desde que o fundo imobiliário atenda as exigências da legislação.

 

A combinação entre a diversidade de políticas de investimento com a boa perspectiva de remuneração comparativamente às opções tradicionais de investimento foi um importante fator para o desempenho recorde do mercado de fundos imobiliários em 2010.

 

Para 2011 o investidor deverá encontrar diversas alternativas que podem gerar boas oportunidades de investimento desde que os riscos para seu portfólio de investimento sejam toleráveis. Entre as ofertas em andamento, uma boa parte são de fundos que tem como política de investimento a aquisição de ativos financeiros imobiliários.

 

Uma inovação para 2011 serão os fundos que tem como política de investimento o desenvolvimento de empreendimentos imobiliários, com o objetivo de capturar e repassar ao investidor o ganho com a valorização do terreno decorrente da atividade de incorporação imobiliária. A maior variedade de alternativas de fundos imobiliários implica, para os investidores, em análises de investimento mais detalhadas.

 

Marcelo D Agosto é consultor de investimentos e autor do livro "Como escolher o melhor fundo de investimento"

 

E-mail marcelodagosto@hotmail.com

 

Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

 

 

 

 

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Captação líquida dos fundos de investimento bate novo recorde


10/01/11 - 00:00 > FINANÇAS DCI
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Eduardo Puccioni

SÃO PAULO - O setor de fundos de investimento finalizou dezembro do ano passado com captação líquida negativa de R$ 14,841 bilhões. Este foi o primeiro mês que os fundos encerraram em que as vendas superam as compras em todo o ano de 2010. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

"Apesar de ser um volume alto, é natural a saída dos investidores em dezembro", afirma Luciane Ribeiro, presidente do Subcomitê de Base de Dados da Anbima. Mesmo com a justificativa da executiva, o que foi visto em dezembro de 2009 foi uma captação líquida positiva em R$ 6,288 bilhões, mostrando que esta não é uma movimentação típica do mercado de fundos.

Já a captação líquida no ano encerrou 2010 em novo recorde, com volume financeiro de R$ 105,9 bilhões. Com esse resultado, o patrimônio líquido (PL) do mercado doméstico subiu 18% em relação ao do ano anterior, atingindo R$ 1,614 trilhão. Os fundos de Renda Fixa captaram R$ 38,4 bilhões, enquanto os fundos multimercados encerraram o ano com captação de R$ 27,5 bilhões. Estes foram os dois melhores desempenhos de 2010.

"Esperamos a cada ano um novo recorde. Nossa captação é a maior da América Latina. Temos diversos produtos no mercado e acredito que os bancos lançarão mais produtos em 2011", acrescenta a executiva da Anbima.

Com exceção dos fundos Referenciado DI, que registraram resgate líquido de R$ 10,1 bilhões, as demais categorias também acumularam captação líquida positiva. Os fundos Referenciado DI têm apresentado resgates líquidos anuais desde 2006, tendo atingido, no ano passado, participação relativa de 12,4% do total da indústria, o menor patamar desde sua criação, em 1998.

"A captação do Referenciado DI tende a cair cada vez mais por causa da queda da taxa básica de juros. Muitos estão migrando para os fundos Imobiliários", diz ela.

Os Fundos de Ações Small Caps apresentaram maior rentabilidade em 2010, com valorização de 18,37%. Em 2009 a rentabilidade destes fundos ficou acima de 115%, o que pode tender para uma saída dos investidores.

Por fim, o fundo de ação setorial "Privatização Petrobras - FGTS" foi o destaque de rentabilidade de dezembro, com valorização de 12,16%.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Crédito empacotado

Folha de São Paulo 09/01/11

Prática de juntar e vender financiamentos , comum em países como os EUA, vem aumentando no Brasil; entenda como funciona a securitização

PAULA LEITE

GUSTAVO PEREIRA

DE SÃO PAULO

O consumidor brasileiro que toma um financiamento para comprar uma casa ou um empréstimo com desconto no contracheque muitas vezes não sabe que o banco que lhe dá o dinheiro pode não ser o "dono" da dívida.

Está aumentando no Brasil um tipo de operação em que um ou mais financiamentos são empacotados e vendidos -a securitização.

As emissões de FIDCs, fundos que podem conter vários tipos de financiamento ou recursos que empresas têm a receber, passaram de R$ 17 bilhões em 2010 até novembro -em 2003, o volume era de R$ 1,7 bilhão.

A prática que ainda engatinha no Brasil, porém, já é questionada nos EUA, onde praticamente todo o crédito imobiliário é securitizado. Na crise de 2008, a securitização foi apontada como "vilã".

Apesar disso, especialistas apontam que a securitização ganhará importância como fonte de recursos para o crédito habitacional no Brasil, já que a principal fonte hoje, a poupança, pode não ser suficiente para atender à demanda por empréstimos.

Esse tipo de securitização deve ganhar impulso com uma nova regra do Banco Central. Os bancos têm de direcionar 65% dos depósitos da caderneta para financiar a casa própria. Com a mudança, podem vender os financiamentos sem se desenquadrar da meta por três anos.

Foi de R$ 1,3 bilhão o volume de crédito imobiliário residencial securitizado na forma de CRIs em 2010 até novembro. Apesar do valor baixo ante os R$ 50 bilhões da poupança no mesmo período, o crédito residencial securitizado vem aumentando: eram R$ 28 milhões em 2003.

Os dados estão no "Anuário Uqbar - Securitização e Financiamento Imobiliário", a ser lançado em fevereiro.

Mercado Aberto

Folha de São Paulo - 09/01/2011

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Eles investigam companhias a serem compradas, fazem auditorias legais apuradas e dizem que na negociação de um bom contrato, que ajude o cliente no futuro, também está a chave do sucesso. Sócios dos escritórios que mais se destacaram em fusões e aquisições em 2010 afirmam já sentir a efervescência do mercado nestes primeiros, outrora calmos, dias de janeiro.

FLEXIBILIDADE

Ao completar dez anos, o escritório Souza, Cescon, Barrieu & Flesch lidera o ranking de fusões e aquisições no Brasil, em 2010, da Thomson Reuters. O escritório participou de operações que somaram US$ 28,6 bilhões.

O escritório sempre se preocupou em ser "ágil no atendimento aos clientes e flexível na cobrança de honorários", diz o sócio-fundador Luiz Souza. O que inclui postergar recebimentos, limitar valores aos orçamentos, tentar combinar o pagamento de acordo com os fluxos de liquidez da operação.

"Mandar fatura em momentos sem fluxo pode causar constrangimento."

O advogado destaca o interesse crescente de investidores da China, do Japão e do Oriente Médio. Entre os setores interessantes para 2011, estão os de óleo e gás -"seja pelo volume, seja pela complexidade de regras"-, energia elétrica e consumo, diz.

QUANTIDADE

"O que importa para um escritório é a quantidade de operações de que participa, não o valor", afirma Henry Sztutman, do Pinheiro Neto.

"Não ganhamos comissão, como bancos de investimento", diz o sócio do primeiro colocado em número de fusões e aquisições no ranking da Thomson Reuters.

"Nisso temos a maior prática e o ranking reflete essa posição, de 49 operações anunciadas e 44 fechadas." O escritório tem mais de cem pessoas na área.

A expectativa para 2011 continua positiva. "Antes a pressa era para fechar operações até o final do ano. Mas a pressa continuou em janeiro e há grande interesse, especialmente por parte de fundos de "private equities"."

MAIORES

O Machado Meyer participou das maiores operações do ano passado: Dresdner Bank, Vivo, Repsol e TAM.

Como outros advogados, o sócio Flavio Meyer também sentiu que o ano começa muito bem e que não dá para citar apenas um segmento como o mais promissor.

"Mas dá para falar de muita atividade relacionada ao aumento da renda, como em varejo, saúde e infraestrutura", diz. "Não basta uma ótima "due dilligence" [auditoria]. É preciso negociar bem acordos de acionistas, indenizações, tudo o que vai impactar o futuro do cliente."

GLOBAL

O gigante Skadden, que costuma estar no topo de rankings globais de fusões e aquisições, saltou da 15ª posição para a segunda na lista brasileira, em 2010. A primeira operação no país pelo escritório foi em 1990, a da Colgate e da Kolynos, lembra o sócio Richard Aldrich.

"O Brasil é o investimento mais interessante no mundo", diz, de Nova York, o sócio Paul Schnell.

"O país é mais confortável para o investidor estrangeiro do que os outros do Bric, porque tem estabilidade política, econômica, de regras regulatórias e bancos sólidos. E isso, não só nos EUA e na Europa, mas também na Ásia."

SEM FÔLEGO

O escritório Mattos Filho afirma que fez 53 operações em valor aproximado de R$ 20 bilhões, em vez das 34 relacionadas pelo ranking.

"Além dessas, há outras que não são públicas e que não constam da lista", afirma o sócio João Ricardo de Azevedo Ribeiro. Para ele, 2011 poderá ser ainda melhor.

"Temos mais de 80 operações em andamento. Não tivemos aquela sensação de fôlego, comum em janeiro. Todo dia entra caso novo e de "private equities" que não conhecíamos." A perspectiva de mais IPOs também vai incrementar as aquisições, diz.