sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Rodobens tem agora 100% da Companhia Hipotecária

DCI - São Paulo/SP - SERVIÇOS - 29/01/2010
São Paulo - A Rodobens Negócios Imobiliários S.A. anunciou ontem a aquisição de 50% do capital social da Companhia Hipotecária Unibanco Rodobens (CHUR). Dona de produtos de financiamento imobiliário, como o Plano Único, a empresa era uma sociedade entre a Rodobens e o Itaú Unibanco S.A., parte que vendeu as ações. As ações foram adquiridas por R$ 15,098 milhões pela subsidiária Rodobens Participações Ltda. A Rodobens Part. passa a deter 100% do capital social da CHUR.

O bilionário banco imobiliário

Valor Econômico - São Paulo/SP - FINANÇAS - 28/01/2010

Por trás da atividade de incorporação, as construtoras guardam um bilionário - e lucrativo - negócio de financiamento imobiliário. As seis maiores empresas do mercado - Cyrela, Gafisa, Rossi Residencial, MRV, PDG Realty e Brookfield - têm R$ 25,5 bilhões em créditos a receber dos financiamentos diretos que fizeram a seus clientes.

Essa carteira de recebíveis, que corresponde a 75% dos R$ 34 bilhões financiados com recursos da caderneta de poupança no ano passado, cresce a passos largos. O volume financeiro, segundo o Valor apurou, tem levado investidores estrangeiros interessados em entrar no segmento de crédito imobiliário no Brasil a negociar uma associação com uma das maiores incorporadoras do setor.

É como se, além de erguer apartamentos, as incorporadoras tivessem uma atividade financeira paralela. A Cyrela, por exemplo, a maior empresa do setor e também aquela com maior estoque de recebíveis, com mais de R$ 8 bilhões em carteira, retira em média 20% do seu lucro líquido das receita financeira gerada pelos contratos de financiamento.

Não é o negócio central delas, mas, até bem pouco tempo atrás, quem não financiasse a venda de seus apartamentos não conseguia desová-los. "Passamos décadas sem ter financiamento bancário para o setor, por isso sabemos a quem vender ou não, controlando o risco da operação", diz o executivo de uma incorporadora.

Agora, o cenário é outro. Além do maior interesse dos bancos em oferecer crédito para quem quer comprar a casa própria, pessoas físicas e investidores institucionais estão ávidos por ativos financeiros com lastro imobiliário, como Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e cotas de fundos imobiliários (FII) e de direitos creditórios (FIDC), que pagam uma remuneração maior que os títulos públicos.

Mesmo assim, não só as empresas continuam concedendo financiamentos em passo acelerado, seguindo e o frenético ritmo das vendas de imóveis no país, como elas continuam a reter esses recebíveis, em sua maior parte. A explicação está no rendimento que obtém desse negócio. Em setembro de 2008, a carteira de recebíveis das seis maiores empresas do setor era de R$ 17,4 bilhões, ou seja, o estoque cresceu quase 50% em um ano.

Apesar de o repasse dos recebíveis ainda ser bastante tímido, não há dúvidas de que a tendência é de que ganhe força nos próximos anos. Algumas incorporadoras já começam a ensaiar meios de transformar esses papéis em dinheiro mais rapidamente, sem ter de esperar pela quitação completa dos longos financiamentos.

A PDG Realty, por exemplo, deu início em agosto do ano passado à venda de seus recebíveis por meio de sua própria securitizadora. Ao todo, foram R$ 100 milhões. Mas não deve parar por aí. No prospecto da oferta de ações em andamento, a PDG informou que pretende atuar no setor de serviços financeiros por meio do repasse dos recebíveis.

A Brookfield lançou outros R$ 85,5 milhões em recebíveis em setembro. A Gafisa fez uma cessão dos recebíveis para um FIDC. A Cyrela - dona da maior carteira de contratos de financiamento, com R$ 8,3 bilhões - também avalia algum tipo de securitização com prazo superior a cinco anos, em um montante superior a R$ 100 milhões.

A explicação para que as empresas ainda mantenham a maior parte desses empréstimos no balanço é simples. A rentabilidade que esses papéis pagam faz deles um bom investimento para as incorporadoras. Hoje, até a entrega das chaves aos clientes, os contratos de crédito imobiliário garantem às construtoras o equivalente ao Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que ficou em 3,22% no ano passado. Passado o prazo de construção, em média de três anos, o reajuste é outro. Depois que o cliente entra no imóvel, as parcelas variam pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) mais 12% ao ano, por um período de até 18 anos. No ano passado, em que o IGPM ficou negativo em 1,72%, isso foi equivalente a 10,07%.

"As construtoras estão com muitos recursos. Acabaram de fazer ofertas de ações. E os recebíveis rendem para elas muito mais do que qualquer outra aplicação do caixa", diz Marcelo Michaluá, diretor da RB Capital, empresa que compra recebíveis para transformá-los em títulos de investimento, processo conhecido como securitização. "Hoje é raro encontrar entre as grandes incorporadoras quem queira vender os recebíveis."

Para se ter um ideia da ainda baixa oferta de recebíveis, segundo dados da Cetip, o volume desses títulos nas mãos de investidores no mercado brasileiro é de R$ 10,7 bilhões, menos da metade do volume que as incorporadoras guardam em seus balanços.

Se forem vender os contratos para transformá-los em dinheiro de forma mais rápida, dificilmente o repasse às securitizadoras sairá a taxas inferiores àquelas com que as incorporadoras captam hoje via debêntures, por exemplo.

"Sempre buscamos as melhores alternativas para os acionistas, mas até hoje não conseguimos fechar nenhuma operação que fosse atrativa", diz Luis Largman, diretor de relações com investidores da Cyrela.

No médio e longo prazos, o negócio financeiro das incorporadoras deve diminuir. A expectativa é que, com mais crédito disponível por meio dos bancos, as construtoras acabem se concentrando na incorporação. Algumas companhias já estão preferindo não mais assumir o financiamento dos clientes, repassando-os para os bancos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

General Shopping fará securitização de R$ 60 milhões de controladas

Valor Online - 21/01/2010 19:20 - Fernando Taquari


SÃO PAULO - A General Shopping Brasil pretende realizar uma operação financeira de securitização imobiliária com as suas controladas. Desta forma, espera alongar o perfil da dívida e reduzir a necessidade de captação no curto prazo.

A operação envolve uma oferta pública de R$ 60 milhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), com prazo de 120 meses. Os papéis serão emitidos pela RB Capital Securitizadora e distribuídos pela Socopa.

As condições finais da operação, incluindo a remuneração dos CRIs, ainda não estão definidas.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Governo de Minas quer expropriar prédio da BR Properties

Segunda-feira, Janeiro 18th, 2010

Da redação InvestMais - www.revistainvestmais.com.br

A BR Properties divulgou hoje que tomou conhecimento de uma iniciativa do governo de Minas Gerais que visa expropriar o edifício Twin Towers, localizado em Belo Horizonte (MG), de propriedade da empresa, que se encontra locado para o Tribunal de Justiça daquele estado. O imóvel é garantia fiduciária da emissão de Certificados de Recebíveis Imobiliários da Brazilian Securities, série 133

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sam Zell exerce opção

Valor - 18.01.2010

A Equity International, empresa do megainvestidor imobiliário americano Sam Zell, ampliou sua fatia na Brazilian Finance & Real Estate (BRFE) em 12,2%, por meio da Coyote Trail. Agora, a Coyote detém 20,7% do capital da empresa do setor de crédito imobiliário. A Coyote exerceu a opção de compra de 5,51 milhões de ações ordinárias (ON, com direito a voto) e 22,04 milhões de preferenciais (PN, sem voto) que estavam em poder da Ourinvest. Tal opção havia sido contratada em dezembro do ano passado, quando a empresa se comprometeu a comprar novas ações a serem emitidas pela BFRE equivalentes a 8,5% do capital total. Com base no valor da primeira operação, o investimento total da Equity Internacional na Brazilian Finance pode ser calculado em US$ 125 milhões.

Setin retoma marca após experiência frustrada na Klabin

Valor - 18.01.2010

Para Antônio Setin, uma empresa fechada tem vantagens: "O mercado cobra muito e muitas vezes cobra errado" .

Foram dois anos intensos, para dizer o mínimo. Nesse curto período, dentro de uma carreira de mais de trinta anos, Antônio Setin passou de dono de empresa a executivo e acionista de S.A e, agora, volta ao posto de dono de empresa. Não bastasse a diferença entre comandar o próprio negócio e ser diretor de uma companhia aberta, Setin assistiu de perto ao último capítulo da Klabin Segall, que não resistiu ao alto endividamento e acabou sendo vendida e incorporada pela Agre. Valiosa, a experiência adquirida vai guiar a nova fase.

No fim de 2007, Antônio Setin vendeu a empresa de 28 anos que carregava seu sobrenome por R$ 200 milhões - metade em dinheiro e metade em ações - para uma companhia promissora e uma carteira recheada de bons projetos, a Klabin Segall. Em troca de 9% das ações, ganhou cadeira no conselho e o cargo de diretor de novos negócios.

Um ano depois, precisando urgentemente de dinheiro em caixa e com uma crise mundial pela frente, a Klabin Segall já estava na berlinda - com uma dívida de mais de R$ 600 milhões, superior ao seu patrimônio líquido. Depois da venda da Klabin Segall para a Veremonte, do espanhol Enrique Bañuelos, e de um longo processo de renegociação das dívidas, o controle acionário foi passado ao novo grupo e Antônio Setin, além dos fundadores Oscar e Sérgio Segall, deixaram o negócio.

Os 9% que Setin detinha foram vendidos no mercado a R$ 3,30 por ação - quando ele entrou, o papel estava cotado a R$ 18,90 e a ideia é que se valorizasse. Mas na negociação com a Veremonte, o empresário conseguiu reaver o nome Setin e o mais importante: saiu sem a cláusula que costuma amarrar os empresários nesse tipo de situação e os impede de continuar no negócio. "Tenho uma relação muito boa com a Agre", procura enfatizar.

De volta ao papel de empresário, assume a Setin Empreendimentos - que manteve paralelamente alguns ativos, como terrenos e hotéis, que não haviam entrado no pacote de venda, além de uma pequena estrutura. A empresa vai focar no mercado residencial, com imóveis entre R$ 300 mil e R$ 700 mil, e pretende lançar este ano cinco empreendimentos que devem totalizar R$ 850 milhões (valor geral de vendas) em projetos, a maioria em parceria com outras incorporadoras.

"Quero retomar os negócios e fazer um novo desenho da empresa", afirma Antônio Setin, que deixará de atuar nas áreas de construção e vendas de imóveis, segmentos nos quais já operava e que foram no pacote para a Klabin. "Queremos ser uma incorporadora pura, vamos contratar o que podemos e fazer direito o que sabemos", diz.

O primeiro empreendimento da nova fase fica na avenida Francisco Matarazzo, na zona Oeste da capital paulista, em parceria com a Helbor e terá cinco torres - quatro residenciais e uma comercial. O terreno pertencia a um grupo de cinco empresas, foi comprado pela Setin, que depois revendeu 50% para a Helbor por R$ 50 milhões.

Na nova empreitada, Setin não pretende entrar na baixa renda e no programa Minha Casa, Minha Vida, por tratar-se de um segmento que exige escala. O foco da empresa é o mercado residencial, mas a ideia é atuar também em salas comerciais e hotelaria. Em 1996, Antônio Setin trouxe para o Brasil, através de uma parceria com a francesa Accor, as marcas Mercure, Ibis e Formula 1. Em cinco anos, construiu 4 mil quartos.

Depois de passar por uma estrutura grande, de empresa aberta que vive com a constante cobrança de investidores, Setin diz ver vantagens em um negócio de menor porte. Na sua opinião, o setor de construção residencial de média e alta tem uma vantagem. "É uma empresa nova a cada negócio e é possível ter acesso ao mesmo custo de construção e à mesma empresa de vendas de uma grande", diz. Segundo Setin, a agilidade de uma incorporadora pequena é um diferencial. "Muitas vezes, o dono de terreno quer falar com o dono da empresa", acrescenta.

Sobre as dificuldades que enfrentou na Klabin Segall, o processo de renegociação das dívidas com os credores, o empresário diz que hoje teme a euforia e o excesso de alavancagem. "Também descobri que o mercado e os investidores cobram muito e, muitas vezes, cobram errado e você deixa de fazer o que sabe para atender ao que te pedem."

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Aliansce Shopping detalha oferta de ações de R$ 1,14 bilhão

Valor 15/01/2010


A primeira oferta pública inicial (IPO na sigla em inglês) de 2010 tomou forma hoje. A Aliansce Shopping Centers apresentou o aviso ao mercado de sua oferta primária e secundária de ações que pode movimentar mais de R$ 1,14 bilhão. Vale lembrar que a empresa já tinha tentado ingressar na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em 2007, mas condições adversas de mercado levaram ao atraso da operação.

A distribuição inicial compreende a venda de 65 milhões de ações ordinárias, sendo 50 milhões de novas ações e 15 milhões de papéis do fundo GBP I, gerido pela Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, e do diretor-presidente e presidente do Conselho de Administração, Renato Rique. A faixa estimativa de preço vai de R$ 10 a R$ 13. Considerando o teto da faixa, a oferta movimentará R$ 845 milhões, cifra que pode chegar a R$ 1,14 bilhão caso exercidos integralmente os lotes suplementar e adicional. As pessoas físicas poderão tomar parte na oferta com investimento mínimo de R$ 3 mil. Os pedidos de reserva devem ser efetuados entre os dias 21 e 26 de janeiro. Ainda de acordo com o cronograma estimado, o preço por ação será definido dia 27 e os papéis chegam ao Novo Mercado da Bovespa no dia 29, sob o código ALSC3. Os recursos obtidos com a oferta primária serão destinados à aquisição de participação, expansão e desenvolvimento de shopping centers. Considerando o preço estimado de R$ 10 a R$ 13 por papel, a companhia chegará á bolsa com valor de mercado de R$ 1,39 bilhão a R$ 1,81 bilhão. Para efeito de comparação, a BR Malls, que também atua no segmento de shopping centers, tem valor de mercado de R$ 4,38 bilhões, a Multiplan vale cerca de R$ 5,5 bilhões, a Iguatemi soma R$ 2,44 bilhões e a General Shopping R$ 504 milhões. O maior acionista da companhia é a norte-americana GGP, que por meio do GGP Brazil I detém 49% das ações, fatia que deve cair a 22,1% após a oferta. O FIP GBP figura com 22,54%, fatia que será reduzida a 1%. A Rique Empreendimentos, do presidente Renato Rique, aparece com 19,19%. E o próprio Rique tem participação direta de 7,27%. O free float será de 62,9%, desconsiderando lote suplementar e adicional. No prospecto, a companhia se apresenta como a segunda maior administradora de shoppings do Brasil dentre as quatro empresas de capital aberto do setor em termos de números de shoppings administrados. Atualmente, a Aliansce tem participação em 13 empreendimentos, que somam 416 mil metros quadros de área bruta locável (ABL). No acumulado dos nove primeiros meses de 2009, a empresa teve lucro líquido de R$ 18,7 milhões, revertendo prejuízo de R$ 10,9 milhões registrado um ano antes. Já a receita líquida de janeiro a setembro somou R$ 97 milhões, alta de 40% sobre o registrado um ano antes.

Socorro imobiliário custou R$ 4,5 bi ao FGTS

Valor - 15.01.2010

O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) gastou cerca de R$ 4,5 bilhões em 2009 com a aquisição de papéis de oito empresas do setor imobiliário e cotas de fundos de recebíveis, com o objetivo de injetar liquidez e minimizar riscos de recessão gerados pela crise internacional à construção civil.

A informação é do vice-presidente de Fundos de Governo da Caixa Econômica Federal, Wellington Moreira Franco, ao complementar que houve ainda desembolso de R$ 1 bilhão a empresas do setor de transportes.

Moreira Franco destacou que uma das medidas anticrise do governo foi a resolução 578 do Conselho Curador do FGTS. Baixada no auge da crise internacional, em 2 de dezembro de 2008, a regra autorizava o uso de recursos do FGTS para aquisição de papéis privados, como debêntures emitidos por empresas do setor habitacional em dificuldades de caixa.

Citando os nefastos efeitos que a crise poderia causar na construção civil, setor de grande geração de empregos e que tinha engatado um período de expansão em 2007, o conselho curador autorizou, além de debêntures, também a compra de cotas de Fundos de Investimento em Diretos Creditórios (FIDCs), e de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs).

Moreira Franco explicou que foi montada então uma carteira, com três linhas distintas. "Esses são recursos à parte dos financiamentos orçamentários usuais, para operações estruturadas de mercado", explicou.

A carteira tinha R$ 6 bilhões para a área imobiliária, dos quais foram desembolsados R$ 4,5 bilhões com a compra de debêntures de "sete a oito empresas", segundo o vice-presidente da Caixa, que citou a Gafisa e a Bairro Novo entre as emissoras. Para 2010, ainda há R$ 1,5 bilhão, disse.

Na linha destinada a empresas do setor de transporte foram gastos cerca de R$ 1 bilhão, restando R$ 2 bilhões para este ano. E na área de saneamento básico, segundo ele, foram fechadas operações no valor de R$ 850 milhões, mas ainda sem desembolso. Sobrando, portanto, cerca de R$ 2,1 bilhões para 2010.

Moreira Franco esclareceu que esses recursos do FGTS foram aplicados a taxa de mercado, para reforço de capital de empresas em tempos de crise. Mas deixou claro que o dinheiro não pode ser usado para adquirir fatias societárias.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Crédito imobiliário avança e flerta com derivativo no país

Folha de São Paulo - 11.01.2010

O mercado imobiliário brasileiro, um dos mais atrasados do mundo em termos de crédito, se prepara para dar o seu maior salto a partir deste ano. A aposta é repetir o sucesso das empresas brasileiras que abriram capital e buscar recursos para o financiamento da compra de imóveis no mercado de capitais, incluindo o uso de derivativos, como ocorre nas principais economias do mundo.


Para atrair o dinheiro dos fundos de pensão e de investimento, os empréstimos têm de passar pelo processo de "empacotamento", chamado de securitização, em que são convertidos em título com liquidez no mercado. Nele, uma dívida de 30 anos vira um papel com preço, variando de acordo com um "rating" (nota) dado por agência de risco, oferta e demanda.

Essa "engenharia", que usa derivativos [contratos que "derivam" de outro ativo; no caso, de crédito] foi amadurecida nos EUA, onde papéis de alto risco levaram à crise das hipotecas de segunda linha ("subprime").

Para os fundos de investimento, os papéis imobiliários podem se tornar opções de baixo risco de crédito -a inadimplência gira em 2,5%- com ganho superior ao dos títulos do governo. Até há pouco tempo, não havia mercado para esses papéis devido ao baixo retorno. Já os fundos de pensão têm interesse em papéis com vencimento daqui 20 anos, quando pagarão mais aposentadorias.

"Todas as condições estão dadas para esse mercado decolar. E sem os excessos vistos nos EUA", disse Fernando Brasileiro, presidente da Cibrasec, maior securitizadora do país.

Flexibilizar a poupança

O caminho de acesso ao mercado de capitais passa pela flexibilização das regras da poupança, principal fonte de recursos do setor, que poderia ser melhor aproveitada se os bancos não tivessem de esperar até a última prestação do imóvel para retirá-lo do balanço.

Hoje, os bancos precisam manter em carteira empréstimos imobiliários correspondentes a 65% da captação da poupança, sob pena de o montante não utilizado ficar retido como compulsório sem remuneração no Banco Central.

Com um pequeno ajuste na regra, as instituições financeiras poderiam utilizar os 65% da poupança, e ainda ficar livres para ""empacotar" o empréstimo e vendê-lo no mercado.

A proposta tem apoio do governo e do Banco Central. A Folha apurou no BC que a única objeção é que os bancos "reciclem" recursos baratos da poupança e usem o dinheiro para empréstimos de retorno maior, ou seja, que não destinem ao crédito imobiliário.

Entidades do setor defendem que os bancos cumpram os 65% de direcionamento somente pela originação do empréstimo. Dessa forma, o banco "recicla" o dinheiro da poupança, embolsa o lucro total da operação antes do vencimento, e obtém dinheiro novamente para fazer outro empréstimo utilizando o mesmo volume de recursos.

"O Sistema Financeiro da Habitação incentiva os bancos a não fazerem novas concessões para manter o estoque de crédito. Precisamos reoxigenar esse processo", diz o advogado Alexandre Assolini, presidente da comissão criada pela BM&F Bovespa para estudar como destravar o crédito imobiliário.

"Estamos falando em colocar uma rodinha no crédito imobiliário. Enxergamos 2010 como o ano em que a gente vai ter um novo sistema de financiamento, com a conjugação dos mercados imobiliário e financeiro", disse Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP (sindicato do setor em São Paulo).

A flexibilização da poupança tem potencial para alavancar o crédito imobiliário, que não passa de 2,7% do PIB, atrás de México (9%), Chile (17%) e EUA (65%), entre outros.

Segundo especialistas, o atraso do Brasil no crédito imobiliário é uma das últimas heranças do período inflacionário. Só não aconteceu ainda porque o país tinha juros altos, que impediam financiamentos longos -em seis anos, uma dívida duplica com juro anual de 12%.

O Brasil é também um dos países com menor participação do mercado de capitais no financiamento imobiliário. Segundo a consultoria Accenture, só 2,3% do crédito imobiliário veio do mercado; nos EUA, chega a 63%, e, no México, a 8%.


sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Outras formas de financiamento das empresas também crescem

08/01 - 15:11 - Aline Cury Zampieri e Olívia Alonso, iG São Paulo

Além das debêntures (que possuem prazos mais longos), os profissionais do mercado financeiro chamam a atenção para operações de securitização de recebíveis que, segundo eles, vêm crescendo. “Muita empresa tem pedido operações de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)”, afirma José Paulo Rocha, sócio da consultoria Deloitte na área de financiamento corporativo.
Empresas captarão mais e melhor em 2010

Segundo Rocha, por meio dessas modalidades uma companhia pode atrelar sua dívida a ativos próprios. A garantia de um bem real faz com que a empresa possa pagar juros menores no financiamento. “CRIs e FIDCs vêm sendo usados no lugar das debêntures, mas possuem um limite, que são os próprios ativos das companhias”, diz.
Ademiro Viana, assessor técnico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), acredita que haverá aumento de procura por letras de crédito do agronegócio e certificados de direitos creditórios do agronegócio (CDCA), além dos fundos de recebíveis. “Em 2009, já foram colocados R$ 36 bilhões em letras de crédito do agronegócio e a tendência é de crescimento”, diz. “Também continuam crescendo os CDCAs, que já somaram R$ 2 bilhões este ano.”
Segundo a Anbima, a renda fixa teve 247 operações em 2009, até novembro. Do total, 43 foram debêntures, 51 FIDCs, 67 notas promissórias e 86 CRIs.
Renda variável
A opção de financiamento via lançamento de ações é normalmente mais cara que o empréstimo na renda fixa, mas as empresas continuarão optando por esse meio, segundo os especialistas. Viana, da Febraban, acredita que muitas empresas voltarão a “desengavetar” projetos de IPO (oferta pública inicial de ações).
Rocha, da Deloitte, também acredita no potencial das ações. “Lançar ação é mesmo mais caro, mas apenas teoricamente”, afirma. “O papel não oferece remuneração fixa e embute o risco de o projeto não dar certo, o que não ocorre na renda fixa.” Mas ele acredita que o patamar atual da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), próximo das máximas históricas, faz com que as empresas consigam colocar suas ações por preços mais altos, viabilizando os negócios.
A diferença entre as captações acaba sendo resultado dos próprios planos da empresa. “Normalmente, uma empresa busca debêntures para financiar um projeto específico, como uma fábrica”, afirma. Já as ações são usadas para crescimento em geral.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O mercado imobiliário também traz boas perspectivas

Último Segundo 07.01.2010

Em 2010, o investidor pode conseguir uma boa rentabilidade indo para o mercado imobiliário. Ele pode investir por meio de títulos ou mesmo na compra de um imóvel. As opções são apontadas pelo Citibank Brasil e pelo Banco Fator como alternativas importantes.

• 2010 exige diversidade para investimentos

• Mesmo com eleição, principal risco para o investidor em 2010 é o cenário externo, dizem analistas

• Renda fixa ainda traz bons retornos

• Antes de investir, fique atento ao seu perfil

• Mercado interno é aposta dos analistas para Bovespa


Marcelo Faria Figueiredo, superintendente de alocação de recursos do Fator, recomenda os fundos imobiliários e os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs), muitos corrigidos por índices de inflação e voltados a um setor em franca expansão.

AE





Expansão do setor pode gerar oportunidade de investimento



Fundos imobiliários

Jan Karsten, diretor de investimentos do Citibank Brasil, lembra que os fundos imobiliários são isentos de Imposto de Renda, o que já constitui um ganho extra na comparação com outras aplicações. “Isso, sem contar a valorização dos imóveis.”

De acordo com o executivo do Citibank, os preços dos imóveis no Brasil estão aquém dos praticados em outros países emergentes, como Rússia, China e Índia, o que denota espaço para valorizações de fundos e certificados de investimento. Segundo ele, no entanto, não apenas os papéis podem ser considerados como opção. “Os fundos são uma forma mais confortável de aplicação, mas investir em um imóvel também é um bom negócio”, diz.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Bangu Shopping

O Globo - 04.01.2010

A João Fortes Engenharia (leia-se Antonio José Carneiro, o Bode) vendeu os 30% que tinha no Bangu Shopping, no Rio, para o grupo Aliansce, que já detinha os outros 70%. Negócio de uns R$ 80 milhões.

RODOBENS E CCDI MIRAM MAIS DINHEIRO EM CAIXA

DCI - 04.01.2010

As duas incorporadoras anunciaram ontem operações que visam reforçar as posições de caixa para o ano que vem. Além de anunciar a venda de sua participação na segunda torre do Ventura Corporate Towers, em desenvolvimento no Rio de Janeiro, por R$ 211 milhões, a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) também liquidou sua primeira emissão de debêntures, que prevê a captação de R$ 400 milhões.

O imóvel foi vendido para a BTS Participações e Investimentos, empresa controlada pela Participações Morro Vermelho, que detém as ações da Camargo Corrêa S.A., que, por sua vez, é controladora direta da CCDI. A BTS também assumirá o investimento necessário à conclusão do empreendimento, de R$ 36 milhões. Segundo a companhia, as obras estão em estágio avançado e devem ser concluídas em junho de 2010.

A Rodobens Negócios Imobiliários, por sua vez, comunicou que pretende captar R$ 100 milhões com a emissão de notas promissórias comerciais. A operação de emissão foi realizada ontem, com a emissão de dez notas promissórias comerciais, todas nominativas e emitidas fisicamente, em série única, com valor nominal unitário de R$ 10 milhões, que resultam no montante pretendido pela companhia.